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Postado às 15h10 | 07 Fev 2017 | 'zabel Montenegro diz que não vai fazer contrato 'pedindo devolução'

Magnos Alves - Jornal de Fato A presidente da Câmara Municipal de Mossoró (CMM), Izabel Montenegro (PMDB), insinuou a existência de contratos fraudulentos feitos pelo Legislativo mossoroense. Durante reunião de apresentação das contas da Casa do ano de 2016 nesta segunda-feira (6), Izabel disse que não vai fazer contratos “pedindo devolução” e que todos os serviços serão licitados, deixando a entender que essa era uma prática comum. “Não vou negociar contrato pedindo devolução a ninguém”, declarou. A presidente relatou que vários serviços estavam sendo prestados à Câmara sem o devido processo de licitatório, incluindo serviço que custava R$ 500 mil por ano à Casa. Dívidas de 2016 que não foram encontrados sequer contratos, incluindo uma cobrança de R$ 10 mil de cópias, não foram reconhecidas na apresentação do “rombo” deixado pelo ex-presidente e ex-vereador Jório Nogueira (PSD). De acordo com dados apresentados por técnicos do Legislativo, o valor total sem lastro financeiro deixado pela gestão anterior soma R$ 508 mil. Izabel Montenegro revelou também que a gestão anterior pagou mais de R$ 260 mil em juros ao INSS e explicou que a devolução de R$ 500 mil ao Município, efetuada por Jório Nogueira no final de 2016, se deu em razão de existência de excedente entre o orçamento da Casa e o que havia em caixa. A presidente prometeu “economizar de todas as formas” para entregar a Casa sem dívidas ao final do seu mandato e anunciou pagamento de 13.º salário e férias para todos os servidores, efetivos e comissionados. “Antes não era assim”, argumentou, fazendo menção ao pagamento de uns e outros não até o ano passado. Vários vereadores parabenizaram Izabel pela iniciativa de fazer uma apresentação pública da atual situação financeira da Câmara. O vereador Ricardo de Dodoca (PROS) lembrou que a gestão anterior fez um ato de demissão em massa “por falta de planejamento”. Para o novato vereador Rondinelle Carlos (PMN), alguns números apresentados causam desconforto aos que participaram da legislatura anterior. A vereadora Sandra Rosado, que também está estreando no Legislativo mossoroense, cobrou que a presidente torne prática a publicização de todos os atos para todos os gabinetes mês a mês. “Precisamos ter conhecimento de todos os atos da Casa, sejam financeiros ou administrativos”, ressaltou. Sandra questionou ainda a realização de contratos sem licitação, dando como exemplo o serviço de segurança, e cobrou esclarecimento sobre o funcionamento da TV Câmara.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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