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Postado às 08h24 | 14 Mar 2017 | Coluna - 14 de março de 2017

Se Bruno não fosse famoso...

A contratação do goleiro Bruno pelo Boa Esporte, clube da 2ª divisão do futebol mineiro e que neste ano está de volta à Série B do Brasileiro, coloca na pauta do dia a discussão “impunidade X ressocialização”. E o debate ganha dimensão por se tratar de uma celebridade do mundo do futebol, que colocou suas digitais em crime contra a mulher. O cidadão Bruno Fernandes foi condenado – em primeiro grau – a 22 anos de prisão em regime fechado. Cumpriu quase sete anos da pena, até o final do mês passado, quando o ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinou a sua liberdade provisória. Como a condenação não chegou ao transitado em julgado, pelo fato de a Justiça não ter julgado a ação de defesa que recorreu da sentença inicial, não caberia a permanência de Bruno atrás das grades, conforme entendimento do ministro. Até aí, entendimento simples. E aceitável. No entanto, a polêmica que mexe do simples cidadão à mais gabaritada autoridade jurídica do País, expôs à luz da opinião pública a flacidez do código penal brasileiro e, ao mesmo tempo, testa a própria natureza humana de julgar o próximo, sob todos os riscos da passionalidade. Dois pontos colocados à mesa do debate, sob a desconfiança. Questiona-se: 1 – O criminoso deve cumprir a pena em toda a sua extensão, como castigo pelo erro cometido? 2 – A ressocialização não é extensivo a todo cidadão que cometeu um crime, e que tem direito a uma segunda chance? No caso de Bruno, a maioria entende que a Justiça permitir que ele volte a exercer a sua profissão, é uma prova de que a impunidade favorece o crime no Brasil. Ele deveria apodrecer na prisão, defende os mais revoltados . Esse sentimento provocou uma grande empresa retirar o patrocínio do Boa Esporte, como castigo pela iniciativa do clube mineiro de abrir as portas para um “bandido”. E se Bruno não fosse o Bruno famoso? As pessoas aplaudiriam o Boa Esporte por contratar um apenado – em liberdade provisória – como meio de ressocialização? O caso sugere um debate mais amplo, no momento em que o sistema prisional brasileiro está superlotado de homens e mulheres que cometeram crimes e que em sua maioria gostariam de uma nova oportunidade na vida para trilhar o caminho do bem. São dezenas de centenas de Brunos que poderiam perfeitamente voltar ao mercado do trabalho, ao convívio da família e da sociedade. Mas essas pessoas apodrecem encarceradas no sistema falido de um País, que constroem suas posições e opiniões pelo “fígado”. Ressocialização não é impunidade. Ou é?   Shirley é o plano B de João Maia O ex-deputado federal e presidente estadual do Partido Republicano, João Maia, tenta convencer a irmã, deputada federal Zenaide Maia (PP), a devolver a "cadeira" que era sua em Brasília. Maia quer ser o candidato da família nas eleições de 2018. Zenaide, que é casada com o ex-prefeito Jaime Calado (São Gonçalo do Amarante), resiste. Porém, não há clima de confronto entre irmãos. Inclusive, Maia tem o "plano B". Se ele não for candidato, lançará a esposa Shirley Targino (PP), prefeita de Messias Targino, à Assembleia Legislativa. Faria dobradinha com a cunhada.   E a Operação Sal Grosso? A prisão do ex-vereador de Natal, Dickson Nasser, condenado no processo da Operação Impacto, que desmantelou esquema de venda de voto no Legislativo da capital, faz lembrar a Operação Sal Grosso em Mossoró. É do mesmo período, no final da primeira década dos anos 2000. Por aqui, nenhum teve mandato cassado, direitos políticos suspensos ou qualquer punição. Ou seja, tá tudo dominado.   Amem O final de semana foi de chuvas intensas em municípios do Rio Grande do Norte, com destaque para São Rafael (146,9mm), Martins (98 mm) e Serra do Mel (84,5mm). Vai continuar chovendo pelos próximos dias.   Sem giz Os professores da rede municipal de ensino de Mossoró não darão aula nas sextas-feiras. Segundo eles, o protesto é contra o descumprimento da jornada extra-classe. Eles devem dar 20 horas e não 25 como fazem agora.   É sempre assim O presidente Temer  prepara bondade com dinheiro do povo para tentar melhorar a imagem para 2018. Vai em cima dos pobres, camada mais exposta a esse tipo de política. Uma das bondades será pagar "Bolsa Família" para o cadastrado que arrumar emprego de carteira assinada ganhando até 1 salário mínimo.   Segue O "pacote de bondades" inclui os prefeitos pela emancipação de famílias do programa social. O gestor municipal ganhará bônus em dinheiro e um troféu das mãos de Temer.   Campus da Uern fica sem limpeza Os trabalhadores terceirizados da limpeza da Uern não recebem salários desde janeiro e reclamam férias atrasadas. A empresa Solaris e a Reitoria da Uern não têm uma explicação uniforme. Uma transfere responsabilidade para a outra. Passando por necessidades, os trabalhadores decidiram suspender a limpeza e só retornarão ao trabalho quando a Uern quitar a dívida.   É hora de luta - 349 O Aeroporto Dix-sept Rosado não estará pronto para receber voo comercial a partir de 12 de abril, como anunciou a Azul Linhas Aéreas. Apesar da boa vontade da companhia e do empenho do Governo do Estado, o velho "campo de aviação" tem falhas profundas. Melhor seria concentrar esforços em novo aeroporto. Mossoró precisa disso. Então, todos à luta.   É NOTÍCIA 1 - Hoje marca os 170 anos de nascimento de Antônio de Castro Alves, o poeta abolicionista e expoente da terceira geração romântica. É lembrado em todo o Brasil com o "Dia da Poesia". 2 - No final de semana violento o Itep/Mossoró-RN recebeu 11 corpos, sendo cinco jovens executados na chacina do Baile Funk. É a escalada da violência sem combate, sem limites. 3 - A Unicred Mossoró passa a fazer parte do Sicredi, instituição pioneira no cooperativismo de crédito no Brasil. A mudança aprovada em 2016, chancelada pelo Banco Central, entra em vigor. 4 - O mercado financeiro reduziu a estimativa de inflação de 4,36% para 4,19%. A projeção fica  abaixo do centro da meta, que é 4,5%. Já a previsão para o PIB foi reajustado de 0,49% para 0,48%. 5 - A ex-governadora e agora verea-dora de Natal Wilma de Faria (PT do B) passa por uma bateria de exames no Sírio Libanês. Wilma tem saúde delicada e precisa de acompanhamento constante.   FRASE Nunca discursei porque não preciso de mídia, nem de fazer média. Para mim, isso aqui é teatro." TIRIRICA – Palhaço e deputado, sobre a  sua atuação na Câmara dos Deputados.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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