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Postado às 19h53 | 25 Mar 2017 | Atirador não fala sobre motivos do atentado contra membros do MPRN

O ex-servidor do Ministério Público Estadual (MPRN), Guilherme Wanderley Lopes da Silva, de 44 anos, que atirou no procurador-geral adjunto Jovino Pereira e no promotor de Justiça Wendell Beetoven, se entregou à Polícia Civil neste sábado (25). Em seguida, foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da Ribeira, em Natal, onde permanecerá custodiado. O atirador não deu explicações sobre o ato, optando por ficar em silêncio. Ele atingiu os membros do MPRN nesta sexta-feira (24), numa ação rápida e surpreendente. Depois, fugiu pela estacionamento do prédio sede do Ministério Público, localizado na capital do Rio Grande do Norte. (Leia AQUI). O delegado Renê Lopes, titular da 5ª Delegacia de Polícia, disse à imprensa que Guilherme Wanderley se apresentou acompanhado por dois advogados. O atirador entregou a arma utilizada. Em seguida, falou pouco, mas não explicou o motivo pelo qual atacou os membros do Ministério Público. As poucas vezes que falou com o delegado, o ex-servidor do MPRN disse que não tem distúrbios mentais, nem internações em clínicas psiquiátricas e que agiu sozinho. Também negou que a motivação tenha qualquer relação com o processo que o pai dele responde por ter matado um assaltante, fato ocorrido em 2008. [caption id="attachment_57125" align="aligncenter" width="624"] Guilherme Wanderley foi identificado pelas câmeras quando fugia após os disparados (foto: NOVO)[/caption] MENSAGEM O procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, que também era alvo do atirador, emitiu nota sobre o fato, afirmando que está triste e estarrecido com o “covarde atentado”. Leia: Caros membros e servidores, Ainda triste e estarrecido com o covarde atentado de que fomos vítimas, eu e meus colegas de gestão, em pleno Gabinete da Chefia da Instituição e durante o expediente normal de uma sexta-feira, dirijo-me a todos vocês para agradecer e reafirmar nossa vontade de continuar tocando nossa gestão com o mesmo afinco, com os mesmos ideais, com a mesma visão de Ministério Público que nos fez concorrer, assumir e aperfeiçoar nossa querida Instituição, para que ela seja o que é hoje – mais democrática e mais eficiente. Agradecer a Deus, por não ter sido alvejado pelos diversos disparos contra mim dirigidos, bem como por ter impedido a consecução do objetivo criminoso contra nossos queridos colegas, Jovino e Wendel, que já se recuperam bem dos procedimentos médicos por que passaram depois de terem sido feridos. Agradecer ao médico Luiz Roberto Leite Fonseca, Secretário de Saúde do Município e também médico, que, estando na Procuradoria-Geral de Justiça para um evento no momento do crime, prontamente ajudou Wendel e Jovino com seus conhecimentos na área da urgência/emergência médica, seguramente contribuindo para evitar um resultado pior. Agradecer ao SAMU-Natal, que chegou ainda a tempo para imediatamente realizar o atendimento eficaz e o deslocamento de Wendel ao Walfredo Gurgel, assim como a toda a equipe médica deste hospital público, cuja expertise mais uma vez restou comprovada, pelo excelente atendimento que prestou a nossos colegas baleados. Agradecer ao Secretário de Segurança Pública e toda sua equipe, pela prontidão com que atuou e ainda atua para preservar as evidências probatórias no local do crime e buscar outras, bem como diligenciar para prender o autor do fato, ainda foragido. Agradecer a todos os promotores de justiça que também, de uma forma ou de outra, ajudaram nas primeiras ações para assegurar provas do fato e tentar prender o criminoso. Agradecer a todos do Gabinete de Segurança Institucional, que logo chegou à PGJ e nos deu  o apoio e a orientação necessários nesse momento de crise. Agradecer, por fim, àqueles que nos abraçaram e nos ligaram, dando-nos força, carinho e apoio num momento tão difícil. Sei que o momento é aterrador, é daqueles em que a maldade humana nos deixa perplexos com suas capacidades destrutivas. Os disparos feitos contra mim, Jovino e Wendel o foram por conta de nossa atuação funcional, do quase integral cumprimento de nosso programa de gestão de forma firme, honesta e respeitosa, desde o primeiro dia. Os disparos foram feitos contra o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral de Justiça Adjunto e o Coordenador Jurídico Administrativo do Ministério Público do Rio Grande do Norte, não por aspectos pessoais dos ocupantes desses cargos, mas por defendermos e implementarmos ideias com as quais não concordava o atirador. Ele deixou isso claro nos documentos que jogou em cima de minha mesa, antes de começar sua barbárie. [caption id="attachment_57127" align="alignright" width="300"] Jovino Pereira e Wendell Beetoven foram atacadoss[/caption] Vamos responder ao atentado com a aplicação da lei, dentro do ordenamento jurídico pátrio, como tem que ser. E com a regular continuidade de nosso trabalho, que recomeça segunda-feira, tanto para mim quanto pra minha equipe e para os demais membros e servidores do MPRN, com exceção de Jovino e Wendel, que ainda estarão sob recuperação, mas certamente já ansiosos para a volta ao trabalho. Contra a maldade, que continuemos com o bem, a justiça. Contra a intenção destrutiva, que continue nosso labor até o fim, com ainda mais disposição de construção de um Ministério Público melhor, mais organizado e mais prestativo do serviço que devemos à cidadania. A sociedade está lá fora esperando por todos nós, com seus direitos violados. O Ministério Público continua sua trajetória normalmente, com seu atual Chefe ainda mais disposto e orgulhoso de estar ao lado de todos vocês, membros e servidores, no cumprimento de nossas relevantes atribuições. Finalizo desejando a Jovino e Wendel pronta recuperação, e que retornem logo aos respectivos postos, pois vocês, ao menos para mim e para todos os que fazem nossa gestão, são indispensáveis e insubstituíveis. Ótimo fim de semana a todos, com as bênçãos de Deus. Rinaldo Reis Lima Procurador-Geral de Justiça

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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