Tire o código de barra
O jornalista Josias de Souza, com rara destreza, alertou: é hora de tirar o código de barra da Democracia, em comentário que segue: "Antigamente, o Brasil era um país de corruptos sem corruptores. Hoje, com o advento da delação premiada, virou uma nação de corruptores sem corruptos. Roçando as grades de Curitiba, Lula não sabia de nada. Recém-chegada ao pântano, Dilma continua estalando de pureza moral. Com a reputação reduzida à soma de palavrões que inspira nos botecos, Aécio é a virtude que terceirizou o xadrez à irmã. Ao jurar que não fez nada, Temer tornou-se um revolucionário do léxico, provando que nada é uma palavra que ultrapassa tudo. Tanta inocência eliminou até o benefício da dúvida. Aos olhos da opinião pública, os políticos agora são culpados até prova em contrário. Se perdem o mandato e o foro privilegiado, como Eduardo Cunha, vão em cana como prova em contrário. Desde março de 2014, quando a Operação Lava Jato começou, a banda dinheirista da política cultiva a ilusão de que a sangria será estancada. Para o bem da nação, deu-se o oposto. A política virou uma atividade hemorrágica. A má notícia é que o sistema político morreu. O comportamento de risco e a tendência à autodesmoralização levaram o modelo ao suicídio. A boa notícia é que a morte pode ser um enorme despertar. Num instante em que a faxina invade os salões do Palácio do Jaburu, fica claro que o país necessita de um movimento que acabe com o suborno, o acobertamento, o compadrio, o patrimonialismo… Em suma, precisa-se de uma articulação qualquer que acabe com os valores mais tradicionais da política brasileira. O primeiro passo é eliminar dos costumes nacionais a praga do quase. A higienização quase foi alcançada quando as ruas escorraçaram Collor do poder. A assepsia quase foi obtida quando cassaram-se os mandatos de meia dúzia de anões do Orçamento. A purificação quase chegou quando o Supremo Tribunal Federal mandou para a cadeia a turma do mensalão. Temer é uma evidência de que o impeachment de Dilma não eliminou a síndrome do quase. Chegou a hora de levar a faxina às últimas consequências." E arremata: "A velha sacada do Churchill ensina que a democracia é o pior regime possível com exceção de todos os outros. Mas, no Brasil, os políticos parecem eternamente engajados num esforço para implementar as alternativas piores. De erro em erro, chegou-se à cleptocracia atual. É chegada a hora de arrancar o código de barras da democracia brasileira. A entrada do processo é a saída de Temer. O limite é a Constituição. O desafio é encontrar um nome capaz de gerir um programa mínimo e zelar pelo calendário eleitoral de 2018." Gripe O RN entra a última semana da Campanha de Vacinação Contra a Gripe com 57,78% de cobertura do público-alvo. Mossoró tem o melhor desempenho, com quase 70%. A campanha termina sexta-feira, 26. Palestra O Sesi-Mossoró recebe hoje o Seminário Saúde do Trabalho, dentro da programação da Semana da Indústria. O palestrante será Gustavo Adolfo, gerente executivo de SST-Sesi do Rio Grande do Norte. Às 19h, no auditório Francisco Souto. Tá todo mundo dentro de casa A classe política potiguar tomou "chá de sumiço" desde que explodiu a delação da JBS, na semana passada. Difícil encontrar um senador ou deputado federal. Nem mesmo em declarações via redes sociais. Apenas o Garibaldi Filho (PMDB) ousou no post defendendo a inocência do presidente Temer. Corajoso, reconheça-se. O silêncio, talvez e provavelmente, tenha explicação na lista de 16 políticos com mandato que receberam doação da JBS. Uns mais, outros menos. E, embora tenham sido doações legais, registradas em prestações de Contas à Justiça Eleitoral do RN, não deixa de ser embaraçoso. Cadê a mala que tava aqui? A mala com 500 mil reais em dinheiro da JBS, recebido pelo deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, simplesmente desapareceu. Ninguém, ninguém viu. Não tinha chip, diferentemente do que foi noticiado. Agora, sem mala, sem dinheiro, vai ficar o dito pelo não dito? A Polícia Federal vasculhou o apartamento e o gabinete de Loures, mas nada encontrou. E o deputado diz que é inocente. E agora? Ora, ora, ora... O presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB) acharam a "defesa" para os áudios, digamos, sacaninhas, gravados pelo Joesley da JBS: "Fui inocente", queixa-se Temer; "Fui ingênuo", derrete-se Aécio. Diante do cidadão tolo, na concepção dos corruptos. Segue Lula e Dilma Rousseff (PT), igualmente "bobinhos" no lamaçal de Brasília, criaram, como defesa: "Não sei" e "não vi". Temos, aí, a política dos inocentes, ingênuos e dos que não sabem de nada. Meu Deus! Temer foi fiel aos seus "princípios" O presidente Temer disse alto e bom tom: "Ele tem boa índole." Referência ao deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, aquele filmado carregando uma mala de dinheiro. Temer, reconheça-se, foi fiel aos seus princípios. Para ele, carregar mala de dinheiro, fruto de propina, é para gente de "boa índole". Cidadão honesto é outra coisa, quem sabe idiota, tolo, lesado, etc. etc. etc.. Em Genebra O relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), embarcou para Genebra. Foi defender as mudanças propostas em seu texto na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Dia de reuniões do Cidade Junina Hoje, tem reunião com os barraqueiros interessados em vender seus produtos no Mossoró Cidade Junina. Será às 9h, no auditório da Estação das Artes. Depois, às 14h, a reunião será com os interessados em camarotes no 'Pingo da Meia Dia' e no "Boca da Noite'. E, em seguida, às 16h, a Secretaria de Cultura fará o sorteio do Festival de Quadrilhas Juninas de 2017. É NOTÍCIA 1- Hoje, tem ato público contra a paralisação no atendimento do Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró. Há carência de médicos plantonistas. A mobilização é organizada pelo Sindsaúde, às 9h 2- A ex-deputada e hoje vereadora Sandra Rosado (PSB) é a aniversariante do dia. Herdeira do deputado federal a líder político Vingt Rosado, ela sustenta o rosadismo. Festejará a data em família. 3- Nesta data, em 2002, o governador Fernando Freire inaugurou a Cadeia Pública de Mossoró para enjaular bandidos. Hoje, 15 anos depois, Freire está atrás das grades por crime de corrupção. 4- A Prefeitura de Mossoró vai adquirir novos ônibus para o transporte escolar. Os atuais 28 não asseguram bom atendimento aos estudantes. A frota precisa ser ampliada urgentemente. 5- Pela 11.ª vez seguida, o mercado financeiro baixou a projeção da inflação neste ano. A estimativa passou de 3,93% para 3,92%, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC). FRASE "Não renuncio. Se quiserem, me derrubem." MICHEL TEMER – Presidente da República.Tags:
César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.