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Postado às 15h04 | 06 Jun 2017 | Propina foi usada na campanha de Henrique ao governo do RN

[caption id="attachment_58785" align="aligncenter" width="631"]Ex-ministro Henrique Alves quando saia do condomínio de Natal conduzido pela Polícia Federal (foto: reprodução Globo) Ex-ministro Henrique Alves quando saia do condomínio de Natal conduzido pela Polícia Federal (foto: reprodução Globo)[/caption] A força-tarefa da Operação Manus, que prendeu na manhã desta terça-feira (6) o ex-ministro do turismo Henrique Alves (PMDB-RN), revelou detalhes agora pouco da investigação que descortinou o esquema de desvio de recursos de obras públicas para “oxigenar” as campanhas eleitorais no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro. Os investigadores afirmam que Henrique Alves e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Lava Jato, usaram influência para beneficiar a construtora OAS em troca de “propina” para as suas campanhas eleitorais. Na época, Alves e Cunha eram deputados e tiveram atuação destacada, conforme a investigação, para liberar o financiamento do BNDES quando aconteceu o impasse sobre superfaturamento da obra da Arena das Dunas, de Natal. O procurador Rodrigo Teles afirma que Tribunal de Contas (TCE-RN) só indicou o sobrepeso em 2016. Disse ainda que o TCE solicitou da OAS dados para analisar o superfaturamento da obra da Arena das Dunas, coisa que a empresa nunca apresentou. Teles afirma que houve troca de favores em relação a OAS em três situações, ocorridas em 2013: privatização de aeroportos, rolagem da dívida da cidade de São Paulo e a obra da Arena das Dunas, alvo da investigação. O delegado Santiago Hounii, na coletiva à imprensa, revelou que parte do valor de R$ 77 milhões foi repassado de maneira ilícita para as campanhas eleitorais, divididos em repasses oficiais e por caixa 2. Henrique Alves foi candidato a governador do RN, sendo derrotado no segundo turno pelo atual governador Robinson Faria (PSD). Os valores repassados para a campanha de Alves, segundo os investigadores, foram bem elevados. [caption id="attachment_58792" align="alignleft" width="300"]Jornalista Érica Nesi e o esposo empresário Fred Quriroz são proprietários da Prátika (foto: web) Jornalista Érica Nesi e o esposo empresário Fred Quriroz são proprietários da Prátika (foto: web)[/caption] O dinheiro chegava à campanha através de empresas usadas, como é o caso da “Pratika Locações”, que chegou a sacar grandes volumes de dinheiro em espécie na campanha. Segundo Telles, os saques despertaram a atenção da Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAFI). Por suas contas passaram cerca de R$ 9 milhões. O sócio-proprietário da Prátika, Fred Queiroz, é um dos presos preventivamente, ao lado de sua esposa, jornalista Érika Nesi. Atualmente, Queiroz é secretário de Obras da Prefeitura de Natal. "A gente analisando a própria época desses saques de valores em espécie nota inclusive que nas vésperas do 2º turno foram sacados de R$ 2 milhões em espécie, o que gerou a suspeita concreta de que esses recursos possam ter sido utilizados para compra de votos", afirma o procurador Rodrigo Teles. Ainda sobre a compra de votos, Rodrigo Teles complementa: "Além dessa situação de saque de valores em espécie ainda estamos analisando a situação mas o afastamento do sigilo bancário já evidenciaram que a própria empresa prática realizou diversos repasses para políticos nessa época de campanha, exatamente em momento posterior ao recebimento de repasse da conta de campanha de Henrique alves ao governo de 2014 que indica aí também a compra de apoio político" "Até mesmo em outros casos, a Justiça Eleitoral é muito fácil de ser enganada, ou deixa se enganar facilmente. Aprova contas que são uma ficção", afirma Rodrigo Teles. Investigador lembra que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) aprovou contas da campanha de Alves com ressalvas. Leia mais: Operação Manus: ex-ministro Henrique Alves é preso em Natal Henrique Alves é de suas operação da PF na mesma manhã Prisão de Henrique complica ainda mais a situação de Temer Henrique Alves tinha livre acesso ao Palácio do Planalto

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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