(*) Jose Tavares de Araújo Neto
A cidade de Dix-Sept Rosado, localizada na chapada do Apodi, no vizinho Estado do Rio Grande do Norte, ganhou este nome em homenagem ao ex-governador Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia, que, em pleno exercício do seu mandato, faleceu em virtude de um desastre aéreo, em julho de 1951.
Anteriormente a hoje cidade de Governador Dix Sept Rosado era denominado Vila de São Sebastião, que entrou na rota do cangaco no dia 12 de junho de 1927, quando foi invadida e saqueada pelos bandos de cangaceiros comandados pelos famigerados Lampião, Sabino Gomes, Jararaca, Massilon Leite e Vinte e Dois, que se juntaram com plano de atacar a vizinha e próspera cidade de Mossoró.
Durante a passagem pela vila, os cangaceiros, além de saquearam o comércio, queimaram os vagões do trem e destruíram o telégrafo, sem que antes um agente da Estação conseguisse enviar mensagem para Mossoró informando que o bando estava a caminho, o que muito ajudou na organização da resistência.
O ex-governador Dix-sept Rosado era filho de casal de paraibanos, da catoleense Isaura Maia e do pombalense Jerônimo Ribeiro Rosado, este cultuado como o maior empreendedor da história de Mossoró, sendo nome de uma importante rua de Pombal, sua cidade natal.
Antes de fixar residência em Mossoró, o farmacêutico Jerônimo Rosado teve uma passagem por Catolé do Rocha, onde casou com Maria Rosado Maia, conhecida por Sinhazinha, com quem teve três filhos: Jerônimo Rosado Filho, Laurentino Rosado Maia e Tércio Rosado Maia.
Três anos após o casal fixar residência em Mossoró, Dona Sinhazinha falece, vítima de turbeculose, e Jerônimo Rosado retorna a Catolé para sepultar sua esposa e contrai núpcias com uma irmã de Sinhazinha, chamada Isaura Maia, com quem teve mais 18 filhos, maior parte dos homens chamado “Jerônimo” e enumerados. Sendo que do terceiro até o décimo, a inspiração para os nomes era o latim. A partir do 11º, e só com a exceção do 12º filho, todos levaram nomes inspirados nos numerais franceses.
Com Izaura, foram 11 homens e 7 mulheres. A maioria, dependendo do sexo, recebendo Jerônimo ou Isaura como primeiro nome.
Portanto, todos integrantes da tradicional e influente família Rosado de Mossoró, reconhecida pela inteligência e carisma, com destaque na política, negócios e nos meio sociais, tem como patriarca o farmacêutico Jerônimo Rosado, que foi imortalizado no livro "Jerônimo Rosado, uma ação brasileira na província - 1861/1930", de autoria do folclorista norteriograndense Luiz da Câmara Cascudo, pioneiro no estudo da cultura nordestina.
(*) Jose Tavares de Araújo Neto é pesquisador
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.