Quinta-Feira, 13 de março de 2025

Postado às 05h45 | 01 Set 2017 | Coluna - 1o de setembro de 2017

Greve e seus efeitos

A coluna abre espaço para o acadêmico Daniel Machado, aluno especial do Mestrado em Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que emite o seu ponto de vista sobre a possível greve dos professores e técnicos da instituição, por melhorias salariais e atualização da folha de pagamento. Leia:

"Nesta sexta-feira, 1.º de setembro, professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) vão decidir se iniciam ou não mais um movimento grevista. O pleito é justo. Eles querem a regularização dos salários e um reajuste salarial de 7,64%. Além de melhorias para a categoria, como a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e do auxílio saúde.

Embora legítima e de direito dos trabalhadores, enfrentar mais uma greve não seria interessante para a comunidade acadêmica. Principalmente, quando esse movimento paredista já começa sem esperança de êxito, uma vez que o Governo do Estado é categórico em afirmar que não tem como atender as reivindicações salariais da categoria.

“Não há como garantir salários em dia, tampouco reajuste”, diz com todas as letras os auxiliares do Governo. Culpa da crise, má gestão... O motivo não importa. O fato é que a greve que se desenha tem tudo para repetir o enredo da última paralisação, a maior da história da Universidade: cinco meses com atividades suspensas e com os professores retornando para a sala de aula sem nenhum ganho salarial. Essa é uma previsão fácil de fazer diante do atual cenário.

Além do risco de não conseguir as garantias salariais desejadas, uma possível greve agora pode ter sérios efeitos colaterais. O embate direto com o Governo do Estado pode fragilizar uma negociação acerca de aprovações de projetos importantíssimos, não apenas para a classe docente, mas para a comunidade acadêmica como um todo, como o PCCS, auxílio saúde e a tão sonhada autonomia financeira.

Não é justo trabalhar sem receber seus salários em dia. Contudo, iniciar uma greve nesse momento é um passo importante a ser pensado. Há muita coisa em jogo, muito além da questão salarial. Uma paralisação agora pode ser bastante prejudicial. Principalmente para os estudantes. Como sempre, os mais penalizados.

É preciso ser estrategista. Lutar da forma correta é de fundamental importância para o êxito da batalha. Uma greve não parecer ser a melhor estratégia.

Não agora."

 

Loa 2018

 A proposta de orçamento do Município de Mossoró, exercício de 2018, é de R$ 711 milhões, distribuída em R$ 559.937 milhões do orçamento fiscal; R$ 151,156 milhões da Seguridade Social; e R$ 48,811 milhões de dedução da receita corrente para formação do Fundeb. Previsão enxuta, levando em conta o momento de crise na economia. O projeto foi encaminhado à Câmara Municipal.

 

Com explosivo

 Menos de 24 horas de o Banco do Brasil anunciar a reabertura de 16 agências que haviam sido explodidas no interior do Rio Grande do Norte, os bandidos reagiram com dinamite, destruindo agência bancária no município de São Pedro do Potengi. O alvo foi o Bradesco, mas o recado respingou no BB. O Governo do Estado havia dado garantia que combateria a ação das quadrilhas.

 

Bloqueio

 O Tribunal de Justiça do RN bloqueou R$ 52 milhões das contas do Estado em razão das parcelas em atraso devidas para o pagamento de precatórios referentes ao ano de 2016. Devido a crise econômica, o bloqueio será feito em quatro parcelas no valor de R$ 13.030.626, com vencimento no dia 29 de que cada mês. A decisão é assinada pelo desembargador Expedito Ferreira.

 

Bico longo

 O tucano Geraldo Alckmin bradou que quer ser presidente da República. Acha que 2018 será a sua vez. Os brasileiros têm certeza que não. Há nove anos, em 2006, ele tentou em vão, sendo derrotado por Lula (PT).

 

Subiu o telhado

 Não há clima no Congresso para votar a reforma eleitoral. Nem agora, nem amanhã. E imagine uma semana com um feriado no meio. Para valer em 2018, a reforma terá que ser aprovada até o dia 7 de outubro próximo.

 

Ficha suja

 O Psol do RN perdeu o seu pré-candidato a governador: o ex-prefeito de Janduís, Salomão Gurgel, foi condenado em colegiado por improbidade administrativa. Tornou-se inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

 

É NOTÍCIA

1 - O jornalista Magnos Alves estreia hoje no jornalismo da Rede Resistência. Ocupará a bancada do FM 7 horas ao lado de Fábio Oliveira e do Observador Político, com Edmundo Torres.

2 - Os agentes do trânsito de Mossoró estão arrecadando alimentos não perecíveis, produtos de higiene e doação em dinheiro, para ajudar o albergue da cidade. Participe. O Albem faz um trabalho voluntário que atende as pessoas mais necessitadas.

3 - Nesta data, em 1969, a Rede Globo, de Roberto Marinho estreava o Jornal Nacional, um marco do telejornalismo brasileiro. Hoje, conduzido pelo jornalista William Bonner.

4 - O desemprego no Brasil caiu para 12,8% no trimestre encerrado em julho. Recuou 0,2% em relação ao trimestre anterior. E os números continuam absurdos: 13,3 milhões de desempregados.

5 - A Igreja Católica potiguar excomungou o padre José Irineu da Silva. Ele responde a processo na Justiça por crime de pedofilia, quando era pároco em Ipanguaçu.

 

FRASE

"Eu quero ser o presidente do povo brasileiro, dos empresários que geram emprego, do trabalhador."

Geraldo Alckmin – Governador de São Paulo.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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