Não é um país sério
Depois de percorrer 25 cidades nordestinas, Lula visita municípios de Minas Gerais. Chama a iniciativa de “caravana”, um eufemismo para campanha eleitoral fora de época. Coisa ilegal. De passagem pelo município de Itaobim, o ex-presidente petista desafiou dois campeões de popularidade a medir forças com ele nas urnas presidenciais de 2018: o juiz Sérgio Moro e o apresentador Luciano Huck.
Disse Lula em seu comício antecipado: “Se eles quiserem que eu não seja candidato e que eu não volte a ser presidente, eles só têm um jeito. Não é tentar evitar que eu seja candidato; é ter coragem — que coloque o Ministério Público, que coloque a Rede Globo, o Luciano Huck, que coloque o Moro, coloque quem eles quiserem para disputar as eleições. Quando a gente abrir a urna, a gente vai ver o que vai acontecer depois.”
Condenado a 9 anos e meio de cadeia no caso do tríplex do Guarujá, Lula aguarda o julgamento do recurso que seus advogados ajuizaram no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre. Se a sentença de Sérgio Moro for confirmada, o condenado virará um ficha-suja. E não poderá pedir votos em 2018. Alheio ao risco, Lula usa dinheiro público do fundo partidário para empinar sua candidatura sub judice.
Microfone em punho, o hipotético candidato, primeiro colocado nas pesquisas, faz pose de limpinho: “Até agora eles não conseguiram provar uma agulha na minha vida.” Sem medo de parecer ridículo, Lula insinua que a força tarefa de Curitiba é, por assim dizer, assassina. “Revistaram a minha casa, são responsáveis pela morte da minha mulher. […] Certamente, a razão para apressar a morte dela foi esse sofrimento dela.”
Afora os ataques à Lava Jato e seus protagonistas, Lula capricha nas críticas ao governo. Fala de desemprego e de arrocho fiscal como se esses fenômenos não tivessem as digitais de sua criatura Dilma Rousseff. Acusa Michel Temer de comprar votos na Câmara, sem se dar conta de que o PT era sócio do PMDB no matrimônio partidário que se transformou em patrimônio nos escândalos do mensalão e do petrolão.
O comentário do jornalista Josias de Souza, em seu prestigiado blog, é perfeito. Não tire uma vírgula.
O pior de tudo é que as coisas acontecem na cara dos brasileiros, mais pálidas do que pintadas, consequência da completa paralisia nacional. Os movimentos que temos são de torcidas, coxinhas x petralhas. Nada mais.
Crise aguda
O prefeito Túlio Lemos vai exonerar todos os ocupantes de cargos comissionados na Prefeitura de Macau. São 290 servidores que só ficam até terça-feira, 31. A partir daí, o prefeito espera ter condições de elaborar e cumprir um cronograma de pagamento dos salários atrasados. Lemos admite que a Prefeitura está quebrada, consequência das frustrações de receitas.
Iluminação
O complexo viário Abolição de Mossoró (BR-304) receberá iluminação em toda a sua extensão de 17 quilômetros. O projeto elaborado pela Secretaria de Infraestrutura do Município foi apresentado ao superintendente do Dnit-RN, Willy Saldanha. Serão instalados 524 postes com 900 luminárias de LED. Investimento de R$ 6,3 milhões. Agora, cabe ao Dnit-RN licitar a obra.
Insegurança
Os governadores se encontram hoje com o presidente Temer, em Rio Branco, no Acre. Por lá, debaterão segurança e controle das fronteiras, para buscar solução no combate ao narcotráfico. Robinson Faria (PSD) estará presente, como legítimo representante do estado da insegurança, o RN.
SEM SAÍDA
A Operação Lavat, que alcançou pessoas bem próximas do ex-deputado Henrique Alves, sinaliza que ele vai demorar preso. Segundo a Polícia Federal, Henrique usou assessores para ocultar bens. A sua prisão se arrasta desde o dia 6 de junho.
Sem líder
É muito provável que os Alves disputem as eleições de 2018 sem um líder. Pela primeira vez, em mais de quatro décadas, o grupo político-familiar não terá a presença de um comandante, antes exercido por Aluízio e depois pelo filho Henrique.
Não é a dele
O senador Garibaldi Filho assumiu a presidência do PMDB e a coordenação do projeto político-eleitoral de 2018. Tem a missão de manter a bandeira do aluizismo erguida. Tarefa árdua. Gari é bom de voto, mas não tem vocação para líder.
É NOTÍCIA
1 - O atual vice-presidente da CDL Mossoró, Wellington Fernandes, deverá ser o presidente da entidade. Nome de consenso para suceder o bioquímico Getúlio Vale, que não pretende continuar no cargo.
2 - Muito boa a estrutura do "Nonato Atacarejo", inaugurado em Mossoró na noite de quarta-feira. Os empresários Raimundo Nonato e Pablo Macel, pai e filho, mostram que é possível investir em tempos de crise e acreditar na força da economia de Mossoró.
3 - A Assembleia Legislativa realiza audiência pública, hoje, para debater os impactos da privatização da Chesf no Rio Grande do Norte e no Nordeste. Proposição do deputado Mineiro. Às 15h.
4 - O ônibus do Hemocentro estaciona hoje no campus da Ufersa em Mossoró, em frente à Biblioteca Orlando Teixeira, à espera de doadores de sangue. Ficará das 7h às 16h.
5 - Globo e CBF estão finalizando a negociação de transmissão dos jogos da Seleção Brasileira até 2022. A Globo deve pagar 2 milhões de dólares por jogo para manter o grito de gol de Galvão Bueno.
FRASE
"Ele estava articulando com seus assessores diretos a ocultação de seus bens, ou seja, lavagem de dinheiro."
OSWALDO SCALEZI JÚNIOR – Delegado da Polícia Federal sobre as atividades do ex-ministro Henrique Alves, mesmo depois de preso.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.