Quinta-Feira, 06 de março de 2025

Postado às 09h30 | 27 Dez 2017 | Coluna - 27 de dezembro de 2017

Pobre estado do RN

O parecer do procurador do Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo Oliveira, contrário à liberação de recursos federais para socorrer a folha salarial dos servidores públicos do Rio Grande do Norte, é de simples entendimento: os recursos de outros Estados (União) não podem pagar a conta do Rio Grande do Norte sob pena de incorrer em crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

É natural que o servidor público, sofrendo com atraso de salário, muitos sem ter como colocar a comida na mesa, passando fome mesmo, reconheça a legalidade da decisão. Ele quer o salário no bolso, seu direito respeitado e entende que os recursos públicos da União também são do Rio Grande do Norte.

O que não é aceitável é a postura de políticos querendo tirar proveito eleitoral, com discurso desprovido da verdade, enganador, sem se importar com o problema em si. A senadora Fátima Bezerra (PT) fez críticas ao procurador Júlio Marcelo, como se ele fosse o culpado pela crise no Rio Grande do Norte. A deputada Zenaide Maia (PR) apontou o dedo para o presidente Temer, insinuando que a União não manda os R$ 600 milhões porque não quer.

Pior ainda a postura dos senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM) e o deputado federal Walter Alves (PMDB) distribuindo releases e vendendo a falsa verdade de que estão lutando junto ao presidente Temer para liberar os recursos, quando na verdade eles nunca trabalharam nesse sentido.

Francamente.

Melhor fez o procurador Júlio Marcelo que, ao ser atacado injustamente, usou seu endereço nas redes sociais para repor a verdade, de forma simples, direta, porém, contundente:

“A população do Rio Grande do Norte é vítima da irresponsabilidade fiscal de seu governador e da condescendência do seu Tribunal de Contas. O Estado descumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal desde 2014 e não faz nada para se ajustar. Não cabe à população de outros estados (União), que cumprem a lei, pagar a conta do Rio Grande do Norte.”

Em português bem claro, o governador Robinson Faria não cumpriu o dever de casa, levando o estado ao completo desequilíbrio fiscal; as instituições de controle da coisa pública fizeram "vista grossa"; e o povo do Rio Grande do Norte, sempre condescendente, esperou passivamente a crise estourar e chegar ao ponto de miséria em que se encontra.

Essa é a pura realidade, dura, mas é a realidade. O resto é flacidez de discurso político.

 

FRASE

"O policial vai voltar abalado, sem ter o que comer, com família passando fome. Só falta agora o tronco e o açoite."

NILTON ARRUDA – Presidente do Sinpol, sobre a volta da polícia às ruas por determinação judicial.

 

Professor

 A Prefeitura de Mossoró lançou edital para contratação de professores temporários. A princípio, serão ofertadas 10 vagas em escolas de educação infantil ao 5º ano. Mas outras vagas poderão ser preenchidas no período de validade do concurso que é de 1 ano. A inscrição estará aberta entre os dias 8 e 12 de janeiro, na Secretaria de Educação. A taxa de inscrição é de R$ 60,00.

 

Grande cemitério

 Ruim com polícia, pior sem ela. Em uma semana sem policiais militares e civis nas ruas, o Rio Grande do Norte registrou 50 assassinatos. Só no feriado do Natal foram 34 mortes. Em Mossoró, segunda maior cidade do Estado, sete assassinatos de sexta para segunda-feira, sendo três mulheres. Já são 241 homicídios em Mossoró no ano, batendo todos os recordes negativos.

 

Lero-lero

 Tolice esse debate da crise financeira colocando Robinson x bancada federal. O governador não pede socorro à bancada, nem os parlamentares se oferecem, potencializam. A verdade é que não há bons sentimentos na política potiguar. Nunca houve. O resto é lero-lero.

 

Outros tempos

 A Câmara de Mossoró fecha o ano pagando os salários em dia, décimo terceiro e reajuste de salário de servidores. Bem diferente de dezembro de 2016, quando o caos estava instalado. Ponto para a gestão da presidente Izabel Montenegro.

 

NOVO?

Quem acha que em 2018 será o ano do "novo" na corrida presidencial, veja a cara e a careta dos pré-candidatos: Lula, Bolsonaro, Alckmin, Meirelles, Ciro Gomes e Manuela D'Ávila. Daí, a pergunta: você acredita mesmo no novo da política?

 

Novo? II

No Rio Grande do Norte, os nomes para o Governo são de Fátima Bezerra e de Carlos Eduardo. Para o Senado, Garibaldi Filho, José Agripino e Zenaide Maia. Todos eles se acompanharam de Maias, Alves, Rosado, Bezerras e outras tribos antigas. E o novo?

 

 É NOTÍCIA

1 - A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Mossoró já tem nova diretoria com a posse do presidente e vice-presidente, Wellington Rodrigues Fernandes e Stenio Max Fernandes.

2 -  A seca no Rio Grande do Norte, vista como a mais severa da história, foi mostrada para todo o país no telejornal da Globo. Mulheres de Santana do Matos, cidade em colapso, apareceram pedindo chuva a "Papai Noel". O estado tem 153 cidades em emergência.

3 - O usuário do transporte coletivo urbano em Mossoró iniciará 2018 pagando mais caro pela passagem. A partir de 1º de janeiro, o bilhete inteiro passará de R$ 2,95 para R$ 3,30.

4 - A estimativa da inflação caiu de 2,83% para 2,78%, bem abaixo da meta oficial que era de 4,5%. E o consumidor foi às compras do Natal, registrando um aumento de 6% nos shoppings.

5 - As agências bancárias ficam abertas até quinta-feira, 28. Na sexta-feira, 29, as instituições financeiras estarão fechadas aos clientes, funcionando apenas para serviços internos. Alerta, então.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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