ERA UMA VEZ II
O povo não deu a resposta que o ex-presidente Lula e o PT esperavam. A condenação ratificada em segundo grau, com ampliação da pena para 12 anos e um mês de prisão, não causou comoção e nem despertou a ira popular. Longe disso. Os brasileiros, imunes aos “petralhas” e “coxinhas” que povoam e enojam as redes sociais, ignoraram o palco erguido em torno do julgamento do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Porto Alegre (RS).
Lula, finalmente, se deu conta de que não é a santidade sob o olhar dos mais inocentes, nem a figura intocável que achava ser. Esperava-se que a ratificação da sentença provocasse uma “guerra”, com o povo armado para defendê-lo, como foi sugerido por alguns bacanas petistas, se enganou redondamente. O povo ignorou.
A operação Lava Jato, que desmantelou o maior esquema de corrupção da história do Brasil, expondo as vísceras apodrecidas de um sistema político e de poder, onde Lula aparece como principal personagem, mudou o comportamento dos brasileiros. Quem antes idolatrava nomes, seja de qual partido for, em parcela bastante considerável, se deu conta do equívoco e do perigo que é ter político como ídolo.
Ao longo das investigações feitas pelas instituições sérias deste País, como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, as cortinas que escondiam o caráter e o comportamento de líderes de massa, foram sendo abertas para todo o País. Os pacotes de dinheiro, volumes incontáveis; as práticas reles; e as riquezas de quem nunca trabalhou ou construiu de forma honesta conta bancária que justificasse o patrimônio, causaram decepção e fizeram o pobre honesto abrir os olhos para o ambiente sujo que parecia invisível.
Portanto, não vingou a estratégia de Lula de se colocar como vítima, sugerindo que seria crucificado pelas instituições. Fez uma campanha sórdida contra o juiz Sérgio Moro, responsável por sua condenação em primeiro grau; e com a ajuda de seus companheiros bancou comícios e manifestações no dia do julgamento, em desrespeito à Justiça brasileira.
A indiferença foi a maior das respostas. E de forma direta o povo disse que não o vê como um herói, um mártir ou como qualquer símbolo que transmita respeito, admiração e confiança.
Prevaleceu a confiança na Justiça. A sentença ratificada pela 8ª turma do TRF-4, com ampliação da pena, foi devidamente entendida como uma decisão técnica e justa, conforme justificado no voto de cada desembargador.
Resta agora o processo seguir o seu curso normal. E a certeza de que o País não precisa de mártir de ataque, mas sim de homens públicos honestos.
"Em uma República, todos os homens são de carne e osso."
MAURÍCIO GERUM – Procurador do MPF, no julgamento de Lula, em referência à obra "Crime e Castigo", de Fiódor Dostoiévski.
FIM DO SONHO
A decisão do Tribunal de Justiça de doar ao Governo do Estado o imóvel da antiga sede do Fórum Dr. Silveira Martins, em Mossoró, frustra o desejo do reitor Pedro Fernandes, da Uern, de instalar no local o Curso de Direito junto com a prática forense. O prédio no valorizado Corredor Cultural será vendido para ajudar o caixa do Tesouro Nacional. Avaliado em R$ 3,88 milhões.
CONCURSO
O Governo do Estado vai republicar o edital para o concurso da Polícia Militar, devido a irregularidades apontadas pelo Ministério Público. A decisão é do Tribunal de Justiça do RN. Uma das irregularidades se refere aos requisitos para investidura no cargo, infringindo a lei complementar 613, que entrará em vigor antes do encerramento do concurso. O governo acatará.
NOVO ALVO
Um dia após ter a pena ampliada para 12 anos e um mês de prisão, o ex-presidente Lula elegeu novo alvo para continuar com o seu blá-blá-blá, enquanto não vai preso: "Desembargadores formaram um cartel", sapeca, referindo-se aos membros da 8ª turma do TRF-4. Moro não serve mais.
CAMPO MINADO
O governador Robinson Faria (PSD) preferiu assinar em Natal a ordem de serviço da obra do Hospital Materno-Infantil de Mossoró. Sinal claro de que ele evita a segunda maior cidade do RN, até em momento positivo. A impopularidade restringe sua presença em Mossoró.
SEGUE
O Hospital da Mulher é um investimento de R$ 104 milhões para atender 20 mil pessoas por ano, de Mossoró e região. Recursos do Banco Mundial, via "RN Sustentável", criado no governo Rosalba, hoje chamado de "Governo Cidadão".
LITORAL
O Ministério Público recomendou a todas as prefeituras da Costa Branca a não gastarem com carnaval. Se respeitado, o belo litoral de Tibau, Areia Branca e Macau ficará sem folia de momo.
É NOTÍCIA
A inscrição do Sisu se encerra hoje, às 23h59. no site do Inep. No Rio Grande do Norte, as instituições estão ofertando 9.580 vagas. O resultado da primeira chamada sai no dia 29.
2 - A CCJ da Assembleia Legislativa fez andar os projetos do pacote fiscal "RN Urgente, que modifica a previdência estadual e que extingue os adicionais por tempo de trabalho do servidor público. Devem ir a plenário na próxima semana.
3 - Potiguar e Baraúnas quando não apanham, batem neles. Sacos de pancada no Campeonato Estadual de Futebol. Três jogos, três derrotas de ambos; 18 gols sofridos e apenas um marcado.
4 - A economia da Venezuela deve ter queda de 15% em 2018 e inflação de 13.000%, segundo o FMI. Pior é que o ditador Maduro antecipou as eleições para maio para renovar o mandato até 2025.
5 - As aulas na rede municipal de ensino começam no dia 19 de fevereiro, primeira segunda-feira pós-carnaval. Antes, de 15 a 17, será realizada a Semana Pedagógica.
Tags:
César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.