Quarta-Feira, 05 de março de 2025

Postado às 08h15 | 15 Fev 2018 | Coluna - 15 de fevereiro de 2018

CARNAVAL SEM POLÍTICA

Em ano eleitoral, o Carnaval funciona como um termômetro para medir a popularidade de políticos que desejam disputar cargos eletivos. Serve de prévia para a formação de palanques, lançamento de chapas, consolidação de candidaturas, etc.

A tradição, porém, foi desafiada neste ano. O Carnaval não ofereceu o ambiente que os políticos sempre usaram para trabalhar seus projetos.

Na verdade, eles fugiram da folia; decidiram, por prevenção, ficar longe da massa de gente. Os tempos não são favoráveis, pelo sentimento de indignação que eles, os políticos, despertaram nas pessoas.

Nem mesmo os que ainda detêm um pedacinho da simpatia popular se arriscaram nos pulinhos e dancinhas ao ritmo de marchinhas, axé, funk e modinhas.

Talvez, e provavelmente, eles não suportariam o susto com o grito de Jojo Todinho: “Que tiro foi esse...” Ou a gaiatice de algum folião lembrando o Mc Serginho: “Vai Lacraia, vai Lacraia...”

Melhor ficar em casa, como a maioria fez. Os diálogos, negociações, conchavos e outras coisitas mais, a portas fechadas, certamente renderam melhor do que o calor e o bafo do folião-eleitor.

No Rio Grande do Norte não foi diferente do resto do País. Apenas o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), provável candidato a governador, e a senadora Fátima Bezerra (PT), assumida pré-candidata ao Governo, visitaram ambientes da folia. Eduardo, em Natal; Fátima, em Natal e outras duas ou três cidades, não mais do que isso.

Nomes tradicionais como os senadores José Agripino Maia, presidente do DEM, e Garibaldi Filho, presidente do MDB, não foram vistos, nem despertaram saudade das pessoas.

Orientados pelos assessores e profissionais de marketing, não se aventuraram a enfrentar a multidão. Mesmo assim, ainda tiveram momentos delicados, com insultos de eleitores revoltados não apenas com eles, mas com a classe política no geral.

A insatisfação da população já sinalizava que os foliões não aceitariam a mistura de política com carnaval. O aperitivo disso ocorreu no período de veraneio, normalmente pródigo em produzir fatos político-eleitorais, mas que neste ano foi frio, gelado, contrastando com o sol quente do litoral potiguar, deixando os alpendres em silêncio total.

Pois bem.

Quem esperava novidade, um fato novo ou algo parecido, entrou a Quarta-feira de Cinzas com cara de ressaca, sem ter consumido nada. A sucessão estadual continua na mesma e assim continuará durante a Quaresma, período santo que não permite o sacrilégio.

 

FRASE

"Superação da violência passa por ver o outro como irmão e não como inimigo."

CÁRMEN LÚCIA - Presidente do STF, sobre a superação da violência, tema sugerido pela Campanha da Fraternidade.

 

VIOLÊNCIA

  O Rio Grande do Norte registrou 36 assassinatos no carnaval,  14 a menos em relação ao mesmo período de 2017. A redução foi de 28%. Natal e Região Metropolitana concentraram a maior parte dos casos, com 58,3%. A violência ainda foi alta, porém, as forças de segurança conseguiram reduzir as estatísticas, o que significa que a Operação Carnaval deu bons resultados.

 

VIOLÊNCIA II

  A Igreja Católica decidiu provocar a sociedade para aprofundar a reflexão sobre a violência no país, hoje em patamares absurdos. A Campanha da Fraternidade oferecerá a oportunidade com o tema "Fraternidade e superação da violência". Em Mossoró, o bispo dom Mariano Manzana lançará a CF 2018 no próximo domingo, 18, com missa na Igreja de São José, às 11h.

 

MELHOR NÃO

  O governador Robinson Faria (PSD) optou pelo abrigo de casa no período momesco. Evitou a festa popular e a multidão. Normalmente iria para Macau e Caicó. A crise de popularidade o aconselhou a não se arriscar. Robinson tem um governo reprovado por quase 70% da população.

 

“LULINHA”

  O deputado estadual Souza (PHS) que teve bens bloqueados por desvio de R$ 1,2 milhão da Prefeitura de Areia Branca, segundo a Justiça, tem usado a estratégia de vítima de "perseguição do Judiciário". A mesma usada por Lula. Ô povo honesto perseguido. Pense.

 

“BALUDOS”

 O TSE autorizou os partidos a usarem o Fundo Partidário nas campanhas de seus candidatos nas eleições de 2018. Uma bolada de R$ 888,7 milhões que se somarão a R$ 1,7 bilhão do fundo público eleitoral. Os donos das siglas estão "baludos".

 

CHUVAS

A prefeita em exercício Nayara Gadelha (PP) se reúne hoje com a Defesa Civil para definir medidas preventivas ao período de chuvas. A intensidade das últimas horas provocou transtornos em várias áreas.

 

 É NOTÍCIA

1 - As cidades de Caicó e Apodi fizeram os maiores carnavais do Rio Grande do Norte. Consolidaram-se como principais destinos dos foliões. A cidade de Macau priorizou o "mela-mela".

2 - A BR-226, que levou décadas para ser construída, não suportou as primeiras chuvas e está esburacada. No trecho entre os municípios de Almino Afonso e Antônio Martins as crateras formadas são enormes. O Dinit-RN precisar trabalhar urgentemente.

3 - Muita chuva no sertão potiguar. O Seridó e o Oeste estão em festa. Essas duas regiões são as mais castigadas pelo prolongado período de seca. O sertanejo está acreditando em bom inverno.

4 - O mercado financeiro reduziu de 3,94% para 3,84% a projeção da inflação oficial de 2018. A projeção segue abaixo do centro da meta de 4,5%, mas acima do limite inferior de 3%.

5 - A Defesa Civil de Mossoró está de plantão para atender chamadas de urgência e de transtornos provocados pelas chuvas. Os números da emergência são: 153 e 199.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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