Uern sofre com o descaso do governo e da sociedade
A UERN. A GREVE. O DESPREZO
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) entra a semana para fechar o quarto mês de paralisação. São dois períodos perdidos e a possibilidade de arrastar a crise por mais tempo. Para se ter ideia do estrago, estudantes selecionados no Enem 2017 só deverão ingressar em 2019. Prejuízo enorme para quem, de fato, paga a conta, no caso, o cidadão.
O sentimento que passa é que o governador Robinson Faria (PSD) não está nem aí para a greve e a instituição. Nesses 112 dias de paralisação, ele não apresentou uma proposta nem usou de instrumentos legais para fazer retomar as atividades.
A mesa de negociação se limitou a suas reuniões, sem a presença do governador, apenas para seus representantes afirmar que o Governo não tem como apresentar proposta para atender a única reivindicação de professores e funcionários: calendário de pagamento salarial em dia.
A paralisação da única instituição estadual de ensino superior também não incomoda outras instituições e autoridades. Fora notas de solidariedade emitidas de gabinetes, quando manifestantes foram retirados da sede da Secretaria do Planejamento, no Centro Administrativo, no início da paralisação, em novembro de 2017, nada mais se viu em defesa da universidade. Silêncio total. E preocupante.
Se as instituições que representam a sociedade não reagem em defesa da Uern, passam o sentimento que a universidade está desamparada, dando vazão, por consequência, à voz perturbadora de uma elite que deseja as suas portas fechadas. Faz coro, mesmo licenciosamente, a tese do desembargador Cláudio Santos, do Tribunal de Justiça (TJRN), que a Uern é um peso para o Estado, culpada, em parte, pela crise financeira, e que por isso deve ser privatizada ou federalizada.
É preciso reconhecer que não há uma luta legítima em defesa da Uern. A greve dos professores e funcionários nem de longe representa um movimento de proteção à universidade. Limita-se à questão salarial, legítima, reconheça-se, mas com um viés político perigoso que faz um mal danado à instituição.
Existe uma confusão de interesses de lado a lado, e o que menos interessa é a defesa da Universidade Estadual.
Melhor para quem deseja o seu fim. Melhor, ainda, para o governador Robinson, que não se sente atingido pela greve e que faz pouco caso por isso.
Aliás, o desinteresse é tão grande que o Governo sequer explica à população que a atualização dos salários da Uern está praticamente cumprida. Prefere o desprezo. Infelizmente.
FRASE
"Quer resolver o problema da saúde do RN? Por que não privatiza a Uern?"
CLÁUDIO SANTOS – Desembargador, em 2017, defendendo a venda da Universidade Estadual do RN.
MAIS CULTURAL
A edição 2018 do Mossoró Cidade Junina será mais cultural, com nova roupagem. O projeto entregue à prefeita Rosalba Ciarlini pela Secretaria de Cultura prevê mudanças em todos os polos e uma programação diversificada. O projeto será apresentado ao público na sexta-feira, 9. O lançamento oficial acontecerá em maio, antecedendo o tradicional Pingo da Mei Dia.
VAI EXPLODIR
O Governo do RN ainda não cumpriu o acordo para encerrar a greve dos policiais militares em janeiro último. Os praças reclamam que faltam o pagamento do décimo terceiro salário de 2017, a implantação dos níveis e o pagamento retroativo das promoções (a partir de dezembro de 2015). A categoria se reunirá nesta segunda-feira, 5, para definir novas mobilizações.
AMOR SEM LIMITE
A empresária Miriam de Sousa decidiu documentar em livro a sua história de vida com o ex-senador Carlos Alberto de Souza, falecido em dezembro de 1988. Dona Miriam passou 19 anos colocando no papel o que vivenciou com o marido, destacando principalmente o que ele era fora das câmeras e da política.
SEGUE
Carlos Alberto era jornalista, publicitário, empresário e político. Foi fundador da TV Ponta Negra (afiliada do SBT), senador da República, vereador de Natal, deputado estadual e deputado federal. Dona Miriam Sousa lançará o livro no dia 15 deste mês, em Natal.
OXIGENADO
O governador Robinson Faria (PSD) não tem do que se queixar da arrecadação própria do Estado. Em fevereiro, a arrecadação de impostos somou R$ 485.863.750,08, um aumento de 15% em relação a fevereiro de 2017.
JUNTOS OU...
O senador Garibaldi Filho (MDB) afirmou que a tendência natural é fazer aliança com o senador José Agripino (DEM), mas não garantiu. O noticiário aponta a possibilidade de separação.
É NOTÍCIA
1 - Potiguar e Baraúnas se encaram hoje no velho Nogueirão, às 17h. Um clássico Potiba inédito pelo que está em disputa: a lanterna do segundo turno do Campeonato Estadual 2018. Triste.
2 - O empresário Flávio Rocha lança em Mossoró nesta segunda-feira, 5, o movimento Brasil 200. O evento vai reunir empresários e políticos, às 15h, no Garbos. Antes, em Natal, Rocha participa de evento com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
3 - Nesta terça-feira, 6, o Governo do RN paga os salários de fevereiro para os servidores que ganham até R$ 2 mil. E no sábado, 10, recebem fevereiro os que têm salário até R$ 4 mil.
4 - Um show especial para o Dia Internacional da Mulher: "Agora que são elas", com as cantoras Caroline Melo, Vitória Fernandes, Gaby Viegas e Gabriela Mendes. Dia 8, no Teatro Dix-huit Rosado.
5 - O novo Fogo & Brasa – comida regional – abre as portas nesta segunda-feira, 5, na Praça da Convivência, no Corredor Cultural de Mossoró, com atendimento local e delivery. Confira.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.