MORREU. SÓ FALTA ENTERRAR
A greve dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) chegou ao seu limite. Esgotou-se. Não dá mais para continuar. A categoria está dividida, perdeu apoio dos estudantes, a sociedade se distanciou do movimento e o Governo não dá a mínima e nem sinais de que tentará convencer os grevistas a voltar ao trabalho.
Não adianta insistir. Prolongar por mais alguns dias só vai aumentar o desgaste e alargar ainda mais o fosso aberto entre a “luta por dignidade” e o interesse coletivo.
A porção radical do movimento ainda não se deu conta do prejuízo que a greve está causando à instituição, talvez anestesiada por interesses políticos. Provavelmente, vai acordar com o grito dos estudantes, notadamente a porção que não balança a cabeça para a condução política do Diretório Central dos Estudantes (DCE), alojada na esquerda universitária.
Na assembleia do DCE nesta sexta-feira, 9, a maioria decidiu que a entidade deve retirar o apoio à greve. Foram 33 votos contra 25. Houve uma tentativa de esvaziar a convocação e dirigentes da Aduern se fizerem presentes para tentar manter o apoio do DCE, sem sucesso. A maioria foi incisiva: os estudantes querem a sala de aula em atividade, concluir seus cursos, seguir a sua caminhada por futuro melhor.
A greve perdeu força porque não teve, até aqui, um sentido maior de defesa da Uern. O movimento se dividiu entre os que lutam por salários em dia e os que usam essa bandeira com fins meramente político-eleitorais.
A primeira porção, a que reivindica salário em dia, está convencida que a greve se exauriu, porque o Governo se aproxima de colocar os salários em dia. Hoje, por exemplo, o Estado paga o mês de fevereiro para quem ganha até R$ 4 mil, restando uma pequena parcela para atualização da folha. Daqui a pouco, a folha dos servidores estará em dia.
A segunda porção, enraizada na esquerda uerniana, insiste na paralisação das atividades, que hoje chega a 121 dias, como forma de esticar o processo de desgaste da gestão Robinson Faria (PSD). Posição pequena, diante da grandeza da Uern, e que pouco incomoda o governador, que já amarga uma reprovação de 85% por outros motivos, como a insegurança, o caos na saúde e a falta de um projeto para o RN.
Robinson, no duro, não está nem aí para a greve. Ele sabe que o movimento se isolou e deu vazão à tese de que a instituição é um "peso" para o Estado.
Portanto, a greve caminha para o completo fracasso e a Aduern, a sua condutora, vai colocar na conta uma derrota acachapante. Que salve a Uern.
FRASE
"Quero mandar recado para esse bando de vagabundos, que eles não vão me intimidar."
FLÁVIO ROCHA – Empresário, reagindo à invasão da Guararapes em Natal por membros do MST.
CIDADE JUNINA
Todos os projetos culturais do Mossoró Cidade Junina serão ampliados em 2018, para fortalecer a marca da festa junina mais cultural do país. A estrutura também será modificada. A área de show na Estação das Artes ficará maior e a Cidadela Junina, também. O projeto da edição de 2018 foi lançado nesta sexta (9), pela prefeita Rosalba Ciarlini e secretário de Cultura, Eduardo Falcão.
SANTO DE CASA
O Chuva de Bala no País de Mossoró será dirigido por Marcos Leonardo, um talento da terra. Pela primeira vez, o espetáculo terá a direção de um artista mossoroense. Marcos conhece o ambiente como poucos, pois já participou como ator, figurinista e coreógrafo. O Chuva de Bala conta a saga do povo mossoroense na resistência ao bando de Lampião, dentro do Cidade Junina.
ANO ELEITORAL
O presidente Temer pretende aumentar o valor do Bolsa Família, para repor a inflação. Também deseja pagar um abono de R$ 20,00 para os beneficiários que realizam trabalho voluntário. E ainda quer mudar o nome para "Bolsa Dignidade". Acha que, assim, será possível ficar bem na fita.
TREM
O governador Robinson Faria (PSD) já exonerou quase duas dezenas de indicados do vice-governador Fábio Dantas, e está catando os que restaram. Dantas, que rompeu para ser candidato a governador, diz que não indicou ninguém e que tem apenas afinidade com os exonerados. Sei...
BOLSONARO AQUI
O general Elieser Girão, secretário de Segurança de Mossoró, assumiu a presidência do PSL e a coordenação do presidenciável Jair Bolsonaro na cidade. O general também é o nome do partido para o Governo do Rio Grande do Norte.
SEGUE
Girão comandará carreata na cidade em defesa de Bolsonaro e do voto impresso. Será no domingo, 18, com percurso a partir da Avenida Presidente Dutra e encerramento na Estação das Artes.
É NOTÍCIA
1 - A inflação oficial ficou em 0,32% em fevereiro, a menor taxa para o mês desde 2000. O IPCA acumula inflação de 0,61% no ano, menor taxa desde a implantação do Plano Real, em 1994.
2 - Vai ter início a obra de drenagem do Santa Helena (zona norte de Mossoró). A ordem de serviço foi assinada nesta sexta-feira (9), pela prefeita Rosalba Ciarlini. Investimento de mais de R$ 13 milhões. O prazo de conclusão é de 12 meses.
3 - O coronel Sócrates Vieira de Mendonça entregou o comando do Corpo de Bombeiros Militar do RN. Segundo o Governo, por questões pessoais. Ele estava no cargo desde dezembro de 2016.
4 - O sistema prisional do RN vai continuar por mais 180 dias em estado de calamidade. O decreto do governador Robinson Faria permitirá o Governo continuar contratando sem licitação.
5 - O TRE-RN cassou mais dois prefeitos eleitos em 2016: Fábio Rodrigues (PRB), de Galinhos; e Rita de Luzier (DEM), de Parazinho. Por abuso de poder. Eles vão ao TSE, para voltar ao cargo.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.