127 DIAS PARA NADA
Está encerrada a greve dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). 127 dias de paralisação e nenhum ganho. O Governo sequer apresentou uma contraproposta para a única reivindicação feita pela categoria, legítima e justa, que se diga: pagamento de salário em dia.
Os prejuízos são enormes. Centenas de estudantes prejudicados por dois períodos letivos atrasados, retardando a formatura das turmas de concluintes; nenhuma garantia de qualidade na reposição das aulas; e o mais grave: a instituição completamente avariada sob o aspecto de sua importância para o ensino público superior do RN.
É hora de professores e professoras reavaliar a luta dentro da Uern. É hora da Associação dos Docentes (DCE), que coordenou o movimento, repensar a sua forma de atuação. É hora de o Diretório Central dos Estudantes (DCE) realinhar a sua atividade política com a verdadeira luta em defesa da Uern.
O fracasso do movimento encerrado nesta sexta-feira, 16, se apresenta como melhor instrumento de análise. Será que a greve é a “arma” certa para alcançar a conquista? A resposta pode ser encontrada nas últimas paralisações que afetaram a Uern. De pronto, pode-se afirmar: a categoria não ganhou nada; a instituição, muito menos.
A greve é um instrumento de luta legítimo e democrático; não se discute. O direito de ter salários dignos e pagamento em dia é inquestionável. Também não se discute. No entanto, existem outros aspectos que precisam e devem ser levados em conta.
No caso em tela, um impasse antecedeu o início da greve: os docentes exigiram o cumprimento do direito de receber salário em dia; o governo disse que o Estado reconhecia, mas não tinha, como de fato não tem, dinheiro no cofre para honrar o compromisso, justificado na profunda crise financeira que varreu as contas públicas.
Diante do ter direito versus não ter como cumprir o direito, era necessário buscar o melhor caminho. Estava na cara que a greve não faria, como não fez, o Governo atualizar o salário dos professores e servidores porque simplesmente o Estado não tem dinheiro para honrar o compromisso. Mesmo assim, a greve foi deflagrada e esticada. O governo se calou e deixou que o movimento se perdesse no cansaço; e foi o que aconteceu.
Paralelamente, a greve deu vazão ao discurso – revoltante e perigoso – daqueles que são contra a Uern, que vendem a falsa versão que a instituição é um "peso" para o Estado, e que querem a sua privatização. A Uern foi exposta à linha de tiro, sem uma defesa - legítima - de sua missão.
FRASE
"A sua generosidade é virtude que deve ser reconhecida no país."
BETO ROSADO – Deputado federal, justificando a indicação de Edy Moura ao prêmio Zilda Arns.
INDICAÇÃO
A mossoroense Edy Moura é candidata ao prêmio Zilda Arns, conferido pela Câmara dos Deputados. A presidente do Instituto Amantino Câmara – mantenedor do abrigo de idosos – foi indicada pelo deputado Beto Rosado (PSD). O parlamentar justifica a indicação na dedicação de dona Edy às causas da terceira idade. O vencedor do prêmio será conhecido no dia 9 de maio.
OUTRA GREVE
O governador Robinson Faria (PSD) tem até quinta-feira, 22, para cumprir o piso nacional do magistério, com retroativo ao dia 1º de janeiro de 2018. Do contrário, os professores da rede estadual iniciarão greve por tempo indeterminado. A categoria rejeitou a proposta de fatiar o índice de reajuste em cinco vezes, como propôs o Governo. O Sinte-RN está à frente do movimento.
SÓ DOIS
O governador Robinson Faria (PSD) escalou o Alto Oeste nesta sexta-feira, 16. Em Alexandria, abriu mais um Restaurante Popular. Na companhia política, apenas dois prefeitos: Rivelino Câmara (MDB), de Patu, e a anfitriã Jeane Ferreira (PSD). Tempos difíceis.
ALIANÇAS
O mundo político se encontra hoje no casamento da filha do presidente do Tribunal de Contas do RN, Gilberto Jales. A médica Liliane casa-se com o médico Victor. A recepção no Chaplin, em Natal, vai oferecer ambiente de muita conversa.
DEPRESSÃO
Da Radar/Veja: "O estado emocional de Henrique Alves, preso em Natal, começou a preocupar gente próxima a ele. Deprimido, ele sequer conseguiu se levantar da cadeira para se despedir de uma pessoa que foi vê-lo dias atrás. Permaneceu imóvel, chorando copiosamente, aliás como passa grande parte de seus dias."
SEGUE
A Justiça Federal do RN autorizou Henrique a cumprir prisão domiciliar, mas a Justiça Federal do DF, em outro processo, o mantém preso. Já são nove meses e oito dias sem liberdade.
É NOTÍCIA
1 - Estaremos no quadro "Conversando com Agenor Melo", na rádio RPC, a partir das 11h. Vamos bater um papo sobre vários temas, com destaque para a política em ano eleitoral. Confira!
2 - A Prefeitura de Mossoró contratou a empresa Servlight Gestão e Instalações Elétricas para executar o serviço de substituição do sistema de iluminação pública. A cidade está recebendo o sistema led. O investimento é da ordem de R$ 720 mil.
3 - Há 23 anos, Mossoró recebia o sistema de telefonia móvel, inaugurado pela Telern. Com celular na mão, o prefeito Dix-huit Rosado fez a primeira ligação para o seu filho Mário Rosado.
4 - Há 18 anos, o grupo Porcino entregava a Mossoró o complexo de lazer Porcino Park Center, com área de shows, vaquejada e lagoa pesque e pague. Terrasamba animou a inauguração.
5 - O Governo do RN vai concluir no dia 30 de março o pagamento da folha salarial de fevereiro. Também no dia 30 será pago o décimo terceiro salário de 2017 a quem ganha até R$ 2 mil.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.