MOSSORÓ NÃO TEM FUTEBOL
O Baraúnas caiu. Desceu à segunda divisão do futebol profissional do RN. Rebaixado pela primeira vez na sua história, em 42 anos de Campeonato Estadual.
Um vexame que poderia ter sido evitado, não fosse a falta de bom senso de seus dirigentes, que deveriam ter pedido licenciamento à Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), antes de cair para a Segundona.
Não seria demérito se o clube se afastasse dos gramados para se recuperar fora dele e um dia voltar forte, estruturado, capaz de respeitar a sua história de glória.
Estaria respeitando homens que, com amor, fizeram o tricolor triunfar em tempos de glória como Jonas Bezerra, Dr. Luiz Escolástico Bezerra, Jaime Marcelinho, Niceias, Evaristo Nogueira, Zoivo Barbosa, dentre outros.
A queda para a Segundona, em consequência da desestruturação do clube, sem saúde financeira, sem administração profissional, era questão de tempo. Foi alertado por profissionais de imprensa que observam o futebol além da paixão. Mas, a sua diretoria preferiu encarar a sugestão como uma agressão, perseguição ou coisa do tipo. A miopia lhe impediu de enxergar o óbvio.
O licenciamento seria menos traumático para o torcedor apaixonado; e mais eficiente sob o ponto de vista da reconstrução.
O trauma de agora custará caro, por dois aspectos de simples entendimento: 1 – a marca Baraúnas perde valor, o que dificultará ainda mais o seu retorno à primeira divisão; 2 – o torcedor, que já estava distante dos estádios, do dia a dia do clube, tende a “desaparecer” agora.
Não cabe, aqui, apontar culpados; condenar a gestão Josirene Ribeiro/Gilson Cardoso; rotular a atual diretoria. É certo afirmar que o Baraúnas se fragilizou ao longo dos anos, porque não entendeu as mudanças no futebol, cada vez mais profissional. Não teve a capacidade de planejar, explorar um mercado que está sempre aberto para propostas bem elaboradas. E se limitou a viver de esmolas.
O momento é bem delicado. Exige da diretoria a capacidade de iniciar um projeto maior do que a dor que abala os tricolores. Um projeto capaz de reestruturar o clube, reerguer seus pilares para, no futuro, retornar de forma organizada e capaz de estabelecer uma nova agenda no futebol.
Se não agir assim, o Baraúnas desaparecerá definitivamente. Então, que a diretoria tenha a sabedoria de fechar a cortina do espetáculo deprimente encerrado neste domingo, 18 de março de 2018, com a goleada de 4 a 1 para o modesto Assú, e que passe a conduzir o clube com competência para um dia voltar forte.
FRASE
"Deixo de lado os pesadelos do passado. Não vou ficar brigando por coisa de PT."
GERALDO ALCKMIN – Presidencial do PSDB, antecipando discurso de campanha.
QUE TIRO FOI ESSE?
Alexandra Maria de Morais foi morta no sábado, 17, na cidade de Antônio Martins, Alto Oeste do RN. 13 tiros de pistola 380. Três dias se passaram e não há qualquer movimento de protesto contra o ato de extrema violência. Nenhuma entidade emitiu uma nota de solidariedade. Será que é pelo fato de Alexandra não ter partido, militância? Ou a sua morte não dá "ibope"? Silêncio.
LAVA JATO, A SÉRIE
A Netflix vai levar ao ar série inspirada na Lava Jato, o maior esquema de corrupção da história do Brasil. O "Mecanismo" é dirigido por José Padilha, Felipe Prado e Marcos Prado e escrito por Elena Soarez, tendo no elenco atores consagrados como Selton Mello e Enrique Diaz. A série retrata as investigações que descortinaram o esquema criminoso na Petrobras. Estreia sexta-feira, 23.
PRESTÍGIO
Nove deputados e representantes de 11 partidos prestigiaram a filiação do vice-governador Fábio Dantas ao PSB. Chamou a atenção o bloco do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), que estava em peso aplaudindo o governadorável.
SEGUNDA INSTÂNCIA
Gerson de Melo Almada, um dos sócios da Engevix, descoberto pela Lava Jato, vai para cadeia depois da condenação em segunda instância. O mandado de prisão foi expedido ontem pelo juiz Sérgio Moro. Pouco repercutiu. Ele não é líder de massa nem é conhecido de petralhas e coxinhas.
SEGUE
A caneta de Sérgio Moro, porém, não passará despercebida daqui a pouco, quando o magistrado assinar o mandado de prisão do ex-presidente Lula. O mais tardar a primeira semana de abril. Aí, petralhas e coxinhas vão virar Jirayas nas redes sociais. Divertido.
LEITURA
Todos os grupos políticos do RN, tradicionais ou "novos", estão com pesquisas em mãos. Alguns entenderam os números, outros querem brigar com os números. E o tempo ficando curto.
É NOTÍCIA
1 - O I Encontro do Movimento Down em Mossoró acontece nesta quarta-feira, 21, no Partage Shopping, a partir das 17h. Faz parte da programação do Dia Internacional da Síndrome de Down.
2 - A Feijoada Beneficente do Espetáculo Paixão de Cristo 2018 será realizada no domingo, 25, na chácara do ex-vereador Gilmar Lopes, próximo ao Santuário Santa Clara. Toda renda será revertida para um grupo de jovens da encenação. Vamos prestigiar.
3 Vai ter início a obra da "Estrada do Cajuazeiro", interligando os municípios de Serra do Mel e Carnaubais. Os contratos publicados no Diário Oficial em nome da Construtora CLC. Obra importante.
4 - A Chapa 1 – Democracia, Unidade e Resistência, encabeçada pelo petroleiro Ivis Corsino, ganhou as eleições no Sindipetro-RN. Vai comandar a entidade dos petroleiros pelos próximos três anos.
5 - Depois de quatro meses e 11 dias, os estudantes da Uern voltarão a ter aula. O calendário pós-greve, definido pelo Consepe, marca a atividades a partir desta quarta-feira, 21.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.