Do G1
A ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye foi condenada nesta sexta-feira (6) por um tribunal de Seul a 24 anos de prisão pelo seu envolvimento no caso de corrupção da "Rasputina", que culminou com sua cassação em janeiro de 2017.
A sentença, que foi transmitida ao vivo pela TV, considerou comprovado que a ex-presidente conservadora e sua amiga Choi Soon-sil, conhecida como a "Rasputina", criaram um esquema para extorquir dinheiro de grandes empresas, como Samsung, Hyundai e Lotte.
Park, de 66 anos, foi considerada culpada por 16 das 18 acusações de abuso de poder, suborno e coerção, e ainda foi multada em US$ 17 milhões.
A queda em desgraça da ex-presidente começou em meados de 2016, quando foi revelado que sua melhor amiga, Choi Soon-sil, que nunca ocupou nenhum cargo oficial, aproveitou sua influência para obter milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas.
O escândalo levou a Assembleia Nacional a destituir a presidente em dezembro daquele ano, o que acabou com a imunidade de Park e abriu caminho para uma investigação.
Depois que o Tribunal Constitucional confirmou o impeachment em 10 de março de 2017, a Procuradoria interrogou a ex-presidente e solicitou sua prisão, porque considerava Park uma cúmplice de Choi. A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança.
Park é o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.
NOTA DO BLOG – A Coreia do Sul segue a vida normalmente, como deve ser. Já imaginou se fosse no Brasil? O crime de corrupção desceria degraus em debate chulo, e prevaleceria a discussão manhosa: "perseguição política, condenação política, prisão política..."
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.