Sábado, 01 de março de 2025

Postado às 04h30 | 03 Jun 2018 | Síndrome dos endividados

Crédito da foto: Reprodução O endividamento matou a vida dos brasileiros

(*) Luiz Soares

Saindo um pouco do foco, que ainda tem reflexos diretos, no dia a dia da nação brasileira, quem sabe se uma retrospectiva nos abra os olhos e faça surgir, a exemplo da indignação coletiva, um referencial comportamental, que elimine o critério de consumismo que dominou o país, nestas ultimas décadas.

A linha da pobreza tão alardeada serviu para enaltecer o egoísmo e a inveja dos chamados miseráveis, em todos os sentidos. Pura e danosa manipulação!

Grandes e irremediáveis populistas e cínicos oportunistas, sempre com as velhas e suadas, segunda intenções fez surgir a grande revolta. Pobre precisa de casa, utensílios domésticos (fogão, geladeira, freezer, micro-ondas, lava roupa, televisão tipo cinema, celular, tablete etc.), de moto, de carro, viajar de avião, roupas das melhores grifes, paredão, churrasco na laje, cerveja todos os domingos, curtir a praia e andar charmoso no calçadão; além, de amontoar os bailes Funks!

Neste estimulo eis que surge o empréstimo consignado. Até então, o drama se voltava para as inúmeras e incontáveis prestações. Nunca a SERASA teve tanto movimento. Mas, no empréstimo consignado, a morrinha ataca célere, no final de cada mês, ao receber o seu salario! O valor principal se mantinha incólume, sem qualquer modificação, mas o rosário dos descontos cortava o coração como uma navalha que atua sem pena e sem dó!

A bandeira da miséria passou a ser hasteada, como estimulo ao consumo. As fabricas adoraram e quem sabe, como foi o caso do financiamento de toda a linha branca, pagou propina a quem comandou essa “maravilhosa” ideia. No mais o governo faturou milhões, o PIB brasileiro foi exaltante. Os bancos comemoravam e ainda comemoram a farra do endividamento. O carnaval durou pouco e chegou o dia dos finados. A conta bate irremediavelmente, todos os meses nos seus bolsos. Agora além de seriamente endividados continuam vivendo abaixo da linha da pobreza.

O endividamento matou a vida dos brasileiros. Lembro o velho ditado: Gaiola bonita nunca suprirá a necessidade de alimentação do passarinho! Pois bem, o cinto foi apertado e a boca fechada. Tudo que é alimento passou a ser o vilão da miséria. Sem perspectiva de aumento salarial, sem ganho financeiro advindo da atividade como autônomo, somente lhes restam, amargar a fome. Uma mortadela tem que servir para um mês completo, como tempero.

A armadilha funcionou e ainda funciona perfeitamente. O gás de cozinha é caro, a gasolina é caríssima. A energia vive pulando no rabo do gato. O transporte come a paciência e a realidade, que se denota todos os dias, na hora de comprar a sua passagem. O povo consumista e endividado multiplica o lucro de todos os conglomerados que fazem a dinâmica da vida econômica do país. Os balanços são notórios com os seus resultados sempre positivos e o governo enchendo os bolsos, sem dar em nada, algum tipo de retorno compensatório, a essa mesma população.

 

Falta tudo!

A saúde na sua complexidade esta irremediavelmente falida. Falta tudo até esparadrapo.

A educação sem a gentileza virou peça no teatro dos horrores.

A segurança somente para aqueles que podem portar uma arma.

O transporte e as estradas são dignos dos tempos medievais.

A síndrome é conformista, anônima e altamente silenciosa. Assim acreditam no milagre de fora para dentro, quando o mais racional seria ou deva ser de Dentro para Fora!

Podemos consertar tamanha insensatez?

Claro que sim! Inverter os valores.

Nós sabemos produzir e devemos saber e bem avaliar o limite do consumir. Quanto aos ditames governamentais, não adianta chorar o leite derramado. O que devemos nos agarrar seria a oportunidade de analisar, se convencer e saber escolher em quem VOTAR.

Finalmente, o voto é o principal antidoto que podemos admitir e pensar e, assim poder vislumbrar, outro tempo, para o outro país, com o nome de Brasil.

(*) Luiz Soares da América do Sul.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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