NUNCA MAIS SERÁ COMO ANTES
Sinceramente, estou assustado com a República de Curitiba, porque a partir de um juiz de primeira instância tudo pode acontecer nesse país”, declarou Lula para Dilma numa conversa vazia captada por grampo da Polícia Federal em 4 de março de 2016.
Hoje, passado na tranca, cumprindo sua pena de 12 anos e um mês de cadeia, Lula assiste nos telejornais que lhe chegam pela TV instalada em sua cela à entrevista em que Sérgio Moro anuncia o início da federalização da República da Lava Jato.
Lula vê o “juiz de primeira instância”, agora na pele de futuro ministro da Justiça, informando aos repórteres os nomes dos seus primeiros assessores. Para a direção-geral da Polícia Federal, Moro escolheu o delegado Maurício Valeixo, que coordenou há sete meses, a partir da capital da Lava Jato, a prisão da divindade do PT. Para o DRCI, departamento que ajuda a trazer de volta o dinheiro enviado pelos larápios para o estrangeiro, Moro selecionou a delegada Érika Marena, a mesma que batizou em 2014 a operação que fez o impensável acontecer no Brasil.
Conduzido coercitivamente pela Polícia Federal, Lula acabara de prestar depoimento por ordem de Sérgio Moro. Estava uma arara quando dividiu sua irritação com Dilma, sem saber que era escutado pela PF. Soou premonitório. Ainda hoje, a oligarquia política e empresarial enxerga Curitiba como um outro nome para inferno. Poderosos tornaram-se impotentes. Invulneráveis foram enviados para casa pelo eleitor. O inimaginável tomará posse como presidente da República em 1º de janeiro de 2019.
Resta agora saber se, federalizado, o inferno manterá sua produtividade em alta. Em Curitiba, a Lava Jato produziu 215 condenações contra 140 pessoas. Juntas, as sentenças somam 2.036 anos de cadeia. Foram colocados em movimento pedidos de ressarcimento que contabilizam R$ 39,9 bilhões. Moro e Cia. Viraram a mesa do sistema político.
A federalização da Lava Jato, sob a análise criteriosa do jornalista Josias de Souza, faz a sociedade brasileira acreditar que é possível, sim, um governo combater a corrupção. Foi para isso que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) convocou Sérgio Moro para assumir o superministério da Justiça. A formação da equipe, com o pulso firme da República de Curitiba, não deixa dúvida de que Moro está caminhando sem a vigilância cavilosa do superior, contrariando o modelo de governo que destruiu o País.
Resta acreditar que, na prática, Sérgio Moro, sustentado pelos alicerces de betão da Polícia Federal, faça em Brasília o que fez em Curitiba. O que se espera dele e do governo Bolsonaro.
FRASE
"Não haverá aumento de carga tributária."
PAULO GUEDES – Futuro ministro da Economia, descartando aumento de impostos.
MAIS MÉDICOS
O novo edital do Mais Médicos, publicado nesta terça-feira, 20, reserva 139 vagas para o Rio Grande do Norte, distribuídas em 67 municípios. As 14 vagas de Mossoró foram mantidas. Os profissionais selecionados receberão salário de R$ 11.865,60 por 36 meses, com possibilidade de prorrogação. A previsão do governo é que eles comecem a trabalhar no dia 3 de dezembro.
PESQUISE
As promoções Black Friday, onda americana copiada no Brasil, nem sempre beneficia o bolso do consumidor. Tem loja com ofertas que são verdadeiras "pegadinhas". Aumenta o preço do produto para depois oferecer o desconto. Para evitar os espertalhões, a dica é pesquisar, principalmente nos shoppings, onde há desconfiança que as muitas lojas camuflam os números.
FAVORITO
Ezequiel Ferreira (PSDB) tem como certo o voto dele e de mais 13 deputados eleitos e reeleitos para renovar o mandato na presidência da Assembleia Legislativa. Outros 10 deputados gravitam em torno da possibilidade de uma "zebra", sonhada pelo deputado reeleito Tomba Faria (PSDB). É pouco provável, que se diga.
A SEU TEMPO
O governo da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) entrará 2019 com nova "roupagem", necessária pós-urna. Rosalba é consciente que precisa "fazer acontecer" na segunda metade de sua gestão.
DEMOCRATAS
O Democratas carimbou as suas digitais no governo do presidente Jair Bolsonaro. Já emplacou três representantes na Esplanada dos Ministérios: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde). Sem loteamento, jura.
COLUNA DO MEIO
Ser ou não ser governo. O dilema do Solidariedade potiguar será colocado em discussão no próximo sábado, 24, no encontro em Natal. O deputado Kelps Lima, o líder, vai sugerir que a coluna do meio é mais, digamos, vistosa, para a sigla laranja virar um "suco". Ele sabe fazer.
É NOTÍCIA
1 - Nesta data, em 1966, era criado, por decreto-lei, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), hoje Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Cumpre a sua missão, apesar dos pesares.
2 - Marcado para 1º de dezembro o primeiro evento no Teatro Estadual Lauro Monte Filho, aberto depois de 10 anos. A Banda Plutão Já Foi Planeta subirá ao velho-novo palco. Na mesma noite terá apresentação da banda local Alfredo e os Caras.
3 - Em 1979, nesta data, o Congresso Nacional aprovava a reforma partidária, em longa votação, decretando o fim da Arena e do MDB. Abertura democrática para novo sistema político-partidário.
4 - Os docentes da Uern votaram contra indicativo de greve, mas a categoria vai se engajar na mobilização do Fórum de Servidores, dia 27 deste mês. Luta para receber salários em dia.
5 - Fernando Haddad (PT) se tornou réu por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, quando foi prefeito de São Paulo. E pensar que ele queria ser presidente do Brasil. Imagine.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.