Ilustração mostra a desigualdade salarial no serviço público
A CONTA FORA DO EIXO
O presidente Michel Temer (MDB) optou pela política da boa vizinhança ao sancionar o aumento de 16,38% no contracheque mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Daqui a pouco, quem sabe, Temer não precisará do bom humor dos inquilinos do andar de cima do Judiciário brasileiro, afinal, uma penca de processos o espera como réu comum, tão logo desça a rampa do Planalto e deixe para trás o foro privilegiado.
Para justificar o carimbo no bolso do contribuinte, Temer fez de conta que está jogando duro com o Judiciário ao “exigir” a revogação do famigerado auxílio-moradia, que já está em via de extinção por iniciativa da própria Suprema Corte.
Pois bem.
Se o Planalto não teve coragem de fechar a torneira para o Judiciário, o Congresso decidiu não se indispor com os barnabés federais e decidiu enviar para a gaveta dos assuntos pendentes a Medida Provisória de Temer que adiaria para 2020 o reajuste salarial de 372 mil servidores públicos, sendo 209 mil ativos e 163 mil aposentados. Os deputados e senadores concluíram que já não faz sentido arrochar o contracheque do funcionalismo, se Temer abriu o cofre para o Judiciário.
Pior para o futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), a ser iniciado em 1º de janeiro. Sem o adiamento do reajuste salarial dos servidores, o governo de Bolsonaro deixará de economizar R$ 4,7 bilhões. Somam-se, aí, pelo menos R$ 4 bilhões de custo do reajuste do Supremo, e chega-se a um carimbo de R$ 8,7 bilhões a mais de gastos em 2019.
Para os parlamentares, Michel Temer lavou as mãos ao não resistir ao aumento salarial do STF e, também entenderam, que Bolsonaro não se mobilizou para desarmar no Legislativo o gatilho salarial. Dessa forma, os inquilinos do Congresso optaram por não se indispor com as categorias beneficiadas com os reajustes que valerão a partir de 2019, entre elas a Polícia Federal, Receita Federal e o Banco Central.
Vale lembrar que o peso do reajuste salarial do Supremo não cairá apenas nas costas do governo do futuro presidente verde-oliva. O chamado efeito cascata também castigará os governos estaduais, na medida em que os 16,38% devem ser aplicados nos salários de desembargadores, juízes, servidores do Judiciário, entre outras categorias.
Péssima notícia para quem já vai pegar os estados quebrados. É o caso do Rio Grande do Norte, que sequer tem condições de comprar um pires para com ele pedir esmolas.
A futura governadora Fátima Bezerra (PT) receberá o cofre quebrado e muito provavelmente com uma conta de R$ 2 bilhões em restos a pagar. É um cenário muito preocupante.
FRASE
"Eu acredito que Lula passa por um momento muito difícil após as eleições."
FERNANDO HADDAD – Ex-candidato a presidente, sobre o companheiro Lula na prisão de Curitiba.
PROTESTO
O Fórum de Servidores do Estado vai ocupar o Centro Administrativo nesta terça-feira, 27, para protestar contra o atraso salarial. Deve fazer barulho. Não incomodará o inquilino da Governadoria. O governo Robinson Faria não paga salário em dia desde janeiro de 2016, e nem por isso ele se incomodou com as manifestações. Vai passar a batata quente para a futura governadora Fátima Bezerra (PT).
CENÁRIO ADVERSO
A enfermeira Maria da Saudade assume o comando da saúde pública de Mossoró em cenário bem adverso. O desafio é enorme diante da estrutura avariada e da escassez de recursos. Outro problema são as frequentes canetadas da Justiça bloqueando recursos da pasta, principalmente para cooperativas e Apamim. A nomeação de Saudade está publicada no Jornal Oficial (JOM).
DEFINIDO
A Justiça Eleitoral do RN vai diplomar os eleitos no pleito de 2018 no dia 19 de dezembro, às 16h, no Teatro Riachuelo, em Natal. Receberão diplomas 40 eleitos para os cargos de governador, vice-governador, senadores, suplentes, deputados federais e estaduais.
INDEFINIDO
Quem receberá o oitavo diploma de deputado federal eleito: Fernando Mineiro (PT) ou Beto Rosado (PP)? A resposta será dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dentro dos próximos 10 dias, quando julgará o badalado "Caso Kerinho".
SAÚDE MENTAL
Dr. Daniel Sampaio, que foi candidato a deputado estadual pelo PSL, abraçou o presidente eleito Jair Bolsonaro, no Rio. E aproveitou para pedir ao capitão a transformação do Hospital São Camilo em fundação de referência à saúde mental. Recebeu aceno positivo.
PRESIDENTE
Hélio Imbrósio, que é oficial da reserva da FAB e empresário, vai assumir a presidência do PSL no RN. Substituirá o brigadeiro Carlos Eduardo, que foi responsável pela reorganização do partido no estado e responsável pela campanha de Jair Bolsonaro no RN.
É NOTÍCIA
1 - A estimativa da inflação para este ano caiu de 4,13% para 3,94%. Para 2019, a projeção da inflação passou de 4,20% para 4,12%. Não houve alteração na estimativa para 2020: 4%.
2 - Hoje, faz seis anos que a cultura de Mossoró e do RN perdeu o escritor e historiador Raimundo Soares de Brito, “Raibrito”. O caraubense, adotado por Mossoró na década de 40, fez e entrou para a história como um cidadão das letras.
3 - O Governo do Estado depositou um "vale" de R$ 6 mil na conta dos aposentados que recebem acima desse valor, e promete quitar a folha de outubro ainda em novembro.
4 - A Câmara Municipal de Mossoró vai homenagear os 45 anos de fundação da Caixa Econômica Federal (CEF), em sessão solene marcada para esta quinta-feira, 29, às 16h.
5 - A Biblioteca Padre Sátiro Cavalcanti Dantas ganha nova sede no campus da Uern em Pau dos Ferros. A obra será inaugurada na sexta-feira, 30, pelo reitor Pedro Fernandes.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.