Prédio da Reitoria da Uern em Mossoró
RESPEITE A UERN
O deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB), que tem base política consolidada em Natal e, principalmente, no seio da elite metropolitana, diagnosticou que a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) é um dos “pesos” que contribui para o grave desequilíbrio fiscal e financeiro do RN. E, de pronto, atira: “O ensino superior não é obrigação nossa; ela deve ser federalizada.”
Entrevistado pela jornalista Thaísa Galvão, numa emissora de rádio de Natal, Carvalho não se preocupou com reações contrárias, muito menos levou em conta a importância da instituição. O parlamentar, que vai cumprir o quarto mandato na Assembleia Legislativa, não teve base política na área onde a importância da Uern é reconhecida; e se tivesse, o voto já foi dado, ele não precisa agora de “fazer média”. Só daqui a quatro anos.
Pois bem.
O que Gustavo Carvalho pensa da Uern não é novidade. Ele faz parte de uma elite que sempre quis ver a instituição de ensino superior pelas costas. Nunca se importou com seus mais de 20 mil estudantes da universidade estadual, com os seus professores doutores e mestres, técnicos administrativos, e a comunidade que sabe o valor imprescindível que a instituição exerce em favor do desenvolvimento sócio e econômico do estado.
O deputado, assim como a elite pedante, julga que um orçamento de R$ 360 milhões/ano é muito para uma instituição do tamanho da Uern. Como se o dinheiro fosse jogado na lata do lixo, e não investido na formação inteligente do homem e da mulher do futuro.
Enfrentar a forma odiosa como essa elite olha para a Uern é um desafio permanente de Mossoró e do Rio Grande do Norte. Mais do que isso: exige da sociedade como um todo a união de forças para não permitir que o inimigo do ensino superior, gratuito e de qualidade, se sobreponha ao patrimônio de todos.
Certamente Gustavo Carvalho vai levar a tese odiosa contra a Uern para o plenário da Assembleia Legislativa. O parlamentar tucano já antecipou o que pensa, sugerindo que a instituição deixe a estrutura do Estado e seja absorvida, em melhor sorte, pela esfera federal.
Resta, então, exigir que os representantes de Mossoró, a partir de 2019, Isolda Dantas (PT) e Alysson Bezerra (SDD), não permitam tal agressão e formem barreira contra os que querem o fim da Uern. É obrigação defender a instituição das garras maldosas da elite potiguar.
FRASE
"A Uern não é obrigação do Estado. Ela deve ser federalizada."
GUSTAVO CARVALHO - Deputado estadual reeleito, em discurso contra a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
OITICICA
O Governo Federal aprovou mais R$ 239 milhões para a conclusão da barragem de Oiticica, na região do Seridó. O novo termo de compromisso foi ampliado de R$ 311 milhões para R$ 550 milhões sem contrapartidas do Estado. A obra já tem R$ 100 milhões empenhados e aguarda repasse ainda em 2018. A previsão é de que a barragem fique pronta até o final do próximo ano.
EXTRA
O Tesouro transfere para a conta das prefeituras, nesta sexta-feira, 7, o "extra" de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de dezembro. Uma bolada de R$ 4.214 bilhões, que será compartilhada entre os Entes municipais. O valor representa um aumento de 8,7% em comparação com 2017. Os recursos ajudarão os prefeitos a honrarem compromissos de fim de ano.
RANGER DE DENTES
Desce a rampa da Governadoria a informação de que o restante do 13º salário de 2017 será jogado para o "restos a pagar" de 2019, junto com a folha de dezembro e o 13º de 2018. O governo corre para — pelo menos — pagar o restante da folha de novembro e os salários de dezembro. Estamos a 24 dias do fim do ano.
ENQUANTO ISSO...
A Assembleia Legislativa autorizou o Ministério Público Estadual a fazer recomposição salarial de 3,5% nos salários de seus membros. É aquela história, enquanto uns choram, outros riem.
CALCULADORA
Números da movimentação financeira do Palácio Rodolfo Fernandes chegam ao titular da coluna. Com uma sugestão: use a calculadora para bater o dito com o não dito. Como matemática é uma ciência exata... Voltaremos ao assunto.
“TEJE PRESO”
Aristides Siqueira Neto foi preso em Brasília e começa a cumprir a pena de mais de 7 anos de prisão. Para quem tem memória curta, vamos refrescar: ele foi chefe de gabinete do ex-governador Fernando Freire, que também está preso, e sujou as mãos com crime de peculato. Estava escondido no DF.
É NOTÍCIA
1 - O ex-petista Antônio Palocci, contou detalhes de como Luís Cláudio, filho do ex-presidente Lula, embolsou milhões de forma fraudulenta. Da prisão, Lula diz que é tudo mentira. Ô povo danado.
2 - A UnP está selecionando professores para o ano letivo de 2019, com vagas nas unidades de Natal, Mossoró, Pau dos Ferros, Caicó, Currais Novos e Limoeiro do Norte (CE). Os interessados devem se inscrever até segunda-feira, 10, no site www.vagas.laureate.net.
3 - Há 27 anos, como prefeito interino de Mossoró, Luiz Pinto autorizava o início da obra de rede de distribuição de água na comunidade do Bom Jesus. Uma obra esperada havia 70 anos.
4 - Nesta data, em 1987, Brasília era declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Um título que deveria ser respeitado por aqueles que habitam o Congresso Nacional.
5 - A pastora Damares Alves foi escolhida por Jair Bolsonaro para o Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos. Seu discurso é intolerável: "Ideologia de gênero é morte", costuma falar.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.