Terça-Feira, 25 de fevereiro de 2025

Postado às 10h45 | 11 Dez 2018 | Coluna César Santos - 11 de dezembro

Crédito da foto: Reprodução Crise financeira castiga o RN

SOCO FOI DESFERIDO EM 2010

No último ano de duas gestões seguidas, em 2010, a então governadora Wilma de Faria (falecida em 2017) procurou fazer as pazes com diversas categorias do funcionalismo público, com quem havia batido de frente nos últimos anos. Encaminhou à Assembleia Legislativa os Planos de Cargos, Carreiras e Salários. Os deputados aprovaram na velocidade do vapt-vupt, em articulação conduzida pelo então presidente da Casa e hoje governador Robinson Faria (PSD).

Wilma acreditava que com a bondade construiria o melhor ambiente para se eleger senadora da República naquele ano, o que acabou não acontecendo. Pior foi a herança maldita que ela deixou para o Tesouro Estadual. Os PCCSs foram aprovados sem previsão orçamentária e sem um estudo sobre o impacto que as novas despesas provocariam na saúde financeira do RN.

A batata quente caiu no colo de Rosalba Ciarlini (PP), que sucedeu a gestão Wilma/Iberê Ferreira. Logo em 2011, os servidores ocuparam a Governadoria, paralisaram as atividades, transformaram o governo em um inferno, para exigir a implantação dos Planos. Não deu outra, os PCCSs foram sendo implantados paulatinamente e, ao mesmo tempo, atingindo de morte a saúde financeira do estado.

Hoje, oito anos depois, se observa de forma bem clara como aquilo foi ruim para o estado. Os números são aterradores. Veja: o Governo do Estado aumentou em mais de 160% os gastos com folha de pessoal, saltando de R$ 1 bilhão em 2010 para R$ 2,6 bilhões em 2018.

Os reajustes anuais concedidos ao funcionalismo, por força dos PCCSs, somados ao aumento vegetativo e a ausência de planejamento na previdência social, consumiram o cofre público. Em 2010, o déficit da previdência era de R$ 9 milhões. Em 2014, no final do governo Rosalba, já era de R$ 80 milhões. Hoje chega a R$ 120 milhões.

Os gastos com os Poderes também alcançaram patamares absurdos. O Ministério Público subiu de R$ 80,4 milhões em 2010 para R$ 152,61 milhões este ano, aumentando em 99,99%. As despesas serão ainda maiores em 2019, com aumento de 3,5% nos salários dos servidores, autorizados pela Assembleia Legislativa na semana passada.

O Tribunal de Justiça (TJRN) e o Tribunal de Contas (TCE-RN) também elevaram as suas despesas no período em 168% e 167%, respectivamente.

Pois bem.

O soco dado em 2010 é sentido agora de forma mais dura, com o peso de levar a nocaute o velho e cansado elefante. Salários atrasados, serviços vitais sucateados, estado totalmente parado.

 

FRASE

"Governarei para todos, sem distinção de origem social, sexo e cor."

JAIR BOLSONARO – Presidente eleito no discurso de diplomação.

 

FOLIA

 A Secretaria de Segurança Pública vai colocar 600 policiais para trabalhar nas quatro noites do Carnatal, com os custos bancados pelo contribuinte de todo o estado. Ou seja, uma festa privada com despesas públicas. Para ser ter ideia, são 2.400 diárias que o cidadão vai pagar. Além do mais, os 600 policiais serão tirados das ruas longe da micareta dos natalenses e de outras cidades.

 

AUDITORIA

 A presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Izabel Montenegro (MDB), pretende realizar uma audiência nas contas do Legislativo dos últimos dez anos. Segundo ela, uma forma de apresentar diagnóstico completo à população e proporcionar mais transparência. A auditoria será realizada por uma equipe de professores da Universidade do Estado do RN (UERN).

 

SEM DÉCIMO

 Um terço das 167 prefeituras potiguares não deve honrar o pagamento do 13º salário do funcionalismo. Nem mesmo com a cota extra do FPM que foi transferida pelo Tesouro Nacional. Os prefeitos reclamam que não têm dinheiro em caixa e que dificilmente farão "milagre" nas três semanas que restam para fechar o ano.

 

VERBA

 O projeto que ressuscita a verba de gabinete na Câmara Municipal de Mossoró será aprovado hoje com 12 votos. A verba custará R$ 94.500 por mês e R$ 1.134 milhão por ano. Os vereadores afirmam que os gastos estão previstos no orçamento da Casa.

 

SEGUE

 A presidente Izabel Montenegro (MDB) avisou que não pagará a verba de gabinete, mesmo se aprovado em plenário. Comprou a briga. Os 12 vereadores favoráveis à verba já avisaram que, isso ocorrendo, tomarão medidas previstas em lei.

 

REDES SOCIAIS

 No discurso de diplomação, Jair Bolsonaro enalteceu as redes sociais: "O poder popular não precisa mais de intermediação. As novas tecnologias permitiram uma relação direta entre o eleitor e seus representantes." São elas que o vigiarão.

 

 É NOTÍCIA

1 - A Fundação Casa do Caminho recebe convidados para o jantar natalino neste sábado, 15, com a presença do padre Charles Lamartine, que abordará o tema "Natal com Jesus". Agende.

2 - Padre Paulo Henrique, vigário-geral da Arquidiocese de Natal, é o pregador desta terça-feira, 11, da novena de Santa Luzia, com o tema "Movimento de Leigos". Após a novena, mais uma apresentação do Oratório de Santa Luzia, no adro da Catedral.

3 - Segundo o Ministério da Saúde, até esta segunda-feira, 10, 4.507 médicos compareceram ou iniciaram as atividades nas localidades. Isso representa 53% das vagas desocupadas pelos cubanos.

4 - O poeta mossoroense Antônio Francisco foi homenageado na 1ª edição da Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo, nesta segunda-feira, 11, no Senado Federal. Justíssimo.

5 - O vereador Petras Vinícius (DEM) foi eleito o vereador do ano em Mossoró, com seis dos 11 votos da comissão julgadora. Ele vai receber o Prêmio Vereadora Niná de Macedo Rebouças.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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