Domingo, 23 de fevereiro de 2025

Postado às 10h00 | 28 Mar 2019 | Coluna César Santos - 28 de março

Crédito da foto: Reprodução Hospital Wilson Rosado em Mossoró

DE SORTE QUE EXISTE O HOSPITAL WILSON ROSADO

O Hospital Wilson Rosado (HWR), maior unidade de saúde da rede privada de Mossoró, tem sido o balão de oxigênio do sistema público de saúde, quando, quase sempre, socorre a demanda que não é atendida na limitada e frágil estrutura da rede pública. Cirurgias eletivas e leitos de UTI são disponibilizados pelo HWR para atender pacientes que deveriam ser assistidos no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).

Prestação de serviços amparados por contratos, com valores modestos em relação ao que é praticado em Natal e Fortaleza, por exemplo, e quase ou sempre não honrados pelo Estado e Município. O atraso de pagamento e o acúmulo de dívidas impressionam.

A Justiça tem sido o único caminho para resgatar contratos e fazer honrar pagamentos. Nesta quarta-feira, 27, o setor jurídico do Wilson Rosado sentou à mesa com representantes do Município e do Estado, intermediado pela Justiça, para negociar uma dívida de R$ 14 milhões que se arrasta há dois anos. O Município deve R$ 6 milhões, desde fevereiro de 2017; o Estado deve R$ 8 milhões, desde abril do mesmo ano.

Essa dívida tem origem em contratos de leitos de UTI e de cirurgias eletivas. Outras dívidas estão acumuladas. O Governo do Estado tem uma conta a pagar ao Wilson Rosado de R$ 470 mil, referente à contratação de exames em 2016, quando o tomógrafo do Tarcísio Maia quebrou pela primeira vez. O serviço foi prestado, mas a conta ficou para depois, e até hoje não foi quitada.

Outro ponto absurdo, e inaceitável, é a diferença entre o valor que o Estado paga aos hospitais privados de Natal e o que paga ao Wilson Rosado em Mossoró. Uma diária de UTI em Natal chega a custar até R$ 4 mil, enquanto ao HWR é pago apenas R$ 1.500. Em alguns casos, os hospitais da capital cobram por fora itens como alimentação parenteral, oxigênio, entre outros.

Essa distorção deve ser combatida. Faz-se necessário estabelecer a isonomia de valores e pagamentos. A mesma qualidade dos serviços prestados em Natal se encontra em Mossoró, tanto em estrutura quanto em profissionais.

A questão da UTI tem, ainda, um ingrediente cruel. Dos R$ 1.500 estabelecidos em contrato com o Hospital Wilson Rosado, um terço (R$ 500,00) é de responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto o restante é de responsabilidade do Estado (60%) e do Município (40%). Ocorre que a parte do SUS é repassada em dia, enquanto o Estado e o Município acumulam dívidas de meses, fazendo valer a máxima do caloteiro: “devo, não nego; pago quando puder”.

Isso é um absurdo.

Pior para o cidadão simples, que depende do serviço público, quase sempre sem atendimento por ausência do Estado e do Município.

De sorte que existe o Wilson Rosado, para socorrer, dentro de suas possibilidades. Amém.

 

FRASE

"Viva como se estivesse de partida."

RAFAEL HENZEL – Jornalista que sobreviveu ao desastre do avião da Chapecoense e morreu jogando futebol.

 

CIDADE JUNINA

 Lançado o edital de licitação do Mossoró Cidade Junina 2019. A licitação ocorre no dia 4 de abril, na modalidade pregão, a dois meses do início da festa. A empresa vencedora será responsável pela locação, montagem e desmontagem de estruturas provisórias de palcos, camarotes, tendas, banheiros químicos etc.. O Pingo da Mei Dia abrirá o MCJ no segundo sábado de junho, 8.

 

OURO NEGRO

 Mossoró sofreu queda no repasse de royalties de petróleo em março. A redução foi de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado: R$ 1.727.068,46 agora contra R$ 2.055.966,94 em 2018. No primeiro trimestre de 2019, a cidade recebeu de royalties R$ 5.523.733,48. No mesmo período de 2018 a conta somou R$ 5.779.777,63. Houve queda no preço do barril de petróleo.

 

"ARREGAÇAR"

 A presidente do Sindiserpum, Marleide Cunha, organizou um batalhão para ocupar a Câmara Municipal de Mossoró hoje. A ordem é ''arregaçar" para prejudicar a Sessão Solene em homenagem ao Dia da Mulher. Retaliação ao título de persona non grata que a sindicalista ''ganhou" do Legislativo mossoroense

 

ALVO

 Os vereadores de situação são o alvo do batalhão do Sindiserpum. Além de faixas, gritos estão definidos: ''ladrões ", ''vagabundos", ''corruptos", ''traidores". Assim como foi na sessão que originou o título de Marleide.

 

FORA DO TIME

 Os grevistas da saúde protestam hoje contra o 13º salário e o abono de férias, retroativos, para os deputados estaduais. Atrasados. A pressão deveria ter sido exercida para a governadora Fátima Bezerra (PT) vetar a lei ou na hora da promulgação.

 

CONCESSÕES

 A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) participa hoje em São Paulo do GRI PPPs e Concessões Brasil. O evento reunirá investidores com interesse em estruturar PPPs e concessões de ativos de saneamento básico, resíduos sólidos, iluminação pública, mobilidade urbana etc.

 

 É NOTÍCIA

1 - O primeiro hipermercado do Grupo Queiroz foi entregue a Mossoró nesta data, em 2005, instalado na tradicional Avenida Leste-Oeste. Hoje, o hiper deu espaço ao Atacadão Queiroz.

2 - Sobrevivente do desastre aéreo que matou 71 pessoas, morreu em jogo de futebol entre amigos. O jornalista Rafael Henzel, personagem da história real, escreveu para a eternidade na capa do seu livro: ''Viva Como se Estivesse de Partida".

3 - O Governo do Estado repassou R$ 4,730 milhões para pagar dívidas com dez clínicas de hemodiálise, ontem. Agora corre atrás de atenuar a crise com outros prestadores de serviço.

4 - A Avianca anunciou o fim da linha comercial RN/RJ, a partir do Aeroporto Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. E tem político perdendo tempo com o preço ''abusivo" das passagens.

5 - O Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró, não está servindo a ceia noturna para parcela dos pacientes. A direção diz que faltam copeiras para executar o serviço. O déficit de pessoal é preocupante.

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César Santos
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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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