ALVES VERSUS ALVES
A divisão da mais tradicional família política do Rio Grande do Norte, que coloca em posições opostas o deputado federal Walter Alves e o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves, tem uma leitura bem antes de a crise tornada pública por uma postagem feita por Walter na quarta-feira, 10. Ele afirmou que sairá do MDB, junto com o seu pai ex-senador Garibaldi Filho, se Henrique voltar ao comando do partido no Estado.
A verdade é que os dois não se toleram faz algum tempo, e a inimizade político-pessoal ganhou força, ou se agravou, com dois episódios recentes:
1 – Na disputa pela presidência da Federação dos Municípios do RN (FEMURN), Walter Alves uniu o MDB em apoio à candidatura do prefeito de Patu, emedebista Rivelino Câmara. Nos bastidores, Henrique desautorizou o primo-segundo, e orientou o voto de prefeitos do MDB no candidato adversário Benes Leocádio, ex-prefeito de Lajes, e naquele momento, filiado ao PSD do ex-governador Robinson Faria. Benes ganhou o pleito, para decepção de Walter.
2 – Nas eleições de 2018, Henrique Alves apostou as suas fichas, e trabalhou nos bastidores, na candidatura a deputado federal de Benes Leocádio, que já estava filiado ao PTC, em detrimento da candidatura à reeleição de Walter Alves. A base político-eleitoral de Henrique, dentro do MDB, foi transferida para Leocádio. Abertas as urnas, Leocádio foi o deputado federal mais votado no RN, com 125.841 votos (7,82% dos votos válidos), enquanto Walter, que era favorito ao primeiro lugar, ficou apenas na sétima colocação, com 79.333 votos (4,9% dos votos válidos).
A ofensiva no “canteiro de votos do aluizismo” em prol de Benes Leocádio, com as digitais de Henrique Alves, tirou do sério não apenas Walter Alves, mas também o seu pai, Garibaldi. Antes considerado, por eles mesmo, um primo-amigo-irmão de Henrique, Garibaldi tomou as dores do filho, tanto que retuitou a postagem de Walter da quarta-feira, reafirmando que deixará o partido se a direção nacional do MDB entregar o comando do RN a Henrique.
Essa é a crise mais aguda no aluizismo desde a morte do ex-governador e líder político Aluízio Alves. Outros choques aconteceram, mas nunca como agora. Walter Alves não admite qualquer relação política e/ou pessoal com Henrique. E tem o apoio completo e irrestrito do pai, Garibaldi.
Muito ruim para o núcleo político-familiar que vem acumulando derrotas nos últimos anos. Henrique não tem mandato desde as eleições de 2014, quando foi derrotado por Robinson Faria na disputa pelo Governo do Estado, e em 2018 passou 11 meses preso na Operação Manus.
Já Garibaldi perdeu as eleições de 2018, quando tentou renovar o mandato no Senado da República; e Walter Alves por pouco não perde a reeleição.
Sobrou o MDB, com seus mais de 50 prefeitos e quase uma centena de vereadores. É o único fôlego para sobreviver.
FRASE
"Caso ele venha a assumir a legenda, Garibaldi e eu deixaremos o partido."
WALTER ALVES – Deputado federal, sobre a possibilidade de o MDB voltar para o controle de Henrique Alves.
CAMELÔS
Os camelôs e barracas não serão retirados agora das calçadas e ruas do centro comercial de Mossoró. A recomendação do Ministério Público é para que a Prefeitura elabore um plano em 90 dias para recolocar esses pequenos comerciantes em área apropriada e, por consequência, deixar ruas e calçadas limpas. Não será uma tarefa fácil, mas o primeiro passo deve ser dado.
COVA
O Senado da República caminha para enterrar a criação da ''CPI da toga". O primeiro passo foi a rejeição do pedido na CCJ por 19 votos a 7. O tema passa a discussão no plenário da Casa. PT, MDB e DEM se uniram para impedir a criação da comissão para investigar os tribunais superiores. Dois dos três senadores do RN são contra a CPI da Toga: Zenaide Maia (Pros) e Jean-Paul (PT).
100 DIAS
Nos 100 dias de governo, o presidente Bolsonaro assinou vários instrumentos de mudanças e de novas políticas para o País, como Política Nacional de Alfabetização e a revogação de colegiados com a participação da sociedade civil no âmbito da administração pública federal. Também anunciou autonomia do Banco Central. Promessas de campanha.
DÉCIMO
Outra promessa de campanha resgatada foi o 13º salário do Bolsa Família. O benefício será pago aos cadastrados no programa a partir de 2019. Os recursos virão do combate a desvios de dinheiro público.
PRF
As Câmaras de Vereadores de Mossoró e Tibau se uniram pela reabertura do posto da Polícia Rodoviária Federal na BR-304, saída para Fortaleza. O tema será discutido hoje em audiência pública, na Câmara de Mossoró.
HABITAÇÃO
Em Brasília, a governadora Fátima Bezerra (PT) pediu à Secretaria Nacional de Habitação a liberação de R$ 50 milhões para construir 1.300 moradias no RN. Recursos para a retomada do projeto Pró-Moradia RN. O secretário Celso Toshido Matsuda prometeu estudar o pedido.
É NOTÍCIA
1 - Hoje é o Dia do Humorista. A data é uma homenagem ao nascimento de Chico Anysio. Comemorada, desde 2003, no Ceará, o dia passou a ser celebrado em todo o Brasil a partir de 2015.
2 - O STF formou maioria para suspender trecho do Estatuto do Torcedor, que impede a participação de clubes de futebol inadimplentes em competições oficiais. Seis votos favoráveis. O julgamento foi suspenso com pedido de vista do ministro Marco Aurélio.
3 - Hoje, completa oito anos da morte do empresário e político Luiz Colombo Ferreira Pinto Neto. Foi dono do extinto Cine Pax e vice-prefeito de Rosalba Ciarlini (1989/1992).
4 - Pacientes estão reclamando que o Governo do Estado suspendeu autorização de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), que é bancado pelo SUS. Uma fila está se formando, todos em situação grave.
5 - A Unidade Básica de Saúde "Dr. Agnaldo Pereira" está completando 15 anos hoje. Obra da terceira gestão da prefeita Rosalba Ciarlini (PP). Atualmente, funcionando com dificuldades.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.