FORÇA QUE VEM DO ASFALTO
Se comparado com o protesto contra o contingenciamento do orçamento da Educação realizado em 15 de maio, a manifestação de apoio ao governo Bolsonaro neste domingo, 26, foi menor. O jornalismo da Globo, no Fantástico, comparou os números de cidades onde foram realizadas as suas manifestações, mostrando que a do dia 15 tem maior musculatura.
No entanto, o ronco do asfalto verde e amarelo deu segurança ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que não há ambiente para impeachment, como deseja o PT. O recado ao Congresso foi bem claro, não restando dúvida.
O fato é que a manifestação surpreendeu. Não se esperava tanta gente num domingo, em que as famílias costumam descansar ou promover dia de lazer.
Os brasileiros foram às ruas, com mais ou menos volume, em 26 estados e no Distrito Federal. Quase 200 cidades realizaram atos em defesa do presidente.
Nas faixas, cartazes e discursos, voz de apoio à reforma da Previdência, lei anticrime e críticas contundentes aos partidos que formam o “Centrão”. O Supremo Tribunal Federal (STF) também foi alvo das manifestações.
Os brasileiros que apoiam o governo Bolsonaro entendem que o Centrão é retrato da velha política, que formou-se para barganhar, em detrimento do país. De fato, essa é a realidade. Fosse o contrário, sequer existiria o Centrão, mas, sim, a consciência de que o Brasil precisa virar a página, independentemente de quem está no Poder Central.
Porém, não é isso que acontece no Congresso Nacional. O Centrão formado pelos partidos PP, PR, PSD, PTB, PRB, PSC, PROS, Solidariedade, PEN, PTN, PHS, PSL e Avante quer barganhar. Quer os cargos federais nos estados, como as superintendências da Caixa, do Ministério da Agricultura, do Dnit, o controle dos portos, do Banco do Nordeste, do Ibama, dos Correios etc. etc. etc..
A força numérica é decisiva. O Centrão conta com algo em torno de 200 dos 513 parlamentares que habitam a Câmara dos Deputados, onde estão tramitando a reforma da Previdência e a lei anticrime. O jogo é bruto: ou Bolsonaro abre um balcão de negócio ou a reforma da Previdência e outros projetos de que este país necessita descem a último grau.
É certo, porém, que há uma parcela, dentro do próprio Centrão, que quer se livrar do rótulo de clientelista, como o próprio Bolsonaro chegou a afirmar. Se é verdade, então cabe ao presidente buscar o diálogo, a negociação séria, para formar uma maioria limpa, que seja realmente comprometida com o país.
Mas, daí, pergunta-se: Bolsonaro sabe dialogar?
Eis o problema.
FRASE
"Eu já me posicionei contra a reforma da Previdência do jeito que foi elaborada."
BETO ROSADO – Deputado federal, voltando a se posicionar contra a reforma da Previdência.
CAIÇARA
Nesta data, em 1955, o empresário Renato Costa entregava a Mossoró o Cine Caiçara, exibindo, na inauguração, o filme "Melodia Imortal". Em 1972, a casa da sétima arte passou para o comando do grupo Jorge Pinto & Filhos, que já tinha o Cine Pax. Funcionou até a década de 90. O imóvel foi transformado em centro comercial Caiçara pelo construtor Jorge Rosário (Repav).
"LULA"
O vereador Emilson Borba, preso nesta segunda-feira, 27, pela operação 10º Mandamento, saiu de zero de patrimônio em 2015 para quase R$ 400 mil em 2017. Nesse período de espetacular crescimento do bolso, ele presidiu a Câmara Municipal de Guamaré. "Lula", como é conhecido o preso, jura que não roubou nenhum centavo. Ou seja, é uma alma honesta.
IDÊNTICOS
A pesquisa Fiern/Consult mostra que o governo Fátima Bezerra (PT) tem 55,35% de aprovação e 23,18% de desaprovação. Números idênticos aos obtidos pelo ex-governador Robinson Faria (PSD) nos primeiros cinco meses de sua gestão. O governo Rosalba Ciarlini (PP) também estava no mesmo patamar em maio de 2011.
LUA DE MEL
A boa performance, nas pesquisas, é comum ao pouco tempo de gestão. Eleita com mais de 1 milhão de votos, Fátima ainda está de bem com os potiguares. A "lua de mel", porém, tem data de validade. Veja o que aconteceu com Robinson e Rosalba.
SEM LUA DE MEL
A desaprovação do governo do presidente Bolsonaro, pelos potiguares, também não surpreende. A reforma da Previdência, necessária, porém antipática, e o barulho produzido pela trinca de filhos justificam os 60,58% de desaprovação e apenas 25% de aprovação e devem piorar, à medida que a reforma se arrastar na Câmara.
RECADO DADO
Ana Augusta Simas deu um jeitinho de o recado chegar ao destino final: já demorou "demais" atrás das grades. Ou sai ou abre o bocão. Simas foi presa há sete dias, como líder da Canastra Real.
É NOTÍCIA
1 - A Câmara Cidade se instala hoje no bairro Alto da Conceição (zona sul de Mossoró) com ações de cidadania. As atividades se concentrarão na Escola Francisco de Assis Batista.
2 - O cantor Gabriel Diniz seria uma das atrações do Mossoró Cidade Junina 2019. Faria show no palco principal do evento no dia 27 de junho. Paraibano que explodiu com o hit "Jeniffer" teve a vida abreviada em acidente aéreo nesta segunda-feira, 27.
3 - Quase 17 milhões de brasileiros ainda não se vacinaram contra a gripe. A campanha de vacinação termina na sexta-feira, 31. Em Mossoró, a vacina está disponível nas mais de 40 UBSs.
4 - O engenheiro Sérgio Freire, presidente do Sinduscom, participa de hoje (28) a quinta-feira (30), em São Paulo (SP), do Congresso do Brazil Windpower, maior evento de energia eólica da América Latina.
5 - Os hotéis de Mossoró já estão com 100% de reservas fechadas para o dia do "Pingo da Mei Dia", 8 de junho. As pousadas também. O evento abrirá oficialmente o Cidade Junina 2019.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.