Número de assassinatos em maio foi o maior dos últimos anos para o mês
O CRIME DEPOIS DA "BOLHA"
O primeiro quadrimestre de 2019 foi bem tranquilo no sistema de segurança do Rio Grande do Norte. Os índices de criminalidade caíram a patamares até aceitáveis, principalmente o número de homicídios. Foi o suficiente para o governo Fátima Bezerra (PT) afirmar, em propaganda oficial, que era resultado de suas ações.
O governo não levou em conta que a “bolha” era nacional, ou seja, que todos os estados brasileiros registraram redução do número de crimes entre 1º de janeiro e 30 de abril, sem que os novos ou antigos governos tivessem feito algo diferente para modificar o quadro de falência da segurança pública.
O próprio governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) tentou “lucrar” com os números positivos, ressaltando que o combate ao crime é prioridade de sua gestão. O ministro Sérgio Moro chegou a pontuar que a Força Nacional estava agindo nos estados, o que justificaria o recuo do crime organizado no país.
Especialistas chegaram a analisar o cenário do quadrimestre e alertam que a redução de crimes poderia ser uma “bolha” e que a violência retornaria se os governos – nas três esferas – não adotassem medidas necessárias para fortalecer o enfrentamento do crime, como ampliação dos contingentes policiais, agentes penitenciários e, principalmente, investimentos em estratégias do setor de inteligência.
Isso foi feito? Algumas dessas medidas foram tomadas?
Não. Nem o Governo Federal avançou, até porque concentra as atenções para o pacote anticrime que o ministro Moro mandou para o Congresso Nacional, muito menos os Governos Estaduais e Municipais. E se nada for feito, como de fato não foi, a consequência natural seria a retomada do crime no campo onde é absoluto desde sempre.
Pois bem.
A criminalidade no mês de maio passou feito trator por cima dos bons números do primeiro quadrimestre. O crime voltou com tudo em todas as modalidades. Em nível nacional, destaque mais do que negativo, e sangrento, para o massacre no Amazonas, com quase 60 detentos mortos. Em nível do RN, a disparada do número de assassinatos, de assaltos e de arrombamentos e explosão de agências bancárias e dos Correios.
Mossoró, a segunda maior cidade potiguar, sofreu com a ação dos criminosas. Fechou o mês com 24 homicídios, quase uma morte violenta por dia, e já soma 75 assassinatos no ano. O mês superou a violência de maio de 2018 e foi um dos piores meses de maio dos últimos anos.
Diante de tal cenário, pra lá de negativo, pergunta-se: a culpa é do governo Fátima? Se acompanhar o raciocínio da própria governadora que assumiu para a sua gestão os números positivos do primeiro quadrimestre, a resposta é sim.
No entanto, numa avaliação séria, divorciada de qualquer outro interesse, é certo afirmar que o governo Fátima nem é responsável pelos números positivos de janeiro a abril, muito menos pelos números negativos de maio.
A responsabilidade que o governo tem é de adotar as medidas para resolver os problemas da segurança, em processo continuado, para que no futuro o RN possa comemorar números positivos e sólidos. A propaganda fica para depois; agora não.
FRASE
"A reforma da Previdência não resolve tudo, mas sem ela, não se resolve nada."
TASSO JEREISSATI – Senador, representando a posição do PSDB a favor da reforma da Previdência.
CAFEZINHO
O ex-vereador Laíre Rosado Neto (PSDB) afirma que o caminho natural é com a reeleição da prefeita Rosalba Ciarlini (PP), porém argumenta que o potencial eleitoral da ex-deputada Larissa Rosado (PSDB) deve ser levado em conta na hora de discutir sucessão. O atual secretário do Desenvolvimento Econômico é o entrevistado do "Cafezinho com César Santos" deste domingo.
CIDADE JUNINA
A programação do Mossoró Cidade Junina 2019 começa hoje com a escolha do Rei e Rainha, a partir das 18h, na Arena Deodete Dias. Já a abertura oficial acontecerá no próximo sábado, com o "Pingo da Mei Dia", maior comboio junino do país. No MCJ, estarão nomes como Elba Ramalho, Fagner, Wesley Safadão, Naiara Azevedo, Alceu Valência, além das atrações regionais.
CAVILOSOS
O rumoroso contrato de R$ 50 milhões firmado pela Funpec e uma agência de propaganda de Brasília não rendeu nenhuma faixa na manifestação dos estudantes contra o bloqueio de recursos da educação. Os estudantes da UFRN, instituição envolvida no caso, preferiu o silêncio, e olhe que os recursos são da Educação, ou seja, dos próprios manifestantes.
INVESTIGAÇÃO
A Funpec jura que gastou os R$ 50 milhões em propaganda de ação da saúde (campanha sobre a sífilis), mas não apresentou mínimos detalhes, e são esses detalhes que o Ministério Público Federal (MPF) está investigando. O caso é grave.
VÍDEOS
Somente com vídeos para TV, internet e redes sociais, a Funpec gastou R$ 4,1 milhões. A webserie, dividida em 10 episódios, dragou a bolada, via conta bancária da empresa Fields Comunicação Ltda.. Os referidos vídeos têm audiência média de 699 pessoas. Quase nada.
NOVA PLUMAGEM
A velha guarda do PSDB foi engolida por João Dória, governador de São Paulo, dentro do processo de reconstrução da imagem do partido. Dória emplacou o ex-ministro Bruno Araújo na presidência e abriu a porta de saída para FHC e cia..
É NOTÍCIA
1 - Sepultado nesta sexta-feira, 31, o corpo de José Urbano Sobrinho, patriarca da família Queiroz. Daqui, nossa solidariedade ao jornalista Neto Queiroz, supermercadista Jair Queiroz e família.
2 - Clonaram a linha dos celulares (WhatsApp) do deputado federal Benes Leocádio (PRB) e do prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rêgo (DEM). Passando-se pelos dois políticos, os bandidos estão solicitando depósito em dinheiro. Fique atento.
3 - O radialista Agenor Melo e o repórter fotográfico Carlos Costa comandam hoje o II Forró Bode, a partir das 12h, na Bodega da Baracho, no Mercado do Bode. Animação de Josivan Eita Nós.
4 - A campanha de vacinação contra a gripe, que seria encerrada ontem, continua em todo o país. Agora, toda a população poderá se vacinar. O atendimento em Mossoró é nas UBSs.
5 - O desemprego no Brasil caiu para 12,5%, segundo o IBGE. Mas, pouco ou nada para se comemorar. O país tem 13,2 milhões de trabalhadores sem carteira assinada.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.