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Postado às 10h00 | 17 Jun 2019 | Mossoró amanhece sem polícia nas ruas; cidade está sem segurança

Crédito da foto: Reprodução Aquartelamento da polícia em 2017 manteve viaturas no pátio das delegacias

Começou a greve dos policiais militares do Rio Grande do Norte. A categoria reivindica a atualização dos salários e a reposição de 60,42%% de perdas salariais nos últimos anos. O governo Fátima Bezerra (PT) sequer negociou, limitando-se a afirmar que o Estado não tem condições financeiras de atender a pauta da categoria.

O governo, provavelmente, irá judicializar a relação com os policiais militares, devendo buscar na Justiça a determinação para os policiais retornarem ao trabalho, a exemplo do que fez o ex-governador Robinson Faria (PSD), no último aquartelamento dos PMs e bombeiros.

Pior para a população, que já vive em estado de insegurança, e agora teme piorar ainda mais.

A paralisação está atingindo, principalmente, as maiores cidades do Estado. Em Mossoró, nenhuma viatura saiu às ruas.  O presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar de Mossoró e Região (APRAM), Tony Fernandes, confirmou ao DE FATO.COM que os PM’s lotados nos quartéis na cidade não estão se apresentando ao trabalho.

A polícia também iniciou o movimento em Natal. As corporações se concentram desde às 8h em frente à Governadoria, no Centro Administrativo do Estado, em Natal. Apenas quatro viaturas foram cadastradas.

Responsáveis pelo policiamento ostensivo, com patrulhamento de rua e atendimento de ocorrências, os policiais e bombeiros militares enfrentam um déficit salarial de mais de 60%.

Segundo o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN, o subtenente Eliabe Marques, o déficit salarial dos militares atualmente chega a 60,49%. Ele informou que a categoria não recebe ao menos a reposição inflacionária há cinco anos.

A entidade afirma que os militares do RN possuem o pior salário inicial da Federação na carreira policial e uma diferença extrema entre as demais forças de segurança.

Na última audiência de representantes da Polícia Militar, o Governo se limitou a propor a criação de um grupo de trabalho para reordenar as carreiras da segurança pública, diminuindo as distorções e sanando todo um histórico de não valorização profissional com um plano de equiparação salarial.

Os policiais entenderam que a promessa é apenas um artifício do governo para adiar a resolução do problema.

No último aquartelamento dos policiais militares, em dezembro de 2017, o Rio Grande do Norte viveu um inferno. Fora mais de 800 ações criminosas, principalmente em Natal e Mossoró, com arrastões, arrombamentos, assaltos, explosão de agências bancárias e assassinatos.

O governo perdeu totalmente o controle da situação, sendo preciso a vinda da Força Nacional para restabelecer a ordem nas ruas.

O risco de acontecer outra vez é real, tanto que a associação dos policiais militares está orientando ao cidadão evitar sair de casa no período do aquartelamento.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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