Quinta-Feira, 20 de fevereiro de 2025

Postado às 09h30 | 25 Jun 2019 | Operação Croupier: veja quem são os alvos da ação do MPRN

Crédito da foto: Reprodução Assembleia Legislativa do RN foi invadidas por

O Ministério Público Estadual (MPRN) iniciou o dia fazendo barulho com a operação Croupier, que investiga o desvio de mais de R$ 2 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Parnamirim, Nísia Floresta, Maxaranguape e João Pessoa/PB.  A ação contou com a participação de 14 promotores, 19 servidores do MP e 30 policiais militares.

A investigação do MP alcança crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsificação de documento público e uso de documento falso. O esquema funcionou entre os anos 2006 e 2015, período em que a Assembleia Legislativa foi presidida pelos ex-deputados Robinson Faria (2006/2010) e Ricardo Motta (2001/2015).

De acordo com informações do Ministério Público, o ex-secretário Administrativo da Assembleia, Rodrigo Marinho Nogueira Fernandes, e o corretor de imóveis Francisco Cardoso de Oliveira, que atualmente ocupa cargo comissionado na Prefeitura de Nísia Flores, tiveram bens sequestrados e as contas bancárias bloqueadas.

Rodrigo Marinho é réu no processo da operação Dama de Espadas, deflagrada em agosto de 2015 pelo MPRN, sendo considerado integrante do núcleo principal da organização criminosa investigada naquela época.

Segundo o MPRN, “a partir de documentos encontrados na casa de Rodrigo Marinho quando foram cumpridos os mandados de busca e apreensão da operação Dama de Espadas, o MPRN passou a investigar os desvios praticados pelo “grupo de Pirangi do Norte”, distrito de Parnamirim, uma vez que várias pessoas identificadas nos documentos residiam em uma mesma localidade – algumas, na mesma casa.”

E mais: “Rodrigo era tido como o “financeiro” da ALRN e da organização criminosa, integrando o topo da estrutura organizacional do Legislativo Potiguar. Era ele quem controlava e emitia os cheques para pagamento de servidores da Casa Legislativa e fornecedores. Rodrigo Marinho, de acordo com o que foi apurado pelo MPRN, possuía um grupo de pessoas por ele arregimentadas para o esquema criminoso, inserido na folha de pagamento da Assembleia Legislativa.”

Rodrigo Marinho também arrecadava do esquema criminoso operado pela ex-procuradora Geral da Assembleia, Rita das Mercês, de quem era sócio no escritório R&R Advocacia, quartel-general da organização criminosa denunciada pelo MPRN na operação Dama de Espadas.

No esquema de desvios, Rodrigo Marinho contou com o auxílio de Francisco Cardoso de Oliveira Neto, considerado o “braço direito” da organização criminosa.

OUTRAS OPERAÇÕES

A Croupier é desdobramento da operação Dama de Espadas, desmantelada no segundo semestre de 2015. O esquema era comandado pela ex-procuradora da Assembleia Legislativa, Rita das Mercês, e tinha como seu principal beneficiados, segundo a própria Rita, o ex-governador Robinson Faria (FOTO ACIMA). Em delação premiada, ela entregou que Robinson recebia uma mesada de R$ 100 mil/mês entre 2006 e 2010. O ex-governador nega.

A Dama de Espada levou o Ministério Público a deflagrar outra operação, a Anteros, em 2017, quando Robinson Faria e dois assessores foram os alvos principais. Os assessores chegaram a ser preso, enquanto Robinson, que era governador naquele momento, foi alvo de mandados de busca e apreensão.

O processo da operação Anteros encontra-se no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

Outra operação foi a Canastra Real, mais uma fase da Dama de Espadas, que levou para a prisão Ana Augusta Simas (FOTO ACIMA), que era chefe do Gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa. Teve o objetivo de apurar o desvio de pelo menos R$ 2.440.335,47 em um esquema envolvendo servidores fantasmas na Assembleia Legislativa.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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