Quinta-Feira, 13 de fevereiro de 2025

Postado às 03h15 | 07 Jul 2019 | Governo dos passos perdidos

Crédito da foto: Reprodução Só a reforma da Previdência não resolve

(*) Carlos Brickmann

A reforma da Previdência será votada em breve e deve passar. Talvez não seja exatamente aquela que o ministro Paulo Guedes queria, mas não é tão diferente assim. Prometia o Governo que, aprovada a reforma, o país voltaria a crescer, amparado em imensos investimentos internacionais. Só que não: a reforma da Previdência é condição necessária, mas não suficiente, para que o país volte a crescer.

Qual investidor gosta de colocar seu dinheiro num país em que é praticamente impossível fechar uma empresa, em que o cálculo do pagamento dos impostos leva muito mais tempo e consome mais recursos do que na maior parte de outras nações, em que ações trabalhistas nunca param?
 
Em resumo, a reforma da Previdência abre uma janela de oportunidade para a retomada do crescimento. Mas não funciona sozinha: é preciso fazer outras reformas (a tributária, principalmente), mexer na área de segurança jurídica (hoje, sozinho, um ministro do Supremo adia por quanto tempo quiser uma transação de bilhões de dólares), criar condições para que clientes de bancos ganhem pouco quando aplicam e muito quando devem, isso para dar apenas alguns exemplos. É preciso ter estabilidade política, para que o mercado saiba quem decide. É preciso deixar claro que receber ou cobrar propinas não é tolerável.
 
Cadê as propostas oficiais? Há propostas que são discutidas pelo Congresso mas não são as do Governo, e são bombardeadas pelos bolsonaristas. É preciso botar ordem na casa. Sem isso não se cresce.

(*) Carlos Brickmann é jornalista

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Carlos Brickmann

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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