Quinta-Feira, 13 de fevereiro de 2025

Postado às 09h45 | 21 Ago 2019 | 63a fase da Lava Jato apura propina paga a dois ex-ministros

Crédito da foto: Reprodução Polícia Federal cumpre a 63a fase da Operação Lava Jato

Por G1 – PR

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (21) a 63ª fase da Operação Lava Jato. Segundo a PF, são cumpridos dois mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os alvos de prisão são o ex-executivo do Grupo Odebrecht Maurício Ferro e o advogado Nilton Serson.

Bernardo Gradin, ex-presidente da Braskem, é alvo de buscas.

Segundo a PF, esta fase investiga a suspeita de pagamentos periódicos por parte da Odebrecht a dois ex-ministros identificados na planilha do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira como "Italiano" e "Pós-Itália".

Em depoimento, Marcelo Odebrecht afirmou que "Italiano" se referia ao ex-ministro Antônio Palocci e "Pós-Itália" era Guido Mantega.

Segundo o MPF, a operação busca aprofundar as investigações dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados às medidas provisórias (MPs) 470 e 472, que concederam o direito de pagamento de débitos fiscais sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores.

Ferro, Gradin, Mantega e Palocci já são réus em uma ação penal que apura o pagamento de R$ 50 milhões como contrapartida para a edição das MPs.

De acordo com a PF, as investigações apontam que a propina teria sido entregue a um casal de publicitários para dissimular a origem do dinheiro.

Segundo a denúncia, o valor foi solicitado por Guido Mantega a Marcelo Odebrecht e pago pela Braskem, por meio do Setor de Operações Estruturadas do grupo.

Depois que essa ação penal começou a tramitar, a Braskem fez acordo de leniência com o MPF, apresentando várias provas que, segundo o Ministério Público, fornecem indícios de que Maurício Ferro, no cargo de diretor jurídico da Braskem, comandou a celebração de, pelo menos, 18 contratos advocatícios fraudulentos com Nilton Serson, entre 2005 e 2013.

As investigações apontam que não houve prestação de serviços por Serson, e que os contratos serviram apenas para repasse de valores coordenador por Ferro. Por meio desses contratos, a Braskem pagou R$ 78.187.344,98 para Serson.

Ainda de acordo com o MPF, um desses contratos tratava das discussões envolvendo o crédito de IPI.

O MPF ainda informou que, em 2010, contas mantidas por Serson no exterior, em nome de offshores, receberam pelo menos US$ 10 milhões de setor de propinas da Odebrecht.

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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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