A decisão do presidente Jair Bolsonaro de sair do PSL, confirmada nesta terça-feira (12), fez dele um presidente sem partido pela primeira vez na história.
Claro que não será por muito tempo; Bolsonaro já anunciou que criará um novo partido, Aliança pelo Brasil, porém, o ineditismo já é fato.
A decisão de Bolsonaro é inédita: um presidente sem vínculo partidário por motivos relacionados ao próprio partido.
É primeira vez que uma crise interna de um legenda faz com que um presidente titular deixe à sigla durante o mandato.
O historiador Carlos Fico afirma:
“Não é possível comparar as situações dos outros presidentes que não tiveram partido durante o mandato. Não houve uma situação semelhante a atual. Essa é uma situação inédita."
Reportagem da revista Época narra que “dos 38 presidentes que o Brasil já teve, desde a proclamação da República em 1889 até os dias atuais, apenas cinco não tinham filiação com nenhuma legenda, e um passou pelo menos um período de seu mandato sem vínculo a alguma sigla, durante mudança entre elas.
Porém, os presidentes sem partido governaram o país em momentos distintos e específicos da história. O último deles foi Itamar Franco, que assumiu o cargo em outubro de 1992, após o afastamento do então presidente, Fernando Collor de Mello (PRN).
Itamar havia se ligado ao Partido da Reconstrução Nacional para integrar como vice de Collor na corrida presidencial de 1989. Com as denúncias que levaram ao processo de impeachment de seu colega de chapa, Itamar se desfilia da legenda em maio de 1992. O político só se filia novamente a uma legenda, o PMDB, em 1998, passando, assim, seu curto mandato presidencial sem ter nenhum partido.
Antes disso, o último presidente do período da ditadura militar, João Figueiredo, passou cerca de um mês sem partido. Isso devido a um decreto do próprio militar que extinguia as duas únicas legendas da época, o MDB e o Arena — do qual Figuereido era filiado — para a criação de novas siglas. Dessa forma, o presidente governou o país sem partido durante seu processo de filiação ao PSD, de dezembro de 1979 ao final de janeiro de 1980.
Fonte: Época
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.