Terça-Feira, 11 de fevereiro de 2025

Postado às 09h15 | 06 Dez 2019 | Coluna César Santos - 6 de dezembro

Crédito da foto: Arquivo Fábio Dantas quanto entregou o pacote fiscal ao presidente da AL Ezequiel Ferreira, em 2017

PARECE QUE FOI ONTEM

O ex-vice-governador do Rio Grande do Norte Fábio Dantas usou as suas redes sociais para comparar a governadora Fátima Bezerra (PT) ontem e hoje, oposição e governo. Para isso, resgatou a sua interinidade de cinco dias no cargo de governador, em 2017, quando ele apresentou à Assembleia Legislativa (foto) um plano de saneamento das contas públicas e nela estava contida a proposta de aumentar a contribuição previdenciária estadual de 11% para 14%. O resumo da história, Fábio conta em post:

“Como o tempo mostra a verdade. Há dois anos, em uma interinidade de cinco dias, apresentei um pacote de medidas que contemplava o saneamento financeiro do RN. Naquela época, um dos projetos aumentava a alíquota previdenciária de 11% para 14%. Fátima, o PT e o PC do B quase me comem vivo, fizeram um monte de baderna em frente a Assembleia, até o governador (Robinson Faria) recuar. Disse que era o pacote da maldade.”

E segue, ao citar pontos da proposta da reforma da Previdência, apresentada pelo governo Fátima Bezerra, que aumenta a alíquota até 18%:

“Queria uma explicação para subir de 11% para 18%. E agora, é pacote de que? Parece que com o PT no governo tudo é possível. Pedalada, tirar dinheiro dos municípios, sucatear a saúde, manter a folha atrasada e não pagar por ordem cronológica, apenas para manter (em dia) os comissionados e o salário da governadora recebendo adiantado. Esse era o governo que vocês sonhavam? Se for assim, que pacote será agora? Acho que da morte...”

A viagem ao túnel do tempo, feita por Fábio Dantas, se faz necessária, sim. Aquele pacote fiscal que ele apresentou na Assembleia Legislativa, batizado de “RN Urgente”, era formado por projetos que atacavam células danosas à saúde fiscal do Estado. Entre outras coisas, o pacote de Fábio sugeriu aumentar a contribuição previdenciária de 11% para 14%, demissão de servidores que estavam “sobrando” no serviço público, criação de programa de recuperação de créditos tributários de IPVA e ITCD, dentre outros.

Era um pacote amargo, mas necessário. Fátima Bezerra, que havia rompido politicamente com Robinson Faria, fez duras críticas ao pacote, considerando perverso. Como era ano pré-eleitoral, os deputados devolveram o pacote ao governo e Robinson Faria não teve coragem de enfrentar o desgaste.

Agora, dois anos depois, e levando em conta a proposta de reforma da previdência estadual, apresentada pelo governo Fátima, vem a redenção do ex-governador Fábio Dantas.

A governadora Fátima, o PT e o PC do B poderiam – e deveriam – pedir desculpas ao ex-companheiro Fábio Dantas. Seria honesto e uma atitude de grandeza.

Mas... Deixa pra lá.

 

FRASE

"Fátima Bezerra, o PT e o PC do B quase me comem vivo."

FÁBIO DANTAS – Ex-governador do RN, lembrando quando ele sugeriu aumentar a alíquota da previdência estadual de 11% para 14%, em 2017.

 

DAYCOVAL

 O Governo do Estado vai conseguir os R$ 180 milhões antecipados de royalties para completar a folha do 13º salário de 2019. O Banco Daycoval, com sede em São Paulo, único interessado, vai bater o martelo hoje. O governo deve pagar juros de até 11,40%, três vezes a inflação dos últimos 12 meses. O Daycoval ficará com os royalties do RN de janeiro de 2020 a setembro de 2022.

 

SALÁRIOS

 Na calculadora da governadora Fátima Bezerra, o governo juntará de recursos extras: R$ 160 milhões da cessão onerosa do pré-sal, R$ 123 milhões da venda da conta única ao Banco do Brasil e mais R$ 180 milhões de receita antecipada dos royalties. Total: R$ 463 milhões, quase uma folha salarial dos servidores. O dinheiro é esperado no final do mês.

 

PLACAR ANTICRIME

 A deputada Natália Bonavides (PT) foi a única da bancada federal potiguar a votar contra o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. Três deputados votaram a favor: Walter Alves (MDB), Benes Leocádio (PRB) e Rafael Motta (PSB). Outros quatro se ausentaram: Beto (PP), João Maia (PL), Fábio Faria (PSB) e Eliéser Girão (PSL).

 

"ÁGUA BENTA"

 O senador Styvenson Valentim (Podemos) revelou, na Tribuna do Senado, que tem diretor da Caern com salário que beira os R$ 70 mil. Apresentou os números do portal da transparência. A Caern emitiu nota acusando Valentim de faltar com a verdade. Porém, sem esclarecer.

 

PRESSÃO

 O grupo que apoia o governo Fátima Bezerra (PT) em Mossoró está fazendo pressão para derrubar o comando do Detran (1ª Ciretran) na cidade. A turma está revoltada porque a direção do órgão não atende pedido de políticos para liberar veículos irregulares.

 

SEGUE

 Os governistas argumentam, em forma de pressão, que precisam do controle do Detran para atender os amigos (leia-se eleitores) no ano eleitoral que se aproxima. Reza a lenda que soltar veículos irregulares, principalmente motos, rende votos.

 

É NOTÍCIA

1 - O centro da cidade de Mossoró está ganhando o clima natalino, com a inauguração da Árvore de Natal entre as duas pontes. O projeto Cidade Luz foi antecipado para celebrar a Festa de Santa Luzia.

2 - A escritora e jornalista Josimey Costa lança hoje em Mossoró o seu mais novo trabalho: “Entre Vislumbres e Letras". O livro fala de metáforas, musicalidade e reflexões. A sessão de autógrafos acontece na Cervejaria Petrus, no concorrido bairro Nova Betânia, 19h.

3 - Era só o que faltava no Rio Grande do Norte sem segurança. Bandidos estão rendendo caminhoneiros e levando os pneus de caminhões e carretas. É o sentimento de que está tudo dominado.

4 - A Prefeitura de Tibau não vai poupar o cofre para comemorar os 24 anos de emancipação política. O prefeito Naldinho já anunciou as contratações de Mano Valter (atração nacional), João Neto Pegadão e a dupla sensação Beth e Jamir. A festa vai rolar no dia 19.

5 - A caderneta de poupança registrou a maior captação líquida para meses de novembro em dois anos. Os depósitos superaram os saques em R$ 2,43 bilhões, segundo o BC. É o melhor resultado desde 2017 e o sinal de recuperação da economia, embora lenta.

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Coluna César Santos
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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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