O BRASIL, APESAR DE BOLSONARO
A economia brasileira dá sinais de recuperação. Os índices são positivos e transmitem otimismo para o futuro próximo. O emprego, por exemplo, termina 2019 com mais de 800 mil novos postos de trabalho. A taxa de juros desceu a 4,5%. A previsão do PIB subiu de 0,9% para 1,2%, devendo chegar em 2020 a 2,2%, segundo o Banco Central. O Risco Brasil desceu a menos de 100 pontos, praticamente zero algum risco ao investidor em potencial.
Se o ambiente é favorável, como de fato é, por que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não consegue deslanchar sob o ponto de vista da aprovação e da confiança dos brasileiros? O cenário revelado por todos os institutos de pesquisas apontam para o desempenho sofrível, com números que despencam a cada consulta.
De acordo com a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta sexta-feira, 20, a forma como Jair Bolsonaro governa é reprovada por 53% da população. Já os que aprovam a forma como ele vem conduzindo o país são 41%, enquanto 6% não sabem ou não responderam.
Esse é o pior resultado obtido por Bolsonaro entre os quatro levantamentos realizados pelo instituto neste ano.
O Ibope mediu também a satisfação da população com o governo. Nesse aspecto, 29% dos entrevistados consideram ótimo ou bom, 31% regular, 38% ruim ou péssimo e 3% não souberam ou não responderam à pergunta.
Em relação à confiança no presidente, mais da metade da população disse não confiar em Bolsonaro. São 56% contra 41% que disseram acreditar no militar. Na comparação com a pesquisa de setembro, os três indicadores de popularidade mensurados no levantamento oscilaram para baixo, dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais.
Esses indicadores negativos tornam-se ainda mais preocupantes, para o Planalto, a medida em que a pesquisa foi realizada antes do noticiário envolvendo o filho mais velho de Bolsonaro, o senador Flávio, que está mergulhado até o pescoço no escândalo da “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando ele era deputado estadual. Isso significa que o noticiário negativo dos últimos dias, muito provavelmente puxou ainda mais para baixo a avaliação do presidente.
Os mais açodados da chamada grande imprensa, que acompanha de perto o noticiário em torno de Flávio, afirmam que o escândalo vai ruir as estruturas de Bolsonaro e que parece ser o início do fim do presidente. Em Brasília, o tema impeachment tornou-se comum nos últimos dias.
O fato é que Jair Bolsonaro vive o pior momento desde que assumiu o cargo, embora o governo federal mantenha as suas estruturas intactas e até fortalecidas. Isso ocorre porque existem dois pilares fortes de sustentação: o Ministério da Economia, que supera as idiotices do presidente com uma agenda positiva; e o Ministério da Justiça e Segurança Pública, com Sérgio Moro, que transmite confiança ao povo brasileiro. Aliás, segundo a pesquisa Ibope, a Segurança Pública é o setor melhor avaliado, com 50% de aprovação e 47% de desaprovação. E, convenhamos, segurança pública aprovada é algo inédito no Brasil das últimas décadas.
Bolsonaro pode cair, mas o governo não. É o que parece.
FRASE
"Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política."
NELSON RODRIGUES – Jornalista, escritor, dramaturgo, que faleceu nesta data. Hoje completa 39 anos de sua morte.
CULTURA
21 de dezembro, dia de luto da cultura mossoroense. Nesta data, em 2005, falecia o professor e historiador Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, aos 85 anos. Ele foi fundador da Coleção Mossoroense e sócio-fundador da Academia Mossoroense de Letras. Também neste data, quatro anos depois, em 2009, falecia a professora América Rosado, viúva de Vingt-un, aos 88 anos.
É MUITA ONDA
O potiguar Ítalo Ferreira se consagrou no mar de Pipeline para se tornar o primeiro nordestino campeão mundial de surf. E ele chega ao topo sem abrir mão de suas origens. Ao invés de mudar para locais de grandes ondas fora do Brasil, como fazem outros surfistas, ele continua morando em Natal. O filho de Baía Formosa derrotou o famoso Medina, também no estilo de vida.
RECONHECIMENTO
O deputado federal Beto Rosado (PP) recebeu a Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore, conferida pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN). Reconhecimento à ação parlamentar em prol da indústria potiguar, com destaque para o setor de petróleo.
COINCIDÊNCIA
O banco paulista Daycoval é gerenciado por Raquel Coutinho, irmã do ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, preso por corrupção na operação Calvário. Foi o Daycoval que emprestou R$ 180 milhões ao governo Fátima Bezerra (PT), para completar a folha do 13º de 2019, recebendo de garantia os royalties de 2020/2023.
SEGUE
Para a turma mais açodada, o fato de Fátima ser carne e unha com Ricardo Coutinho, aumenta a necessidade de o governo explicar melhor a operação de crédito realizada com o Daycoval. Principalmente pela falta de transparência na negociação.
ÁGUA CARA
De Brasília, escapa a informação de que o Tribunal de Contas da União (TCU) vai acatar o pedido do senador Styvenson Valentim (Podemos) de investigar os salários dos “marajás" da quebrada Caern. Coisa para acontecer no início de 2020.
É NOTÍCIA
1 - A Prefeitura de Mossoró decretou ponto facultativo nos dias 24 e 31 de dezembro. Portanto, estão “enforcadas" as próximas duas segundas-feiras. O Governo do Estado vai fazer o mesmo.
2 - O Brasil para hoje para assistir a final do Mundial de Clubes entre Flamengo e Liverpool, a partir das 14h30. Uma nação de 40 milhões de rubro-negros espera por esse momento há 38 anos. Os ingleses, assim como em 1981, são favoritos ao título. Mas...
3 - Começou a briga pela fortuna deixada por Gugu. A médica Rose, mãe dos três filhos do apresentador, entrou na Justiça para ter direito a um quinhão. Ela não era casada oficialmente com Gugu.
4 - O desembargador Vivaldo Pinheiro, do TJRN, deu prazo de 15 dias para o Governo do Estado concluir o processo de tombamento, ou não, das ruínas do Hotel Reis Magos. É mais um capítulo da novela que envolve o monstrengo que assusta o litoral de Natal.
5 - Hoje, completa 39 anos da morte de Nélson Rodrigues, jornalista, escritor, dramaturgo e inovador da linguagem teatral no Brasil. Ele deixou obras como “A Falecida", “Beijo no Asfalto", “Bonitinha mas ordinária", “Toda Nudez Será Castigada", entre tantas outras.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.