ERA SÓ O QUE FALTAVA
A polêmica da semana por essas bandas de Poti ficou por conta da acusação do senador Styvenson Valentim (Podemos) contra o prefeito Etevaldo Nazário (DEM), de Encanto, na região do Alto Oeste potiguar. Na narrativa do senador, o prefeito teria recusado uma emenda parlamentar de R$ 250 mil, de sua autoria, que beneficiaria o pequeno município com a construção de um matadouro público.
Valentim usou uma mensagem trocada com o prefeito, via WhatsApp, para distribuir a sua versão nas redes sociais, como forma de denegrir a imagem do gestor municipal e, por consequência, tirar proveito da sua bondade parlamentar.
Só que, por inexperiência em gestão pública ou no próprio cargo eletivo que exerce, o capitão Styvenson acabou prejudicando a verdade dos fatos. O valor de R$ 250 mil é insuficiente para construir um matadouro público, obra que deve custar três vezes da emenda sugerida. Daí, seria preciso o próprio município arcar com a grande parte da construção. Como a Prefeitura de Encanto não tem dinheiro em caixa, nem orçamento para tal obra, não seria viável receber uma emenda para esse fim.
Ademais, o prefeito Etevaldo, conforme versão que circula também nas redes sociais, não abdicou da emenda parlamentar, sugerindo que fosse direcionada para outros benefícios à população, como aquisição de um ônibus escolar, por exemplo.
Styvenson Valentim era para ter sido correto com o município de Encanto ao invés de disseminar inverdades via redes sociais. Não vai daqui a defesa do prefeito, muito menos o ataque ao senador. A defesa é da verdade, do bom comportamento na vida pública, da lealdade à população, da ética e da moral.
Pior é que a informação – deformada – ganhou repercussão através de blogs e de pessoas soltas nas redes sociais. A maioria dos blogueiros, por não conhecer o básico da atividade jornalística, não se preocupa em apurar os fatos ou ouvir o outro lado, e se limita a repercutir a primeira versão, de acordo com o interesse individual ou não. São os chamados “inocentes úteis”.
O senador Valentim tem se esforçado para ser diferente. Na viagem que fez ao Alto Oeste, para produzir a polêmica com o prefeito de Encanto, ele se apresentou aos populares de camiseta simples, jeans surrado e chinelo de rabicho, fazendo questão de dizer ao povo que não se julga o homem pelo que ele veste. Todo mundo sabe disso. Como também sabe que usar roupas e chinelo de povo simples também não é atestado de bom político ou de homem público honesto. O que faz o homem é o comportamento de retidão, moral e ética.
A polêmica de Encanto não é o melhor exemplo. Longe disso. O senador Styvenson poderia ter evitado o caso, compreendido melhor a situação do município alto oestano e de seu gestor. Fica a lição. E que o ex-herói da Lei Seca, título que lhe rendeu um mandato no Senado da República, seja grande também de cabeça.
FRASE
"Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo."
ABRAHAM LINCOLN – 16º Presidente dos Estados Unidos.
PAIXÃO NACIONAL
O presidente Jair Bolsonaro fez a festa dos “papudinhos" ao afirmar que não aceita incluir a cerveja no “imposto sobre pecados", que o ministro Paulo Guedes sugere na reforma tributária. A ideia de Guedes é cobrar novo imposto sobre produtos que fazem mal à saúde, como bebidas, cigarros e armas. Para o capitão, a cervejinha é sagrada para os brasileiros e deve ser preservada.
EMPREGO
De Nova Déli, Índia, onde cumpre agenda oficial, o presidente Bolsonaro comemorou os números do emprego em 2019. Segundo o Caged, foram 644 mil novos postos de trabalho com carteira assinada, 21,63% a mais que o registrado em 2018, e o maior saldo positivo desde 2013. Para Bolsonaro, os números refletem a confiança de que a economia do País voltou a crescer.
DESEQUILÍBRIO
O Governo do Estado compromete 65,49% da Receita Corrente Líquida (RCL) com despesa de pessoal. Mais de 15 pontos percentuais acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 49%. Os números constam no relatório do segundo quadrimestre de 2019, encaminhado pelo governo ao Tribunal de Contas.
DESEQUILÍBRIO II
Hoje, um aumento de mais de sete pontos percentuais em relação ao último ano da gestão Robinson Faria (PSD). Em dezembro de 2018, o governo do RN comprometia 57% de sua receita líquida com folha de pessoal. Em janeiro de 2019, o governo Fátima Bezerra (PT) anunciou que adotaria medidas para adequar o Estado ao limite prudencial da LRF.
DESEQUILÍBRIO III
O mais grave é que o Tesouro Nacional exige o corte de despesas com pessoal daqueles estados que ultrapassaram o limite prudencial. É uma das condições para socorrer estados quebrados, como é o caso do RN.
DESEQUILÍBRIO IV
A folha de pessoal do RN chega a quase R$ 500 milhões, sendo que mais de 50% de seu volume corresponde aos salários dos aposentados e pensionistas. Um buraco sem fundo que o Estado não sabe como sair.
É NOTÍCIA
1 - Há 11 anos, nesta data, o bispo diocesano dom Mariano Manzana criava a Paróquia de São Paulo Apóstolo, no bairro Nova Betânia (zona sul de Mossoró), e nomeou o primeiro pároco, padre João Batista.
2 - A educadora Inalda Cabral da Rocha completa hoje 95 anos de vida, dedicados à formação de gerações. Professora, diretora de escolas e dirigiu o II Núcleo Regional de Educação (NURE), hoje Direc. Também foi secretária de Educação de Mossoró, na gestão do prefeito Raimundo Soares.
3 - O Sistema de Seleção Unificada (SISU) já passou dos 3 milhões de inscrições e de 1,5 milhão de inscritos. O prazo de inscrição termina às 23h59 deste domingo (26).
4 - Há 357 anos, nesta data, foi instituído o serviço postal no Brasil, marcando o início da missão dos Correios de promover a integração e o desenvolvimento da nação por meio da comunicação. Também nesta data é comemorado o Dia do Carteiro, símbolo da empresa.
5 - São Paulo celebra hoje 466 anos de fundação. Em 1554, nesta data, os jesuítas fundaram o povo e o colégio, batizando de São Paulo de Piratininga. Hoje, com 12,18 milhões de habitantes, o centro financeiro do Brasil, é a cidade mais populosa do mundo.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.