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Postado às 10h15 | 28 Jan 2020 | Coluna César Santos - 28 de janeiro de 2020

Crédito da foto: Reprodução Cópia do texto de Gutemberg Medeiros nas redes sociais

MÃOS SUJAS DE MORTE III

O coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN, João Morais, é categórico ao afirmar que não houve qualquer mudança, para melhor, no sistema de saúde pública do Estado, fazendo um paralelo entre os dois governos anteriores e o atual governo estadual. Ao quadro “Cafezinho com César Santos”, edição de domingo (26), o sindicalista afirmou que os problemas continuam os mesmos e os pacientes morrendo por falta de atendimento na rede pública.

João Morais falou sobre a denúncia de que o Hospital Regional Tarcísio Maia colocou uma “barreira” para dificultar a transferência de pacientes das UPAs, o que teria provocado mortes de pessoas que não conseguem assistência. Ele disse que o novo “modelo” do HRTM cria uma “bolha de ilusão”, ou seja, mostra os corredores do hospital vazios, mas sem salvar vidas daqueles que precisam do hospital.

“O corredor vazio não significa que a saúde está boa”, criticou, para denunciar: “Para você ter uma ideia, o básico do básico chega a faltar, como, por exemplo, lençol para os pacientes. Não existem insumos, as medicações também chegam a faltar. É um caos. A saúde pública está a cada dia sendo sucateada. Entra Governo, sai Governo e não há melhora.”

O sindicalista afirma que o Sindsaúde sempre denunciou a situação ao Ministério Público (MPRN), sem que as respostas apareçam de forma satisfatória. “Eu acho que o Ministério Público tem uma bíblia de denúncias nossa sobre essa situação na saúde pública”, revelou.

Na semana passada, o cidadão identificado com o nome de “Gutemberg Medeiros” usou as redes sociais (veja cópia acima) para denunciar que perdeu o pai e o avô em duas semanas porque eles não foram transferidos da UPA para o Tarcísio Maia. Ele relatou que as duas vítimas ficaram horas esperando pela transferência e acabaram morrendo sem assistência.

Em forma de desabafo, Gutemberg escreveu: “O Governo do Estado, secretário de Saúde e a direção do Hospital Tarcísio Maia têm as mãos sujas de morte.”

Um dia após a coluna publicar a denúncia, um médico da UPA do Belo Horizonte (nome preservado) afirmou que nos últimos dias morreram quase 20 pessoas porque não foram transferidas para o Tarcísio Maia, a maioria idosos. A direção do hospital, em nota, afirma que as transferências são liberadas de acordo com o “fluxo" no Tarcísio Maia. Ou seja, é o tal do “fluxo" que define se o paciente vai continuar vivo ou não.

Absurdo.

A coluna chamou a atenção do Ministério Público, para que se sinta provocado e abra linha de investigação das graves denúncias. Até aqui, porém, nada foi feito. Infelizmente.

 

FRASE

"Tem que procurar saber onde é que as pessoas estão morrendo."

JOÃO MORAIS – Coordenador regional do Sindsaúde, sobre o caos no Hospital Regional Tarcísio Maia.

 

DEVO, NÃO NEGO

 Em 2019, o Governo do Estado conseguiu pagar 16,6% da dívida de R$ 1,6 bilhão com fornecedores e prestadores de serviço. Para inibir as cobranças, a governadora Fátima Bezerra (PT) criou o “fórum de negociações" das dívidas inscritas, que não serviu para nada. Agora, em 2020, fornecedores e prestadores de serviço estão exigindo cronograma de pagamento das dívidas.

 

PAGO QUANDO PUDER

 O problema é que o governo não tem dinheiro para pagar a quem deve, e quando entra alguma coisa prioriza os prestadores de serviços da saúde. Além disso, a prioridade é o pagamento salarial dos servidores, que continua com três folhas abertas: novembro, dezembro e o 13º de 2018. É pouco provável que o cenário mude em 2020. As dívidas continuarão na casa do bilhão.

 

SEM EDUCAÇÃO

 Inexplicável a paciência do presidente Bolsonaro com Abraham Weintraub, o ministro trapalhão da Educação. No episódio do Sisu, ele culpou o PT, quando na verdade o erro técnico é de sua pasta. Depois, comemorou a “demissão" de Reinaldo Azevedo da BandNews, quando o jornalista não havia sido demitido. O cara é totalmente sem noção.

 

FALASTRÃO

 O ex-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) teve a sua Hilux penhorada pela Justiça para pagar indenização ao vereador Fernando Holiday (DEM-SP) por tê-lo chamado de “capitãozinho do mato". O vereador negro pediu a condenação de Ciro por racismo e injúria. A juíza Lígia dal Colleto acatou a ação e condenou o pedetista.

 

ELES SÃO IGUAIS

 O ex-presidente Lula (PT) endossou as críticas do presidente Bolsonaro (sem partido ) à imprensa. Afirma que são “corretas". Foi Lula quem potencializou “caça" à imprensa pós-redemocratização, ao rotular a imprensa brasileira de Partido da Imprensa Golpista (PIG).

 

ECONOMIA

 O mercado financeiro consultado pelo Banco Central reduziu a previsão da inflação para 3,47% no ano, e manteve o crescimento da economia (PIB) em 2,3%.

 

 É NOTÍCIA

1 - Sepultado nesta segunda-feira, 27, o corpo de Marcos Formiga, último prefeito “biônico" de Natal. Ele ocupou vários cargos, inclusive o de deputado federal. Faleceu aos 78 anos, na capital.

2 - A Câmara Municipal de Mossoró começou a distribuir os convites para a abertura do último ano da 18ª Legislatura, marcada para o dia 4 de fevereiro, às 9h. A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) fará a leitura da última mensagem da sua atual gestão.

3 - Avante quer colocar a suplente de deputada Karla Veruska no tabuleiro da sucessão natalense. É o nome da preferência do presidente estadual da sigla, Raniere Barbosa, esposo de Veruska.

4 - O Over Colégio e Curso está investindo no polo educacional de Mossoró, com instalação de uma unidade na cidade. O diretor Carlos André receberá a imprensa na quinta-feira (30), para apresentar a unidade. O café da manhã às 9h, será na sede, na Rua Dr. João Marcelino.

5 - A apresentadora Ana Maria Braga foi novamente diagnosticada com câncer no pulmão. Ela mesma deu a notícia: é um adenocarcinoma, mais agressivo e não é passível de cirurgia ou radioterapia. A líder de audiência das manhãs da Globo é ex-fumante.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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