Segunda-Feira, 10 de fevereiro de 2025

Postado às 08h15 | 02 Fev 2020 | Coluna César Santos - 2 de fevereiro de 2020

NINGUÉM SOLTA A MÃO DE NINGUÉM

Os servidores públicos estaduais não aparecerão para trabalhar amanhã e terça-feira. Eles paralisarão o Estado por 48 horas, em protesto à proposta de reforma da Previdência que o Governo encaminhará à Assembleia Legislativa nesta semana.

“Retira direitos dos trabalhadores”, justifica o Fórum Estadual de Servidores que, assim como na reforma da Previdência nacional, considera a proposta estadual “perversa”.

É a primeira greve geral que a governadora Fátima Bezerra (PT) enfrenta. Uma novidade na trajetória de vida pública. Até aqui, Fátima havia atuado no outro do balcão, em defesa dos servidores públicos, como sindicalista, deputada estadual, deputada federal e senadora da República.

Quis o destino que caísse nas suas mãos a missão de reformar o falido sistema previdenciário estadual. Tão necessário e urgente, reconheça-se. Porém, um governo dito popular, que até ontem dizia que o presidente Jair Bolsonaro queria “castigar” velhinhos com a reforma da Previdência da União, terá enorme dificuldade de convencer que a reforma precisa ser feita e que os servidores precisam colaborar com sacrifício. O argumento torna-se ainda mais prejudicado porque a proposta de Fátima Bezerra tem pontos mais duros do que a reforma de Jair Bolsonaro.

A alíquota previdenciária proposta pelo governo Fátima é bastante pesada. Vai de 12% a 18,5%, conforme faixa salarial, e passa a taxar aposentados e pensionistas que atualmente são isentos de contribuição. O impacto no bolso é bem duro.

Veja: pelas regras atuais, o servidor inativo que ganha até 5.839,45 não precisa contribuir com a Previdência. A reforma proposta pela governadora taxa esse servidor com alíquotas de 14% e 16,5%. Por exemplo: quem ganha entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil, passará a contribuir com 14%; e quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, terá descontado do contracheque 16,5%.

Em números reais, veja o impacto: um aposentado que recebe R$ 5,5 mil, e que hoje é isento, passará a contribuir com 16,5%, ou seja, terá a sua remuneração reduzida em R$ 907,50. Calculadora na mão: o valor do contracheque desse aposentado/pensionista cairá de R$ 5,5 mil para R$ 4.592,50.

Esse mesmo aposentado já contribuiu durante toda sua vida laboral e agora terá de voltar a contribuir para a Previdência estadual. Vale ressaltar que os servidores, em sua grande maioria, não recebem reajuste há uma década e ainda amargam três meses de salários atrasados.

Fátima Bezerra vai enfrentar a resistência das entidades sindicais que estão defendendo as suas categorias, e já disse que fechará pulso, se preciso.

Os servidores, por sua vez, usaram frase dita no passado pela própria governadora para definir a unidade de luta: "Ninguém solta a mão de ninguém".

 

FRASE

"É agora que ninguém solta a mão de ninguém."

RIVÂNIA MOURA – Professora doutora da Uern, ex-presidente da Associação dos Docentes (ADUERN).

 

VINGT ROSADO

 Hoje, completa 25 anos do falecimento do líder político Jerônimo Vingt Rosado Maia. Foi vereador (1948) e prefeito de Mossoró (1953), deputado estadual (1958) e eleito oito vezes deputado federal (a partir de 1962). O vigésimo filho do velho Jerônimo, irmão do governador Dix-sept Rosado e do prefeito Dix-huit Rosado, Vingt liderou o grupo político batizado de "rosadismo".

 

PADRE GUIDO

 O padre Guido Tonelotto completaria 100 anos de vida nesta segunda-feira (3). O italiano de Concórdia, província de Veneza, fez história em Mossoró e por 30 anos zelou pela Paróquia de São José. Ele fundou um dos mais significativos projetos sociais da cidade, o Projeto Esperança, para assistir crianças carentes. O centenário será celebrado com uma missa na São José, às 17h.

 

ONDAS

 Na passagem do Ano-Novo no imaginário de Tibau, praia dos mossoroenses, o empresário Jorge do Rosário (PL) conseguiu pular duas ondas e meia; o mesmo número de ondas superadas pela deputada Isolda Dantas (PT). Já o deputado Allyson Bezerra (SDD), com a sua juventude, mostrou fôlego para pular 10 ondas.

 

PLACAR

 Se tiver o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), a reforma da Previdência da governadora Fátima Bezerra (PT) passa fácil, com 18 votos a favor.

 

PLACAR II

 Sem o apoio de Ezequiel Ferreira, Fátima Bezerra conta, apenas, oito votos no plenário da Assembleia Legislativa.

 

RESUMO

 A reforma da Previdência estadual, rejeitada pelos servidores, se aprovada, terá a assinatura de Fátima Bezerra e de Ezequiel Ferreira, para o bem ou para o mal.

 

1 x 1

 Os representantes de Mossoró na Assembleia Legislativa estão divididos neste momento: Isolda Dantas (PT) é a favor da reforma da Previdência; Allyson Bezerra (Solidariedade) é contra.

 

 É NOTÍCIA

1 - O desemprego caiu para 11% em dezembro de 2019. Terceira queda consecutiva. O curioso é que as centrais sindicais do PT vão realizar ato amanhã, em SP, em defesa do emprego.

2 - A vereadora Sandra Rosado (PSDB) volta ao rádio a partir de amanhã (3), com o programa "É Hora de Falar". Promete debater temas relevantes de Mossoró, do RN e do país. O programa vai ao ar de segunda a sexta, na FM 93, às 6h45.

3 - O ano legislativo começa na Câmara com nove deputados federais respondendo a 12 processos no Conselho de Ética. São oito do PSL, sendo o próprio PSL autor das representações. Carlos, o filho do Bolsonaro, responde a dois processos.

4 - O Centro Administrativo Integrado (antiga Estação Rodoviária Diran Ramos do Amaral) está abandonado pelo Governo do Estado. Parece cenário de guerra, dada a destruição do local. E quando chove, transforma-se em grande peneira.

5 - A fortuna do apresentador Gugu Liberato fez explodir a guerra na sua família. Cada um quer ficar com maior fatia do bolo. Briga mãe com filho, filho com mãe, sogra com nora. Triste.