A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) sabia que havia um movimento organizado para tumultuar a leitura da mensagem anual na Câmara Municipal de Mossoró. Não recuou. Cumpriu o seu dever, foi a Câmara, fez a leitura, e encarou os gritos dos manifestantes em “defesa dos animais”, como deve fazer um gestor público.
Bem diferente, por exemplo, da governadora Fátima Bezerra (PT) que cancelou a leitura da mensagem anual para não encontrar os servidores públicos na Assembleia Legislativa, onde acontece protesto contra a reforma da Previdência estadual.
O movimento contra Rosalba foi preparado na semana passada. O primeiro passo, um grupo lançou a acusação que a prefeita iria “matar animais de ruas”. O segundo passo, repercussão entre os blogueiros contratados pela deputada estadual e pré-candidata a prefeita Isolda Dantas (PT). E, por último, a atuação na Câmara Municipal como ativistas em defesa da causa animal.
A prefeita sugeriu o diálogo aos manifestantes, que não deram importância. A missão era gritar o mais alto possível, vaiar, fazer barulho, para repercutir entre os assessores e apoiadores de Isolda Dantas.
O objetivo da estratégia era tirar o foco da polêmica reforma da Previdência; tentar desgastar a prefeita Rosalba por uma informação falsa; e por gravidade beneficiar Isolda. Os assessores da deputada acompanhou o movimento de perto e alguns deles entre o grupo de 15 a 20 manifestantes.
Longe da Câmara Municipal de Mossoró, na Praça dos Três Poderes, em Natal, os servidores públicos estaduais realizaram o segundo dia de protesto contra a reforma da Previdência e criticaram a governadora Fátima por não ter tido a coragem de enfrentar os protestos. Chamaram a governadora de “fujona”.
Os manifestantes da causa estadual fizeram discurso e gritaram palavras de ordem. Os mais exaltados ensaiaram o “fora Fátima” (VEJA VÍDEO ACIMA). Outros iniciaram a arrecadação de dinheiro para confeccionar a boneca gigante Fátima Bezerra, assim como fizeram com governadores passados como Robinson Faria e Rosalba Ciarlini.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.