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Postado às 14h15 | 18 Fev 2020 | Manobra evita julgamento de contas do ex-prefeito Silveira Júnior

Crédito da foto: Arquivo Vereador João Gentil comandou manobra para evitar julgamento de contas do ex-prefeito Silveira

Uma manobra coordenada pelo vereador João Gentil (Rede) impediu o julgamento das contas do ex-prefeito Silveira Júnior (sem partido) no plenário da Câmara Municipal de Mossoró, nesta terça-feira (18).

Ele trabalhou nos bastidores para não formar quórum. Obteve sucesso. Apenas 12 vereadores estavam no plenário, quando era preciso pelo menos 2/3 da Casa, ou seja, 14 vereadores.

A sessão foi aberta sem a presença de três vereadores: a presidente Izabel Montenegro (MDB), Zé Peixeiro (PTC) e Tony Cabelos (PSD). Com isso, João Gentil iniciou o trabalho para evitar que mais seis vereadores não fossem ao plenário, mesmo estando na Casa.

A estratégia deu certo e seis vereadores permaneceram em seus gabinetes: Rondinelli Carlos (PMN), Gilberto Diógenes (PT), Genilson Alves (PTN), Emílio Ferreira (PSD) e Didi de Arnoud (PRB), além de João.

João Gentil foi membro forte da gestão do ex-prefeito Silveira. Ele comandou a Secretaria do Meio Ambiente e emplacou um irmão no comando da Previ-Mossoró.

Os outros vereadores que se ausentaram também mantiveram relações administrativas e/ou políticas com Silveira.

Rondinelli foi secretário de Agricultura;

Gilberto Diógenes é filiado ao PT, partido que fez parte do governo Silveira emplacando as secretarias de Cultura, com a atual deputada Isolda Dantas na titularidade; de Segurança Pública, comandada por Socorro Batista; além da vice-prefeitura com Luiz Carlos Martins;

Genilson Alves foi o defensor mais ferrenho da gestão Silveira na Câmara Municipal;

Emílio Ferreira, eleito pelo PSD, partido que era presidido por Silveira, e que teve a estrutura de campanha oferecida pelo ex-prefeito;

Didi de Arnor, do PRB, foi eleito no palanque de Silveira em 2016.

Não se sabe, agora, quando a presidente Izabel Montenegro colocará as contas do ex-prefeito na pauta de julgamento.

As contas do exercício de 2016 da gestão Silveira Júnior foram desaprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN). A relatora na Câmara Municipal, vereadora Aline Couto, apresentou parecer pela desaprovação.

Segundo o relatório do TCE, Silveira sequer prestação de contas e nem respondeu aos questionamentos da Corte.

Para derrubar o parecer do TCE e o voto da relatora, o plenário da Câmara tem que ter 14 votos a favor de Silveira. Caso contrário, as contas serão desaprovadas e o ex-prefeito se tornará inelegível por cinco anos.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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