Domingo, 09 de fevereiro de 2025

Postado às 09h30 | 20 Fev 2020 | Coluna César Santos - 20 de fevereiro de 2020

Crédito da foto: Arquivo Corredores de hospitais do Estado do RN vivem superlotados

UM HOSPITAL A MENOS

O governo Fátima Bezerra (PT) ao decidir fechar o Hospital Rui Pereira, o que será concretizado até o final de março, repete o caminho da gestão anterior. Assim como Fátima, o ex-governador Robinson Faria (PSD) também fechou um hospital, o da Mulher em Mossoró.

Os discursos também são iguais: “fechar para melhorar o atendimento à população”.

Quando Robinson fechou as portas do Hospital da Mulher de Mossoró disse que “tudo ficaria melhor”. Ocorreu o contrário. Tudo piorou. Mães e bebês da cidade e da região Oeste sofreram muito por falta de atendimento, com a imprensa registrando o caos diariamente.

Ao repetir Robinson Faria, a governadora Fátima determinou a transferência de pacientes do Rui Pereira, em Natal, para outros hospitais, prometendo que a população não vai ter prejuízo. Promessa que não será cumprida e ela sabe disso.

A população já está no prejuízo, com a superlotação de outros hospitais, como é o caso do Walfredo Gurgel. O maior pronto-socorro do Rio Grande do Norte vive cenário de guerra, com pacientes jogados nos corredores. Na semana passada, o Walfredo Gurgel tinha mais de 100 pacientes nos corredores, conforme denunciou o Sindicato dos Servidores da Saúde (SINDSAÚDE).

Na mesma denúncia, a entidade reclamou que os servidores do hospital estavam há cinco dias sem alimentação porque a empresa fornecedora suspendeu o serviço, reclamando dois meses de pagamento atrasado.

A cena se repete no Hospital João Machado, outra unidade escolhida pelo governo para receber pacientes que estão sendo transferidos do Rui Pereira. Em visita feita por uma comitiva de deputados estaduais, em 2019, foi encontrado um cenário de guerra, com pessoas idosas jogadas à própria sorte, aguardando por atendimento que não chega.

O deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM) denunciou, no plenário da Assembleia Legislativa, que tem gente morrendo em casa sem atendimento, porque as unidades de saúde do Estado não têm condições de oferecer assistência.

É o caso do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró, que está dificultando a transferência de pacientes que primeiro recebem atendimento nas UPAs, porque não tem capacidade de atendimento. No Tarcísio Maia falta tudo, até água mineral para os servidores, que na semana passada fizeram uma cota para comprar o líquido.

É assustador como o governo Fátima Bezerra piorou o que já estava ruim. Mas, não surpreende. Na verdade, já se esperava o agravamento do caos a partir da nomeação de Cipriano Maia para comandar a Secretaria de Saúde Pública do Estado. Todos sabiam de sua pouca capacidade para o cargo, mas, a governadora decidiu contrariar a lógica para nomear um companheiro partidário.

Pior para a população potiguar, que está pagando com sofrimento e com vidas abreviadas.

Infelizmente.

 

FRASE

"Tem gente morrendo em casa, sem atendimento médico."

GETÚLIO RÊGO – Deputado estadual, sobre o caos no sistema de saúde pública do Rio Grande do Norte.

 

MULHER

 A ministra Cristina Peduzzi faz história como a primeira mulher a presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Peduzzi foi empossada nesta quarta-feira (19). O tribunal foi criado em 1946, mas registrou a primeira composição com presidente e vice somente a partir de 1948, e só agora, em 72 anos de existência, a instância superior do trabalho tem uma mulher na presidência.

 

MULHER II

 A Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Mossoró, está disponibilizando a cartilha 2020 de combate a todas as formas de assédio e violência contra as mulheres no carnaval. O material informa sobre os tipos de violência contra as mulheres e orienta como reagir diante do agressor. Confira a cartilha no site www.oabmossoro.org.

 

CULTURA E GABINETE

 A professora Isaura Amélia voltará ao comando da Cultura de Mossoró. Ela assumirá a secretaria em substituição ao arquiteto Eduardo Falcão. A Chefia de Gabinete da prefeita Rosalba Ciarlini também terá nova titular: Jaqueline Amaral, no lugar de Fernanda Kaline, que está de licença-maternidade.

 

INELEGÍVEL

 O ineditismo da Câmara de Mossoró de tornar inelegível um ex-prefeito foi facilitado pelo desprezo de Silveira Júnior com as contas públicas. Ele sequer apresentou a prestação de contas do último ano de sua gestão (2016) ao TCE. A Câmara, se tivesse livrado o ex-prefeito, teria caído em total descrédito junto à opinião pública.

 

INELEGÍVEL II

 A decisão do Legislativo de tornar Silveira Júnior inelegível foi antecipada em quase quatro anos pelo eleitor mossoroense. Em 2016, quando tentou renovar o mandato, ele foi rejeitado nas ruas pelo eleitor, a ponto de ter desistido da candidatura antes do veredicto das urnas.

 

ROMBO

 O Diário Oficial cita o orçamento anual do Estado na edição desta quarta-feira (19), com previsão de “rombo" de R$ 400 milhões. O documento prevê R$ 12,8 bilhões em receita, contra R$ 13,2 bilhões em despesas.

 

 É NOTÍCIA

1 - O deputado estadual Allyson Bezerra (Solidariedade) é o novo membro da Associação de Amigos e Familiares de Doentes Mentais do Rio Grande do Norte. Foi empossado na terça-feira (18).

2 - Faleceu o radialista Raimundo Alves, “R. Alves”, como era conhecido. Natural de Catolé do Rocha (PB), fez sucesso no rádio potiguar, com passagem marcante na Rádio Libertadora Mossoroense. Nossa solidariedade à jornalista Denise Santos, sua filha, e à toda a família.

3 - A Operação Carnaval 2020 do Rio Grande do Norte contará com efetivo extra de mais de 10 mil agentes de segurança. O Governo do Estado vai pagar R$ 3 milhões em diárias operacionais.

4 - Deputados e senadores do PT, Psol e Rede protocolaram representação pedindo a cassação do mandato do senador Flávio Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. Uma piada diante de um Congresso que pode ter tudo, menos decência.

5 - A Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei complementar que assegura o piso salarial ao servidor público estadual. Um alívio para os 13 mil servidores que estavam com salário inferior ao piso nacional, que é de R$ 1.045,00. O valor é retroativo a 1º de janeiro.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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