Domingo, 09 de fevereiro de 2025

Postado às 15h15 | 03 Mar 2020 | Coluna César Santos - 3 de março de 2020

Crédito da foto: Ilustração Água fria

BALDES DE ÁGUA FRIA

No Brasil dividido pela intolerância político-ideológica, do nós contra eles e de incendiários querendo ver o circo pegar fogo, eis que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) surge com um balde de água fria para serenar os ânimos. A sua sensatez defende o simples para o Brasil caminhar com “tranquilidade”, “serenidade” e “coordenação”.

Em artigo publicado no Estadão, FHC se posiciona sobre o impeachment, defendido pelos adversários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido):
“Falar de impeachment (mesmo que haja nos meios jurídicos e nos tribunais superiores quem tenha considerado a hipótese cabível) seria, no mínimo, arriscado. O país viu dois presidentes diretamente eleitos serem atingidos por este mecanismo constitucional. Não é simples, ele desgasta os poderes e deixa mágoas de difícil superação. Mais ainda: por trás da votação no Congresso e das alegações jurídicas, no impeachment existe sempre um movimento popular, que não se vê no momento. Melhor nem cogitar, prematuramente, de tal movimento.”

Seguiu:

“Precisamos, como nação, de mais tranquilidade: temos pela frente dois enormes desafios. Um generalizado e de consequências ainda imprevisíveis, mas todas negativas, que é a ameaça de uma pandemia, o coronavírus. Outro, sentido por todos e mais diretamente pelos mais pobres, o arrastado crescimento da economia. O desemprego passou a ser considerado como “em diminuição" quando, na verdade, ainda há cerca de 12 milhões de desempregados, fora os desalentados que nem empregos buscam mais, e sem contar a baixa qualidade de muitos dos 'empregos’ disponíveis.”

FHC apontou a falta de liderança para conduzir a nação:

“O país precisa urgentemente de sensatez e de coordenação. Elas são necessárias para reduzir a insegurança e criar clima favorável ao investimento, sem o qual o crescimento da economia seguirá anêmico. Nessa hora faz falta a liderança: o presidente e seu círculo têm sido desastrados no falar, quando não no agir. Acirram, em vez de desanuviar, as ondas que nascem no meio político. Não raro, são eles próprios a produzir turbulência a partir de um impulso de confronto incompatível com o bom funcionamento das instituições e potencialmente perturbador da ordem democrática."
Por fim, FHC alerta que voto não é cheque em branco:

“Precisamos de grandeza para superar nossos desafios. E de liderança: temos a que o povo escolheu. Mas o voto não é um cheque em branco e acima de qualquer mandatário está a Constituição. Termino citando de memória palavras de Ulysses Guimarães: divergir da Constituição, alterá-la por meio de emenda, sim; desrespeitá-la jamais."

É pouco provável que a voz de FHC tenha ressonância nos ambientes hostis, devendo continuar o clima tóxico que castiga o País.

 

FRASE

Voto não é cheque em branco e acima de qualquer mandatário está a Constituição.”

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - Ex-presidente do Brasil (1995 a 2002).

 

CEMITÉRIO

Custou quase 200 vidas o motim da Polícia Militar  do Ceará. Um verdadeiro cemitério “construído" pela queda-de-braço entre o Governo do Estado e os homens de farda, com direito a espetáculo macabro do “maníaco da retroescavadeira".

E as famílias das vítimas, como ficam?

Até aqui, sequer receberam a solidariedade do Estado. Resta, então, buscar direitos na Justiça.

 

ABSURDO

Reportagem da jornalista Amina Costa, na edição de domingo, 1º, do JORNAL DE FATO, revela que o Hospital Rafael Fernandes tem apenas um infectologista (Leonardo Menezes) para atender Mossoró e as regiões Oeste, Salineira, Vale do Açu, com cerca de 1 milhão de pessoas.

Vale lembrar que o Rafael Fernandes foi selecionado para receber pacientes com suspeita do coronavírus.

 

FINISA

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) anunciou que a Arena Cultural será uma das primeiras obras a serem licitadas com recursos do Finisa.  A arena é um dos equipamentos que faltam para completar o Corredor Cultural de Mossoró. O projeto está pronto para ser licitado.

 

FINISA II

A operação de crédito entre a Prefeitura e a Caixa Econômica Federal, por meio do Finisa, tem o valor de R$ 146,5 milhões. Vai bancar 44 obras de infraestrutura urbana, conforme lista apresentada e aprovada pela Caixa. A primeira parcela de 20% do valor global deve ser liberada até o final deste mês.

 

FINISA III

Se o município trabalhar a execução dos projetos com agilidade, é possível que até o final do ano a Caixa tenha liquidado 60% do contrato, cerca de R$ 88 milhões. Todos os projetos estão prontos para licitação.

 

VILMAR SEGUNDO

O mossoroense Vilmar Pereira Segundo assumiu a presidência do Conselho Regional de Engenheira e Agronomia do Rio Grande do Norte (CREA-RN). Sucede a colega Ana Adalgisa Dias.

O engenheiro civil, filho do empresário Vilmar Pereira, presidente da Acim, é quem coordena todas as obra da Vipetro, em vários estados, do RN à Bahia.

 

É NOTÍCIA

1 - O volume de chuvas acumulado em Mossoró, no sábado, 29, foi de 176,4 milímetros. Foi a maior chuva (média diária) dos últimos 56 anos, segundo a Emparn. Os estragos foram inevitáveis. 

2 - Bandidos explodiram a agência dos Correios e saquearam lojas do comércio de Passa e Fica. Eles estavam armados com escopeta calibre 12, fuzis e pistolas. Os agentes do destacamento policial ficaram acuados. E a bandidagem fugiu sem dificuldade.  

3 - A TV Ponta Negra fechou a sua sucursal em Mossoró. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 2. A cidade conta agora apenas com a sucursal da InterTV Cabugi e, claro, com as emissoras locais.
 
4 - O mercado financeiro reduziu a previsão de crescimento do PIB de 2,20% para 2,17% em 2020. Já a previsão para os anos seguintes - 2021, 2022 e 2023 - continuam em 2,50%.  Já a previsão da inflação para este ano caiu de 3,20% para 3,19%. 

5 - A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assú, acumula 540.612.395 m3, correspondentes a 22,78% da sua capacidade total que é de 2,37 bilhões de m3. Em março de 2019 a barragem estava com 487.292.867 m3, correspondentes a 20,30%.

 

 

 

Tags:

Coluna
César Santos
JORNAL DE FATO
Mossoró
RN

voltar

AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

COTAÇÃO