Domingo, 09 de fevereiro de 2025

Postado às 11h15 | 05 Mar 2020 | Greve confronta Fátima de hoje X Fátima de ontem

Crédito da foto: Reprodução Postagem da então senadora Fátima em 2017

Por mais boa vontade que tenham com a governadora Fátima Bezerra (PT), os professores não tinham como aceitar a proposta salarial do governo petista, porque é humilhante, desrespeitosa, esdrúxula até.

Fátima propôs pagar o reajuste do magistério (12,84%) em três parcelas: junho, outubro e dezembro para ativos; outubro, novembro e dezembro para inativos; e o retroativo em 24 meses, estilo "Casas Bahia".

Foi inevitável a aprovação da greve pelos professores estaduais.

A greve dos professores quebra o elo mais forte da luta política da política Fátima Bezerra. E atinge de morte o seu diploma de Magistério.

Basta confrontar a postura de Fátima hoje com a sua posição de defesa dos professores no passado.

Em 2017, quando era senadora da República, e havia acabado de romper politicamente com o então governadora Robinson Faria (PSD), Fátima usou as redes sociais para exigir do governo o cumprimento da lei do piso do Magistério.

Em postagem, a petista escreveu: “crise” não pode ser desculpa para não cumprir a lei do piso salarial dos professores, deixando a entender que Robinson só não pagaria o reajuste salarial se não quisesse. Hoje, Fátima diz que o governo não tem recursos, a mesma justificativa de Robinson em 2017.

A greve dos professores, sem dúvida, representa a ruptura de uma política que construiu carreira vitoriosa na defesa intransigente da classe trabalhadora com a política que tem que governar o Estado como “patroa” dos servidores públicos, assim como todos os outros.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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