GOVERNOS PRECISAM SOCORRER HOSPITAIS PRIVADOS
As ações anunciadas pelos governos federal, estadual e municipal de enfrentamento ao novo coronavírus não contemplaram os hospitais privados. É como se esses estabelecimentos de saúde estivessem imunes aos efeitos devastadores do Covid-19. Não estão. Os hospitais privados fazem parte do contexto que têm grande responsabilidade, porque assiste a uma parcela da população que não ocupa as unidades públicas.
Os gestores estão apavorados com a proporção do problema e suas consequências, principalmente sob o ponto de vista financeiro. Nos últimos dias, com a alta do dólar que bateu a casa dos R$ 5,00 e a ganância dos fornecedores que se aproveitam do momento, os preços dos insumos dispararam de forma absurda. Os medicamentos em alguns casos subiram 200%, como os oncológicos, mas a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), para reembolso, continua a mesma.
Além de enfrentar o aumento das despesas com insumos, vários hospitais privados ainda sofrem com atraso de pagamento de serviços já executados. A dívida acumulada é um peso a mais que dificulta a manutenção dos serviços necessitados pela população.
As máscaras já não têm mais no mercado. Em Mossoró, o Hospital Wilson Rosado, a maior unidade de saúde privada do interior do RN, tem adotado medidas para atenuar o problema. No centro cirúrgico, por exemplo, são usadas as máscaras de tecido comum; no caso da UTI, o hospital está usando o tecido descartável de prolipropileno, que é adequado.
Outra grande dificuldade que vai aumentando de acordo com o avanço do coronavírus, é o absenteísmo. Os funcionários, por medo, começam a faltar ao local de trabalho. Esse é um problema de difícil solução. Se a mãe de um funcionário adoece, com suspeita de coronavírus, o que a direção do hospital deve fazer? E se um enfermeiro ou outro profissional adoece, com os mesmos sintomas, o hospital tem que afastar quem trabalha com ele? Essas respostas ainda não estão claras porque os hospitais privados não receberam, até aqui, nenhuma informação ou orientação segura por parte do Ministério da Saúde e/ou das secretarias de Saúde estadual e municipal.
A coluna faz o alerta para que o pior não venha a acontecer. A responsabilidade é de todos, os governos têm a obrigação de chamar os hospitais privados para discutir o problema, sob pena de essas unidades não sobreviverem ao caos provocado pelo Covid-19.
FRASE
Se uma pessoa em estado grave é muito idosa, a gente deixa morrer."
DANTE BALDI - Enfermeiro italiano sobre a ação do coronavírus na Itália onde já morreram 4.032 pessoas com o virus.
SE RÉI PRA LÁ
A OAB Mossoró está distribuindo álcool em gel para prevenção ao coronavírus dos advogados, com uma condição: tem que está adimplente com a Ordem. E os advogados inadimplentes, não são humanos? Parece em voga o “se réi pra lá" para quem não pagar a carteirinha em dia. Piedade, senhor.
INSUFICIENTE
O decreto de estado de calamidade pública no RN prevê R$ 40,5 milhões para combater o coronavírus no Estado, sendo R$ 37,9 milhões para a saúde. Insuficiente. Segundo o próprio secretário de Saúde do Estado, Cipriano Maia, a pasta precisa de pelo menos R$ 100 milhões para suprir as necessidades.
RIGOROSO
O novo decreto do Governo do Estado, que sai publicado no Diário Oficial de hoje, fecha bares e restaurantes por cinco dias; fechamento de academias, teatros, cinemas, igrejas; proíbe atendimento ao público nas agências bancárias; fechas as Centrais de Cidadão, entre outras medidas.
EFEITO COVID-19
O Governo diminui para 0,02% a previsão de crescimento da economia neste ano. Na semana passada, a própria equipe econômica havia revisado, para baixo, a estimativa de crescimento do PIB, de 2,4% para 2,1%.
INSULINAS
A Secretaria Municipal de Saúde está orientando aos pacientes que necessitam de insulina, que indiquem pessoas para buscar os medicamentos no setor de distribuição. É uma forma de evitar riscos, já que esses pacientes fazem parte do grupo de risco. A entrega do insumo será feita mediante a apresentação de um documento de identificação pessoal do responsável e do paciente.
TEMPO DE SOLIDARIEDADE
O palhaço Fuxiquinho usou as redes sociais para pedir ajuda aos artistas circenses. Com os circos fechados devido ao coronavírus, eles estão sem renda para manter necessidades básicas. Os artistas dependem da bilheteria diária. “Se tiver um circo na sua cidade, você puder ajudar com um quilo de arroz, um quilo de feijão, uma bandeja de ovos, toda ajuda será bem-vinda", apela.
É NOTÍCIA
1 - Sem futebol, a Arena das Dunas colocou a sua estrutura à disposição do Governo do Estado para possíveis ações de contenção ao coronavírus. O Frasqueirão, do ABC, também está à disposição.
2 - O Midway Mall, Natal Shopping e o Cidade Jardim fecham as suas portas hoje e por tempo indeterminado. Os shoppings são áreas de aglomerações e favorecem à propagação do coronavírus. Em Mossoró, nenhum shopping se manifestou sobre medidas.
3 - Todos os templos da Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte estão fechados para cultos e outros eventos com público. A Igreja Católica já havia tomado a mesma medida contra o Covid-19.
4 - O Brasil chegou a 11 mortes pelo novo coronavírus nesta sexta-feira, 20, segundo boletim do Ministério da Saúde. São Paulo tem o maior número de óbitos: seis. Os casos confirmados já são 904. O número de casos deve disparar em abril, na previsão do MS.
5 - Os servidores da Prefeitura de Mossoró que tiverem interesse em adquirir o crédito consignado junto à Caixa Econômica Federal (CEF), devem realizar solicitação através de agendamento, seja por telefone ou por e-mail do banco. A partir de terça-feira, 24.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.