Sábado, 08 de fevereiro de 2025

Postado às 09h45 | 26 Mar 2020 | Coluna César Santos - 26 de março de 2020

Crédito da foto: Ilustração Provocar o pânico não ajuda em nada

BRASIL SOFRE COM “COVARD-20”

A crise provocada pelo novo coronavírus nos deixa assustados, por gravidade, nos tornamos presa fácil para a verdade (graças a Deus) e a falsa verdade (infelizmente). As redes sociais, então, imprimem um ritmo de disseminação do “fato” que suplanta a velocidade de propagação do próprio Covid-19, e encontram eco nos lares de confinamento.

A verdade: existe a pandemia de um vírus que não é letal. Inconteste. A sua desgraça no mundo é que o sistema de saúde (público e/ou privado) não tem estrutura para atender grande demanda viral inesperada. Também, inconteste.

Nesse caso, uma observação: nenhum País está preparado para o inusitado, por mais afortunado que ele seja, como são as nações europeias.

Por conta da ineficiência do sistema de saúde público e/ou privado, aqui e alhueres, tornam-se necessárias medidas que impactam a vida das pessoas, mas que atenuam a propagação da doença: o isolamento social, por exemplo, é uma delas.

Contudo, esse impacto não pode se sobrepor ao curso natural das aldeias; não pode paralisar a máquina que sustenta a existência humana.

Antes que alguém ressalte com veemência: primeiro lugar a saúde, respondo com a mesma veemência: claro que sim. Mas, vamos questionar em forma de reflexão: tem saúde sem base social? e tem base social sem economia? e tem economia sem dinheiro? e tem dinheiro sem os vetores da produção?

Uma coisa está intrinsicamente ligada a outra. Sem uma, outra não anda.

Portanto, cabe aos gestores públicos e a sociedade civil organizada encontrar a melhor forma para o enfrentamento da crise, se possível, da maneira uniforme para minimizar ao máximo seus efeitos sobre o todo. Paises afetados pela pandemia fizeram isso como China, Itália, Portugal, Alemanha.

Esse ponto de equilíbrio, no Brasil, é algo impossível diante da letalidade que a política de exceção se impõe. E, aí, as torcidas, inocentes ou não, cumprem o papel de intoxicar as relações humanas. Por gravidade, a política do “nós contra ele” sai do estágio de epidemia para a pandemia da intolerância, que bem poderia ser chamada de “Covard-20”.

E isso é o absurdo!

Ouvi, certa vez, que até nas grandes catástrofes naturais ou acidentais da humanidade há um sentido educativo para melhoramos como pessoa. Talvez, e provavelmente, ao final da pandemia do Covid-19, nós, gente, sairemos com algum aprendizado. Ou regeneração moral.

A falsa verdade: tudo que sai da boca ou da escrita daqueles que têm algum interesse pessoal no que propaga.

Que Deus nos proteja, hoje e sempre!!!

 

FRASE

 Governo ainda não apresentou proposta de contingenciamento para idosos mais pobres.

RODRIGO MAIA - Presidente da Câmara dos Deputados em palanque do coronavírus

 

LONGE DOS POSTOS

A redução de 15%, desde ontem, deixou o preço médio da gasolina nas refinarias em R$ 1,14 por litro. Esse é o menor preço cobrado pela Petrobras desde 31 de outubro de 2011. Segundo a estatal, no acumulado do ano, a redução do preço da gasolina é de cerca de 40%. O problema é que os revendedores não transferem a redução para o consumidor, que continua pagando caro.

 

ENEM 2020

Como estados, municípios e a rede privada suspenderam as aulas devido à crise causada pelo Covid-19, é provável que o Enem 2020 sofra adiamento, para não prejudicar ainda mais a preparação dos estudantes. O próprio Inep já avalia adiar as datas das provas (dois primeiros domingos de novembro) por pelo menos, 15 dias. O prazo, porém, deve variar de acordo com o período de isolamento.

 

TERROR

Um caminhão de álcool em gel foi roubado e o produto foi vendido rapidamente em feira. O caso aconteceu nesta quarta-feira, 25, no Rio de Janeiro. É o bandido se aproveitando do terror e o cidadão inocente pagando a conta. Daqui, a continuar assim, os saques irão além do disputado álcool em gel.

 

MUITO POUCO

O Ministério da Saúde mandou para Mossoró pouco mais de 6 mil doses da vacina contra a Influenza H1N1. Deve acabar rápido, assim como aconteceu com a primeira remessa que durou pouco mais de 48 horas. Mossoró precisa imunizar 95 mil pessoas. O Ministério da Saúde promete para abril.

 

BOLETIM

Subiu para 57 o número de mortes por novo coronavírus no Brasil - 11 a mais do que o boletim da terça-feira, 24. A taxa de letalidade é de 2,4%. Do total, 48 foram em São Paulo, seis no Rio de Janeiro, uma no Amazonas, uma no Rio Grande do Sul e uma em Pernambuco, única do NE.

 

BOLETIM II

No Rio Grande do Norte, são 14 casos confirmados do Covid-19, sendo nove em Natal, quatro em Parnamirim e um em Mossoró. Os casos suspeitos chegam a 839, alcançando 82 municípios. Nenhuma morte registrada até aqui pela Sesap-RN.

 

É NOTÍCIA

1 - O Governo Federal está liberando R$ 88 bilhões para estados e municípios e suspendendo dívidas das unidades federativas com a União. Os gestores devem gastar para conter o coronavírus.

2 - A Cosern confirmou nesta quarta-feira, 25, que suspenderá por 90 dias o corte de energia para mais de 1,4 milhão de clientes em toda a sua área de concessão. Segue a determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica. Depois daí, a tesoura vai trabalhar.

3 - A Prefeitura de Mossoró iniciou a distribuição diária de sopa para moradores de rua. O "Sopão Solidário" ajuda a atenuar a situação daqueles de menor sorte em tempos de pandemia.

4 - Decreto da governdora Fátima Bezerra (PT) prorroga para o dia 2 de abril o fechamento de bares, restaurantes, casas de show e similares. O decreto define outras medidas de contenção ao novo coronavírus no Rio Grande do Norte.

5 - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), diz que fica no cargo, que não há motivo para sair e nega crise com o presidente Bolsonaro. Ele voltou a defender o isolamento como "remédio amargo", mas que precisa ser organizado.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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