Sábado, 08 de fevereiro de 2025

Postado às 09h15 | 07 Abr 2020 | Coluna César Santos - 7 de abril de 2020

CAI OU NÃO CAI

A semana começou nervosa nos bastidores da política e do poder em Brasília. Nas primeiras horas da manhã, antes mesmo do café, surgiram especulações que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) daria as contas ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). Especulações alimentadas, diga-se, pelo próprio Bolsonaro que, no domingo, 5, disse que alguns ministros “falam pelos cotovelos”, que estão se sentindo “estrelas” e que a horas deles “vai chegar”.

No meio da tarde, o termômetro da possível exoneração de Mandetta subiu consideravelmente, com alguns jornalistas gabaritados afirmando que faltava apenas o presidente assinar o documento. As redes sociais foram a loucura. Os “torcedores” de Mandetta estavam uma pilha, defendendo que um ministro competente não pode ser demitido em momento de crise aguda por conta do Covid-19. Os partidários de Bolsonaro gritavam “já vai tarde, traidor”. Ao final do dia, porém, nada aconteceu. Mandetta jantou na cadeira de ministro e, até o fechamento desta edição, às 20h30, a exoneração não se confirmou.

De concreto veio a nova proposta do Ministério da Saúde, anunciada pelo secretário de vigilância em saúde do ministro, Wanderson Oliveira: redução parcialmente do isolamento social em cidades e estados com metade dos leitos e estrutura de saúde vagos. A medida, se o governo não recuar, entrará em vigor na próxima segunda-feira, 13.

Portanto, a partir da próxima semana, cidades com mais de 50% da capacidade de atendimento médico disponível poderão passar do Distanciamento Social Ampliado (DSA) para uma transição ao Distanciamento Social Seletivo.

As cidades que não apresentarem mais de 50% dos leitos vagos, entre outros critérios médicos, deverão manter o Distanciamento Social Ampliado até a estabilização do sistema de saúde.

Qual é a diferença entre os dois tipos de isolamento e o bloqueio total (lockdown), de acordo com documento do ministério:

- Distanciamento Social Ampliado (DSA): Estratégia que não tem limitações apenas para grupos específicos - todos os setores da sociedade devem permanecer em isolamento.

-Distanciamento Social Seletivo (DSS): Apenas alguns grupos ficam isolados. Pessoas com menos de 60 anos e sem condições que elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.

- Bloqueio total (lockdown): Nível mais alto de segurança, com distanciamento de todos os cidadãos e também um bloqueio total de todas as entradas do perímetro da cidade/estado/país por profissionais de segurança. Ninguém tem permissão de entrar ou sair.

Resta agora esperar o que acha Luiz Henrique Mandetta. E o que ele fará na corda bamba.

 

FRASE

Causa aflição o descaso e desrespeito do Governo do Estado para com os Municípios”

FEMURN - Nota dos prefeitos acusando o governo Fátima Bezerra (PT)

 

DESCASO...

Os prefeitos perderam a paciência com a governadora Fátima Bezerra (PT). Se sentem "caloteados" porque o governo não estar cumprindo nenhuma negociação feita com os municípios, nem fazendo repasses obrigatórios, como a "Farmácia Básica" e o PETERN. Em nota divulgada pela Femurn, os gestores municipais apontam “descaso” e “desrespeito”.

 

...DESRESPEITO

Os prefeitos denunciam que o governo do Estado está descumprindo com os repasses negociados para implantação do novo Proedi. Das seis parcelas que deveriam ser transferidas para os municípios, o governo repassou apenas uma. E, agora, com a pandemia do novo coronavírus, a governadora Fátima colocou uma "pedra" em cima da palavra e não há previsão para cumprir o acordo.

 

SPINELLI

Na sexta-feira, 3, o secretário-adjunto da Saúde, Petrônio Spinelli (PT), alarmou que o RN teria 300 mortes em 30 dias. Uma média de 10 mortes por dia. Até ontem, 6, houve apenas uma morte por Covid-19, depois da previsão fúnebre. As outras duas anunciadas ocorreram antes da entrevista de Spinelli.

 

EM TEMPO

A entrevista de Spenilli, junto com o secretário Cipriano Maia, foi para esclarecer o contrato de R$ 37,1 milhões para funcionamento de uma "hospital de campanha", que estava sob suspeita.

 

TER OU NÃO TER

O TSE decide até junho se adia ou não as eleições municipais deste ano. O prazo é dado pelo ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, que assumirá a presidência do TSE em maio próximo.

 

SEGUE

Segundo Barroso, a Justiça Eleitoral está acompanhando a evolução da pandemia do Covid-19. A princípio, se houver adiamento, seria por dois meses. É aguardar.

 

CALENDÁRIO

A partir de hoje, conforme o calendário eleitoral, está vedado aos agentes públicos uma série de ações, como, por exemplo, reajustar salários de servidores.

 

É NOTÍCIA

1 - O Estado de S. Paulo volta às mãos de Júlio Mesquita, depois de quase cinco anos de intervenção, nesta data, em 1945. A perseguição aos veículos de imprensa é desde sempre, sem intervalo.

2 - O assassinato da comerciante Flávia Magalhães, nesta segunda-feira, 6, é o retrato da ocupação do crime em Mossoró. A jovem foi morta quando estava no seu estabelecimento comercial e não teve nenhuma chance de reação. Já são 44 assassinatos no ano.

3 - Os supermercadistas não têm do que reclamar do faturamento em tempo de pandemia. As vendas subiram 15,8% em fevereiro. E vão continuar vendendo bem, mesmo com isolamento social.

4 - O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, se colocou contrário à punição de pessoas que "furar" o isolamento. Bate de frente com o governo do Rio Grande do Norte, que vai multar em até R$ 50 mil quem não cumprir medidas restritivas.

5 - O deputado federal General Eliéser Girão (PSL) está curado do Covid-19. Ele foi o primeiro parlamentar do Rio Grande do Norte, infectado pelo vírus, chegando, inclusive, a ser internado em UTI. O deputado deu a boa notícia nesta segunda-feira, 6.