Sábado, 08 de fevereiro de 2025

Postado às 09h45 | 15 Abr 2020 | Coluna César Santos - 15 de abril de 2020

Crédito da foto: Ilustração Novo coronavírus desafia o mundo

ÁFRICA DESAFIA COVID-19

O que está acontecendo na África do Sul?

É a pergunta que autoridades em saúde de todo o planeta está fazendo, diante do quadro de calmaria no País frente as previsões nefastas que haviam sido feitas por especialistas. A queda brusca na taxa diária de novas infecções pelo novo coronavírus é um contraste ao “cenário de guerra” projetado.
Nas últimas duas semanas, a África do Sul passou por uma situação excepcional que os médicos ainda não conseguem explicar. Não há, nesse momento, nada que sustente o “tsunami” de infecções previsto. Os hospitais do país, que tinham se preparado para receber um volume alto de pacientes, estão praticamente vazios.

Os leitos e enfermarias foram reservados para os pacientes do Covid-19, cirurgias não urgentes foram remarcadas e ambulâncias foram equipadas, enquanto equipes médicas vêm ensaiando protocolos sem parar e autoridades de saúde passam longas horas em reuniões pela internet preparando e ajustando seus planos de emergência.

Só que, até agora, os hospitais sul-africanos permanecem tranquilos."É meio estranho, misterioso. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo", diz Evan Shoul, especialista em doenças infecciosas de Johanesburgo, ouvido pela BBC News.

A reportagem ouviu Tom Boyles, outro médico de doenças infecciosas, do Hospital Helen Joseph, um dos maiores centros de saúde pública de Johanesburgo, e ele também diz que todos estão um pouco perplexos. "Estamos falando que é à calma antes da tempestade há cerca de três semanas. Estávamos preparando tudo aqui. E essa tempestade simplesmente não chegou. É estranho”, comenta.

Os especialistas em saúde ouvidos pela BBC News, porém, alertam que é muito cedo para interpretar a falta de casos como um progresso significativo no combate à epidemia e estão preocupados com o fato de que isso pode até mesmo gerar um perigoso sentimento de complacência.

A matéria lembra que o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, sugeriu que as duas semanas de isolamento no país até agora são responsáveis por estes índices e prorrogou a vigência das restrições em todo o país, que deveriam terminar em uma semana, para o final do mês. No entanto, outros países que também impuseram quarentenas não obtiveram resultados semelhantes.

Na África do Sul, até segunda-feira, 13, foram relatados 2.173 casos e 25 mortes por coronavírus. É o país mais afetado do continente até agora.
Por fim, a reportagem questiona:

Será que o isolamento precoce e rígido da África do Sul e o trabalho agressivo de rastreamento de contatos com pessoas infectadas estão realmente funcionando? Ou é apenas uma pequena melhora antes de um desastre?

Pois bem.

Por essas bandas de Poti, o governo estadual, por meio do seu secretário de Saúde Pública, Cipriano Maia, alarmou que o Rio Grande do Norte terá 11.378 mortes por Covid-19 e mais de 2 milhões de potiguares infectados até o dia 15 de maio, quando o sistema de saúde pública entrará em colapso.
Até aqui, porém, não há qualquer sinalização que esses números macabros sejam confirmados.

Amém!

 

FRASE

É meio misterioso. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo.

Especialista em doenças infecciosas, em Johanesburgo, sem entender o que está acontecendo na África do Sul

 

PAULO FERNANDES

Faleceu o ex-vereador Paulo Fernandes, nesta terça-feira, 14. Ele não resistiu a um tratamento delicado da saúde. Tinha 75 anos. Paulo Fernandes foi vereador por quatro mandatos entre os anos de 1989 e 2004. Tentou voltar à Câmara nas eleições de 2008, 2012 e 2016, sem sucesso. Era um homem de bem. Nossa solidariedade aos filhos Dr. Alectsandro, Alende e Aline.

 

HOSPITAL

Está previsto para hoje o início da montagem do hospital de campanha para atender pacientes do Covid-19. A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) garante que a estrutura ficará pronta logo, oferecendo novos leitos, inclusive, com sala vermelha (com respiradores). O hospital de campanha ficará anexo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Belo Horizonte, zona sul de Mossoró.

 

FALTAM 30 DIAS

Daqui há exato um mês o RN terá 11.378 mortes por Covid-19, segundo projeção do Governo do Estado, por meio Secretaria de Saúde Pública. Como hoje o RN tem 18 óbitos confirmados, faltam 11.360 mortes para se concretizar a previsão macabra.

 

MATEMÁTICA SIMPLES

De hoje até o dia 15 de maio, o Governo do Estado precisa contar uma média diária de 378,66 cadáveres por Covid-19. Estamos na contagem regressiva, de olho nos números, e na palavra do homem.

 

NA RIQUEZA...

A Prefeitura de Natal vai reduzir em 20% o valor do duodécimo repassado à Câmara Municipal. Vai dividir a crise com o Legislativo. O Governo do RN também reduziu em 20% o duodécimo dos outros Poderes.

 

...E NA POBREZA

O duodécimo menor vai prevalecer enquanto durar a pandemia do Covid-19. Os tribunais de Justiça, de Contas, Assembleia Legislativa, Ministério Público e Defensoria aceitaram o sacrifício.

 

NOVEMBRO

Cresce o movimento a favor das eleições municipais no dia 15 de novembro, como era antigamente. O TSE vai se pronunciar em junho.

 

É NOTÍCIA

1 - O bispo dom Mariano Manzana se submeteu a uma intervenção cirúrgica para remoção de uma lesão palpebral. O procedimento ocorreu bem. O religioso já está em recuperação.

2 - A Prefeitura de Mossoró prorrogou até sexta-feira, 17, o prazo ´para inscrição ao processo seletivo para contratação de 24 médicos. Serão 11 clínicos gerais, 11 urgencistas e um infectologista. A inscrição pode ser feita no site prefeiturademossoró.com.br.

3 - O repasse extra de R$ 5,6 milhões, feito pelo Ministério da Saúde, serão aplicados em Mossoró nas ações de combate ao Covid-19, com ênfase na contratação de pessoal, serviços e aparelhos.

4 - Depois de um mês sem boletim, a Sesap liberou ontem os números de arboviroses no RN, atestando uma queda de 34% nos casos de dengue, chikungunya e zika vírus. Que coincidência, hein? Ou o aedes aegypti se escondeu com medo do Covid-19?

5 - Em Natal não há acordo: os supermercados não aceitam reduzir o atendimento ao público. A população também não. A Prefeitura está com os supermercadistas. A governadora Fátima Bezerra (PT) está tentando uma saída honrosa. Poderia ter evitado.

 

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César Santos
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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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