Sábado, 08 de fevereiro de 2025

Postado às 14h30 | 24 Abr 2020 | Saída de Moro tira de Bolsonaro o discurso anticorrupção

Crédito da foto: Arquivo Moro segue a sua vida, na certeza que tem muito a colaborar com o País

A saída do ex-juiz Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança, anunciada por ele nesta sexta-feira (24), enterra o discurso anticorrupção que fez do capitão Jair Bolsonaro (sem partido) presidente do Brasil.

A saída de Moro, forçada por Bolsonaro, devolve à Pátria Amada a arma mais sórdida da corrupção: a conivência do governo.

A saída de Moro, imposta por Bolsonaro, é a maior derrota do combate à corrupção e ao crime organizado desde que a Lava Jato estabeleceu a faixa da moralidade e da decência na vida pública do País.

A saída de Moro, sentenciada dias antes pelas atitudes de Bolsonaro, devolve aos operadores da corrupção o ambiente livre para as suas práticas lesivas ao País.

A saída Moro, radicalizada por Bolsonaro, desmonta a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, que haviam subido importantes degraus da luta contra o crime organizado, a criminalidade violenta e a corrupção.

A saída de Moro, para livrar filhos e frequentadores do Palácio de operações indigestas, fere de morte o estado de direito e, por gravidade, reestabelece um cenário propício à pratica de crimes de toda a ordem.

Pois bem.

Jair Bolsonaro, por imposição ditatorial, passa a ter o controle das instituições que deveriam ser livres, autônomas, como é o caso da Polícia Federal. A partir de agora, o presidente estabelecerá uma relação perniciosa com o comando da PF, escolhida e nomeada por ele. Assim será, ou não haveria necessidade de ele derrubar Sérgio Moro da pasta da Justiça.

Na prática significa que Bolsonaro exigirá leniência da Polícia Federal com os seus e rigores com os adversários, numa delituosa inversão de valores sob todos os aspectos, mas principalmente sob o estado de direito.

Bolsonaro desce a vala comum.

E Sérgio Moro segue o seu caminho, hoje mais forte do que ontem, na certeza que ainda tem muito a fazer pelo Brasil.

Quanto a política... aí é aguardar a movimentação das peças no xadrex de Brasília.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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