SUSTENTADO PELOS FANÁTICOS
Havia uma expectativa para saber o tamanho do estrago que a saída de Sérgio Moro teria provocado na popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A Datafolha consultou os brasileiros para apresentar a resposta. E, pasmem, surpreendeu. A popularidade de Bolsonaro continua do mesmo tamanho, sem tirar nem por.
Segundo a pesquisa Datafolha, realizada três dias após a renúncia do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, o presidente permanece aprovado por um terço dos brasileiros (33%), e reprovado por 38%. Para 26%, a gestão Bolsonaro é regular, e 3% não opinaram.
A Datafolha ouviu 1.503 brasileiros, que possuem celular pós ou pré-pago, com 16 anos ou mais, em todas as regiões do país.
A última pesquisa de avaliação do Datafolha do governo Bolsonaro em geral, e não somente em relação ao seu desempenho na crise do coronavírus, foi realizada em dezembro, e o presidente aprovado por 30%, reprovado por 36%, e tinha seu governo avaliado como regular por 32%, com 1% sem opinião a respeito.
Na parcela mais pobre, com renda familiar mensal de até 2 salários, 30% aprovam a gestão Bolsonaro, índice que fica em 39% na faixa de 2 a 5 salários, em 33% na faixa de 5 a 10 salários e em 40% entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários.
No Norte/Centro-Oeste, a aprovação (41%) supera a reprovação (30%) pela maior margem.
Na região Sul, esses índices ficam em 38% e 30%, respectivamente.
No Nordeste, a reprovação (43%) é mais alta do que a aprovação (25%), situação que se repete no Sudeste (41% a 33%).
Na parcela da população que avalia o trabalho feito por Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública como ótimo ou bom, 32% aprovam Bolsonaro, e 38% o reprovam, em média com a opinião geral.
Entre quem reprovava o desempenho do ex-juiz na pasta, 37% avaliam o governo Bolsonaro positivamente, 53%, negativamente.
Questionados se o Congresso Nacional deveria abrir um processo de impeachment para afastar Jair Bolsonaro da Presidência, os brasileiros se dividiram em blocos iguais: 45% são a favor do início do processo de impedimento do presidente, e 48% são contra. Os demais 7% não opinaram.
O apoio à renúncia do presidente tem, segundo a pesquisa Datafolha, mais apoio do que no início do mês: na sondagem realizada nos dias 3 e 4 de abril, 37% apoiavam a renúncia de Bolsonaro, índice que subiu para 46% no levantamento atual. Nesse período, passou de 59% para 50% o índice dos que acreditam que o presidente não deveria renunciar ao seu cargo. Há, ainda, 5% que preferiram não opinar.
Pois bem.
Os números do Datafolha são uma ducha fria no movimento político que tenta construir um ambiente propício ao impeachment de Bolsonaro. Não há como encaminhar o processo contra um presidente que mantém um terço da população nas ruas em sua defesa.
Outro ponto é que Bolsonaro alcançou um patamar que pode falar tudo, inclusive as baboseiras antipáticas, que a porção fanática continua com ele. E isso é muito perigoso para o País. Um político que lidera uma massa passional se acha acima do bem e do mal e capaz de fazer qualquer coisa, mesmo que seja estranha aos interesses coletivos.
E isso é maléfico.
FRASE
Junto aos estados e municípios, a gente está caminhando para um déficit de R$ 600 bilhões
MANSUETO ALMEIDA - Secretário do Tesouro Nacional sobre os estragos nas contas públicas provocados pela pandemia
SALÁRIO DE ABRIL
A Prefeitura de Mossoró iniciou nesta quarta-feira, 29, o pagamento da folha de abril. Receberam aposentados e pensionistas. Hoje, 30, recebem os servidores da Saúde. O calendário segue na segunda-feira, 4 de maio, para servidores da Educação; terça-feira, 5, servidores do Desenvolvimento Social e até o dia 8, quinto dia útil, os servidores lotados nas demais secretarias municipais.
SEM PISO
Os professores voltaram a bater à porta da governadora Fátima Bezerra (PT) para cobrar a implantação do piso salarial do Magistério (12,84% de reajuste). Ouviram como resposta, por meio do secretário de Educação, Getúlio Marques, que um dia vai pagar. Quando? Bom, o governo da professora não vai pagar o que é de direito dos professores em momento que eles mais precisam.
FALTAM 15 DIAS
Estamos a exatas duas semanas para a data fatal: 15 maio, quando, segundo projeção do governo Fátima Bezerra (PT), o Rio Grande do Norte terá 11.378 mortes pela Covid-19. Até esta quarta-feira, 29, o Estado registrou 54 óbitos pela doença, segundo o boletim da Sesap.
DESSA FORMA...
Faltam 11.324 mortes para confirmar a projeção do governo Fátima. Dividindo por 15, que é o número de dias que nos separam de 15 de maio, são precisos 754 óbitos/dia. Estamos de olho.
RECUPERADOS
Mossoró tem 70% de recuperação das pessoas que foram infectadas pela Covid-19. Até esta quarta-feira, 29, eram 83 recuperadas, segundo a Vigilância Sanitária.
CADÊ OS LEITOS
Há exato um mês, a governadora Fátima Bezerra (PT) prometeu 170 leitos hospitalares para Mossoró. Até agora, apenas 10 leitos entregues, os que foram construídos e instalados no Hospital Regional Tarcísio Maia.
BILIONÁRIA
O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que a ajuda aos estados e municípios será de R$ 130 bilhões. Governadores e prefeitos estão mordendo as orelhas.
É NOTÍCIA
1 - Nesta data, em 1977, chegava às bancas a primeira edição do jornal Gazeta do Oeste. O matutino circulou até dezembro de 2016 em Mossoró e nos municípios do Oeste e Vale do Açu.
2 - O vereador João Gentil (REDE) oficializou o seu afastamento da Câmara de Mossoró para assumir a Secretaria de Esportes de Natal. A Câmara convocou o primeiro suplente Naldo Feitosa (PSC) para assumir o mandato. Falta, agora, marcar a data da posse.
3 - O seguro-desemprego celebra 34 anos, hoje. Foi instituído pela Lei 7.998/90 com a finalidade de prover assistência financeira temporária a trabalhadores desempregados sem justa causa.
4 - Nesta data, em 1992, os brasileiros se assustavam com epidemia de cólera, com a confirmação de 6 mil casos e 111 mortes em um mês. Naquele ano já havia sido exposto o caos no sistema de saúde pública do País. Da cólera à Covid-19, pouco mudou.
5 - Mais dois assassinatos em Mossoró nesta quarta-feira, 29. Com isso, a cidade chega a 64 mortes violentas nos 121 dias do ano, completados hoje. Isso significa uma média de mais de um assassinato a cada 48 horas. Mas, quem está se importando com isso?
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.