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Postado às 09h45 | 12 Mai 2020 | Coluna César Santos - 12 de maio de 2020

Crédito da foto: Ilustração Eleições municipais 2020 serão realizadas em 2020

VAMOS TER ELEIÇÕES

Vamos ter eleições este ano para eleger prefeitos (as) e vereadores (as). É uma certeza carimbada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O que vai ser discutida é a data. Há um entendimento que os dias 4 e 25 de outubro, reservados para o dia do voto em primeiro e segundo turno, serão riscados do calendário eleitoral. As eleições podem ocorrer em 15 de novembro, como era no passado, com o segundo turno no último domingo do mês (29).

O ministro Luís Roberto Barroso, que assumirá a presidência do TSE no finalzinho de maio, deu o mote para alertar os políticos: não é possível a unificação das eleições em 2022 porque geraria “inferno gerencial” ao TSE. Para o bom entendedor...

Será uma eleição atípica. A Covid-19 exigirá isso. Basta observar que a disputa por 5.570 prefeituras e mais de 60 mil cadeiras de vereador no País não está na pauta do dia. A pandemia do inimigo invisível concentra e joga para último plano todos os outros temas. A manchete do jornal é sobre o coronavírus, o noticiário das emissoras de rádio e televisão, idem, e em todas as outras plataformas a pauta do dia é a mesma, Covid-19.

Em um ano eleitoral normal, a essa altura a pauta político-eleitoral estava em alta temperatura. Definições de candidaturas, formação de chapa, nominatas às câmaras municipais, bastidores fervilhando, pesquisas e mais pesquisas para todos os gostos e desgostos. Tudo para depois.

A certeza é que esse depois chegará. Talvez, e provavelmente, não com a mesma intensidade do cenário normal. E, daqui a pouco, a sucessão municipal estará na mesa dos candidatos, com algumas novidades. A principal delas é o fim das coligações proporcionais. A mudança exigirá outro tipo de comportamento do candidato a vereador, uma vez que não existirá a sigla nanica fazendo “esteira” para garantir a sua eleição.

Outro aspecto é a escassez de recursos para as campanhas. Isso sugere estruturas menores, mas com boas estratégias e poder de mobilização para chegar ao eleitor.

O ponto mais importante é o candidato entender como encontrará o cidadão-eleitor. Não há, nesse momento, um estudo que preconize - de forma aproximada - como as pessoas sairão da quarentena para a vida normal. E como o candidato vai encontrar esse eleitor.

O que esse eleitor vai querer ouvir do candidato?

Talvez, uma dose de realidade seja o melhor caminho, bem colocada para que as pessoas compreendam a ideia diante da exigência que se dará pós-pandemia.

Bom. O fato é que vamos ter eleições. Serão inéditas pelas circunstâncias, e com uma dose maior de responsabilidade do eleitor para fazer a escolha certa.

O coronavírus não deixará espaço para erros.

 

FRASE

O consenso no TSE é de evitar prorrogação de mandatos.

LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente do Tribunal Superior Eleitoral

 

PICO DA CORRUPÇÃO

O ex-candidato a governador do RN, Breno Queiroga (SDD), colocou o dedo na ferida ao fazer o "diagnóstico" da pandemia da corrupção que varre o dinheiro da saúde. "O pico da corrupção será entre os dias 10 de abril e 31 de maio; e compras sem licitação e farra de preços exorbitantes ocorrerão com enorme frequência. Após este período, a curva se achata e a corrupção volta ao normal."

 

QUEM VAI INVERTIGAR?

Até aqui, as instituições responsáveis pelo controle das contas públicas ainda não se manifestaram sobre a diferença gritante entre valores dos leitos contratados em Mossoró e Natal. 100 leitos no hospital de campanha de Mossoró (35 UTI e 65 clínicos) custam R$ 633 mil/mês; 60 leitos (40 UTI e 20 clínicos) no hospital da Liga do Câncer de Natal, R$ 1.086 milhão/mês. Não vão investigar?

 

FALTAM 3 TRÊS DIAS

A 72 horas do dia fúnebre projetado pelo governo Fátima Bezerra (PT), em que o Rio Grande do Norte teria 11.378 mortes pela Covid-19, o boletim epidemiológico da Sesap mostra que estamos longe disso. Nesta segunda-feira, 11, o Estado tinha 92 óbitos pela doença.

 

CALCULADORA

Para o governo alcançar a projeção feita, faltam 11.286 mortes pelo coronavírus. Se dividir por 3, que é o número de dias que nos separam do “fatídico” 15 de maio, o governo precisa contar 3.762 mortes/dia, de hoje até lá.

 

POR QUÊ?

É claro que as 11.378 mortes não vão acontecer. É claro que o governo sempre soube que a sua projeção não tinha menor lógica ou sustentação em estudos sérios. Mas, por quê o governo decidiu aterrorizar a população potiguar?

 

LEITOS

Mossoró tinha, ontem, apenas dois leitos de UTI vagos para pacientes da Covid-19, no hospital de campanha, administrado pela Apamim. Os 17 leitos do Hospital Regional Tarcísio Maia estavam todos ocupados, com pacientes de Mossoró e região.

 

É SÓ UMA PERGUNTA

E o Hospital da Polícia Militar de Mossoró, não vai ser aberto pelo governo?

 

É NOTÍCIA

1 - Faleceu Carmelita Holanda Pinheiro, aos 90 anos. Era viúva do saudoso João Pinheiro, que marcou história com o "Bar IP", reduto dos políticos e empresários de Mossoró. Descanse em paz.

2 - Nesta data, em 1888, a Câmara dos Deputados aprovava a Lei Áurea, com apenas nove votos contrário, libertando todos os escravos. Mossoró partiu na frente e cinco anos antes, em 1883, cortou todas as correntes e estabeleceu a liberdade.

3 - Mais de 70 pessoas se aglomeraram numa competição de MotoCross em Caraúbas, expostos ao Covid-19 e expondo as pessoas inocentes. De sorte, a polícia tirou a turma de circulação. Amém.

4 - Auditoria realizada pela Controladoria Geral do RN apontou um prejuízo de R$ 421 milhões no contrato do Governo do Estado com a Arena das Dunas. Esse é o valor estimado ao fim do contrato. É a senha para o governo Fatima Bezerra suspender o contrato.

5 - Investigações por mau uso de dinheiro público para combater a Covid-19 já atingem 11 estados e o Distrito Federal. As suspeitas são de gestores que estariam se aproveitando da pandemia para engordar o bolso. É a pandemia da corrupção avançando.

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César Santos
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Mossoró
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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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