E O RN NÃO VIROU UM CEMITÉRIO II
A pergunta que não pode ficar sem resposta: por que o governo Fátima Bezerra (PT) levou terror à população do Rio Grande do Norte, projetando mais de 11,3 mil mortes pela Covid-19?
O governo tem obrigação de apresentar uma resposta séria, verdadeira.
As instituições responsáveis pelo zelo da coisa pública têm obrigação de investigar o caso e apresentar uma resposta à sociedade.
O que não pode, e não pode mesmo, é o silêncio do governo e demais autoridades, como aposta de que daqui a pouco o gravíssimo caso cai no esquecimento.
Todos sabiam que 11,3 mil mortes entre 7 de abril e 15 de maio era uma invenção do governo. Não havia, como de fato não há, qualquer sustentação científica que justifique a projeção macabra.
Os números são absurdos. O RN chegou ao dia 15 de maio com 122 óbitos, ou 11.256 a menos do que projetado pelo governo. Um erro de 99%.
Veja, por exemplo, que o Estado de São Paulo, a maior cidade brasileira e da América do Sul, epicentro da pandemia do coronavírus no País, registrou 4.315 óbitos neste período.
O Rio de Janeiro, com segundo maior número de mortes, registrou 2.247;
Ceará, terceiro no País, 1.413 óbitos;
E, o Amazonas, quarto em número de mortes, 1.235.
Somando as mortes nesses quatro estados chega ao número de 9.210, mesmo assim, menos 2.188 das 11.378 mortes que ocorreriam no RN se o governo Fátima tivesse falado a verdade.
A projeção macabra varreria do mapa populacional potiguar quase sete Viçosa, município do Alto Oeste, ou quase uma Governador Dix-sept Rosado, no Médio Oeste.
Esses números comparativos são aterradores. Não há como aceitar uma explicação do tipo “as mais de 11 mil mortes não aconteceram porque o governo adotou medidas”, até porque as medidas do governo Fátima em relação à Covid-19 foram frágeis e, nem mesmo o isolamento social alcançou o índice razoável de 60%, ficando na média dos 45%, e oscilando para baixo.
O mais desprezível disso tudo é que o governo brincou com a vida das pessoas. Quantas famílias se desesperaram, quantas adoeceram, quais as consequências carregadas?
Um gestor não tem o direito de tabular número de vidas, como se estivesse brincando de joguinho de matemática.
Inadmissível sob todos os aspectos.
FRASE
A vida é feita de escolha. Eu hoje escolhi sair.
Médico Nelson Teich ao se despedir do Ministério da Saúde
DOIS PESOS...
O governo Fátima Bezerra (PT) diz que paralisou as obras da barragem de Oiticica para preservar os trabalhadores do risco da Covid-19. A construtora responsável pela obra afirma que mais de 300 trabalhadores serão desempregados. O Governo do Estado está com R$ 50 milhões em caixa, enviados pelo Governo Federal, para garantir o andamento da obra que vai matar a sede do Seridó.
...DUAS MEDIDAS
A justificativa da Covid-19 para paralisar a construção da barragem de Oiticica não se sustenta, uma vez que o governo mantém em andamento as obras do projeto "RN Sustentável", bancadas com dinheiro do Banco Mundial. Inclusive, obras na região do Seridó onde está localizado o canteiro de Oiticica. A governadora Fátima leva a termo a máxima "dois pesados, duas medidas".
PASSARELAS
Está pronto e aprovado o projeto técnico de implantação de quatro passarelas ao longo do Complexo Viário Abolição. O Dnit-RN recebeu o projeto e autorizou a abertura do processo de licitação para contratação da empresa que construirá a obra. Trata-se de necessidade antiga.
MODELO
A deputada estadual e pré-candidata a prefeita de Mossoró Isolda Dantas, do PT, realiza hoje, nas redes sociais, um debate sobre "A gestão pública que Mossoró quer". Certamente, vai apresentar o modelo de gestão Fátima Bezerra (PT) como exemplo a ser aplicado na administração municipal.
TEMAS ESPINHOSOS
1 - O voto de Isolda contra o reajuste salarial de 16,36% para os servidores; 2 - voto a favor do novo Proedi, que "comeu" grande fatia do ICMS dos municípios; 3 - o reajuste dos professores estaduais, que será concluído só em dezembro de 2021; 4 - os 170 leitos prometidos para Mossoró; 5 - paralisação da obra do Hospital Materno-Infantil de Mossoró.
CONVIDADOS
O debate on-line de Isolda terá a participação do advogado Paulo Linhares e do secretário Aldemir Freire (Planejamento). Começa às 10h, pelo instagram da deputada e pelo Facebook do PT.
É NOTÍCIA
1 - Mote para segurar ministro da Saúde no cargo: defender o uso da cloroquina e a abertura da economia. O titular tem autonomia para dizer o que o presidente Bolsonaro determina. E só.
2 - A delegada Tânia Fogaça deixa a Superintendência da Polícia Federal do Rio Grande do Norte para assumir a direção geral do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN). Fogaça tem 17 anos na PF, com atuação em áreas estratégicas de segurança.
3 - Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, dos 200 mil carros alugados para motoristas de aplicativos, 160 mil foram devolvidos. É a pandemia da Covid-19 sem dó.
4 - No comitê científico do Consórcio do Nordeste há uma bolha científica distante da realidade social, econômica e da saúde do Rio Grande do Norte. Quem afirma é coordenador do LAIS, Ricardo Valentim, ao anunciar a sua saída do dito comitê.
5 - O comitê científico foi ideia dos governadores do Nordeste para fazer frente ao governo Bolsonaro nas medidas de contenção ao coronavírus. Daí, o comitê passou a defender o lockdown nos estados nordestinos, combatido por Ricardo Valentim.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.