SACRIFÍCIO DEVE SER DE TODOS
O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi direto ao pedir aos governadores e prefeitos que não concedam aumento ao funcionalismo público com os recursos extraordinários que estão sendo repassados pela União. Em espécie, estados e municípios vão dividir R$ 60 bilhões. Outros R$ 65 bilhões serão garantidos por meio de perdão de dívidas que os entes federados têm com a União.
Guedes foi certeiro: "Por favor, enquanto o Brasil está de joelhos, nocauteado, tentando se reerguer, não assaltem o Brasil. Não permitam que as despesas extraordinárias que estamos dando de boa-fé para ajudar a guerra da saúde vire aumento de funcionalismo.”
O que diz Guedes é de fácil entendimento: as despesas que são transitórias viram permanentes, se os salários não forem congelados pela União, Estados e Municípios.
É claro que o servidor público não gosta da ideia. Logo, a justificativa: não são eles os culpados pela crise financeira em razão da pandemia do coronavírus. Ok. Mas, quem é o culpado para pagar a conta? O trabalhador da iniciativa privada? Estes já estão condenados ao desemprego e a fome. São os governos? Também já enfrentam enormes dificuldades para honrar compromissos básicos, como o pagamento da folha salarial.
Não existe culpados. Ponto. A pandemia está arrasando a economia mundial. Países ricos sairão dela menos riscos, mas inteiros. Países que vinham se recuperando de crise financeira, como é o caso do Brasil, volta para o buraco, e nessa descida todos ocupam o mesmo transporte.
Chegou a hora, então, de todos praticarem o que defendem, pelo menos de público: cada um se doa um pouco para salvar o País. Não é assim que se fala? Portanto, o congelamento de salário é a contribuição do servidor público. A redução dos duodécimos aos Poderes é outra contribuição. A distribuição de renda para os mais necessitados, como o auxílio emergencial, também é uma importante contribuição. E por aí vai.
Agora, não cabe ficar dentro de casa, defendendo o isolamento social para todos, e se revoltar porque está sendo chamado para o sacrifício, longe do lockdown, nos condomínios aonde a comida chega por delivery e o sujeito almoça e janta assistindo a Netflix. Tem a paralisação nas periferias, nas favelas, nos grotões deste País, com centenas de milhares de pessoas precisando do dinheiro do dia para garantir, pelo menos, as três refeições ao dia (café, almoço e janta).
Portanto, se você não é capaz de oferecer um pouco de sacrifício pela coletividade, pelo menos não se passe de bom moço/moça nas redes sociais.
FRASE
Por favor, enquanto o Brasil está de joelhos, nocauteado, tentando se reerguer, não assaltem o Brasil
PAULO GUEDES - Ministro da Economia, pedindo para governadores e prefeitos não concederam aumento salarial de servidores usando os recursos que serão transferidos pela União
MATERNO...
O Hospital Materno-Infantil de Mossoró teve a sua construção iniciada em 2017, pela gestão do então governador Robinson. Uma obra de mais de R$ 150 milhões (com equipamentos), recursos do Banco Mundial por meio do projeto "RN Sustentável". A obra foi paralisada em maio do ano passado, pelo atual governo, e espera uma solução. Está lá, ao lado do campus central da Uern, protegida por tapumes e vigilantes.
...INFANTIL
Principal projeto do "RN Sustentável", o Hospital Materno-Infantil foi pensado para atender mulheres e bebês de Mossoró e das regiões Oeste, Salineira e Vale do Açu. Foi elaborado pela gestão da ex-governadora Rosalba Ciarlini e coube ao governo Robinson Faria tocar a obra, que iniciou e passou a missão para Fátima Bezerra. Quase uma década sem a concretização da obra.
COM LOCKDOWN
A semana começa com a expectativa da decisão da juíza Kátia Cristina Guedes, da 2ª Vara da Fazenda, sobre o pedido de implementação de um lockdown em Mossoró e no RN. Pedido feito pelo Sindsaúde, justificando que a rede de saúde pública vai entrar em colapso.
SEM LOCKDOWN
A ação do Sindsaúde/RN é contestada pela Prefeitura de Mossoró, Governo do Estado, entidades empresariais e Associação Médica. As instituições afirmam que não há cenário para justificar confinamento compulsório. Se a Justiça acatar o pedido, o lockdown terá duração de uma semana, segundo a ação.
INSEGURANÇA
A segunda semana de maio fechou com a criminalidade fazendo vítima pessoas de bem, como o técnico em telecomunicação Aribanaldo Soares, irmão do advogado e jornalista Aclecivam Soares. A cidade de Mossoró conta 77 assassinatos no ano, e o RN se aproxima das 700 mortes violentas em 2020.
SEGUE
Os assaltos com mortes aumentaram 40% no RN. O estado também vê crescimento de homicídios dolosos (9,1%) e de mortes por intervenção policial (52,3%). Os outros delitos viraram regra, beneficiado pela ausência do Estado.
É NOTÍCIA
1 - A FM educativa Santa Clara celebra 32 anos nesta segunda-feira, 18, com a marca do fundador padre Sátiro Cavalcanti Dantas. Três décadas de informação, educação e música de qualidade.
2 - A Escola Municipal Deputada Maria do Céu Pereira Fernandes era inaugurada nesta data, em 2002, último ano da terceira gestão da prefeita Rosalba Ciarlini. Para atender, com ensino fundamental, os jovens do bairro Dom Jaime Câmara, zona leste de Mossoró.
3 - Areia Branca, Baraúna, Apodi e Caraúbas adotaram medidas mais duras para enfrentar a Covid-19. Os casos confirmados aumentaram bastante. Já Itaú, com 11 infectados, fechou as entradas.
4 - Atenção, pré-candidatos a prefeito e a vereador, os senhores já podem arrecadar recursos por meio de financiamento coletivo. As empresas de financiamento estão cadastradas no site do TSE. Confira lá e comece a reforçar o caixa de campanha.
5 - O governador Zema, de Minas Gerais, avisou que o Estado não tem mais dinheiro para pagar salários dos servidores e repasses dos duodécimos do Legislativo, Judiciário, TCE e Ministério Público. Chegou a hora da turma de cima colaborar. O que acha?
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.