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Postado às 10h00 | 22 Mai 2020 | É grave: servidores do Hospital Tarcísio Maia trabalham sem EPIs

Crédito da foto: Arquivo João Morais é o coordenador regional do Sindsaúde

Os servidores do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) estão trabalhando praticamente sem equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs, ficando expostos a todo risco de contaminação do novo coronavírus. Eles ainda enfrentam a falta de infraestrutura e insumos no maior hospital de emergência do interior do Rio Grande do Norte, referência de toda a região Oeste a partir de Mossoró.

A grave denúncia foi feita nesta quinta-feira, 21, pelo coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (SINDSAÚDE), João Morais, e desafia o governo estadual para adotar medidas urgentes, dado o aumento do número de servidores da saúde infectados pela Covid-19. O sindicalista afirma que a situação “é muito preocupante” e que os servidores que ficam na linha de frente de combate à doença estão bastante castigados.

Em entrevista ao programa Comando Geral, apresentado pelo radialista Jota Nobre na Rede Potiguar de Comunicação (RPC), Morais afirmou que o governo estadual não está sequer cumprindo os acordos firmados com a categoria diante do Ministério Público do Trabalho (MPT-RN). Um deles é o pagamento da insalubridade de 40% que deverá constar na folha salarial de maio. “Até agora o pagamento não feito e não temos informação se o governo pretende cumprir o acordo”, afirmou.

João Morais reclamou, também, que os servidores da saúde ainda não receberam os salários de dezembro e o 13º de 2018. São duas folhas salariais de atraso que vem prejudicando sobremaneira os servidores que ganham menores salários. A governadora Fátima Bezerra (PT) prometeu, no início de sua gestão, em janeiro de 2019, que os recursos extras que o governo recebesse seriam usados para colocar os salários em dia, mas até agora não cumpriu.

O sindicalista revela que há uma preocupação a mais. Segundo ele, se o servidor da saúde precisar ficar em casa, caso apresente algum sintoma da doença, ele perderá todas as gratificações e ficará recebendo apenas o salário base. Para mostrar o tamanho do problema, Morais afirmou: “O servidor da saúde ou morre em casa com fome, ou morre no hospital pelo coronavírus.”

Para piorar ainda mais a situação, o coordenador do Sindsaúde denuncia que o governo não disponibilizou o teste rápido para o Hospital Tarcísio Maia. É muito preocupante porque o teste rápido é fundamental para fazer o isolamento imediato do paciente com o coronavírus, para evitar a contaminação de outros pacientes e servidores da saúde.

“A senhora governadora Fátima Bezerra tem uma propaganda muito bonita, mas não está fazendo nada pela saúde dos servidores e da população em geral”, concluiu.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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